- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
sábado, 6 de junho de 2009
O padre é um "mistério de graça e de misericórdia": Bento XVI à comunidade do Seminário Francês de Roma
Maturidade humana, qualidades espirituais, zelo apostólico, rigor intelectual: são estas, segundo o Papa, as aptidões que se requerem aos futuros padres. Recebendo a comunidade do Seminário Francês, Bento XVI recordou a meritória actividade formativa desenvolvida, desde a origem desta instituição, pela Congregação do Espírito Santo (Espiritanos), acompanhando cerca de cinco mil seminaristas ou padres jovens, ao longo de um século e meio, tarefa agora transmitida à Conferência Episcopal Francesa.
O Santo Padre sublinhou que mantém toda a sua força e validade o carisma da Congregação fundada pelo venerável padre Liberman, nomeadamente nas missões africanas e fez votos de que o Senhor abençoe a Congregação e as suas missões. Detendo-se depois na exigente missão de formar novos padres, observou Bento XVI:
“A tarefa de formar padres é uma missão delicada. A formação proposta no seminário é exigente porque é uma porção do povo de Deus que será confiada à solicitude pastoral dos futuros padres, este povo que Cristo salvou e pelo qual deu a sua vida”.
Para maturarem as diversas qualidades que se requerem num padre, os candidatos precisam de as poder testemunhar antes de mais nos seus formadores:
“É uma lei da nossa humanidade e da nossa fé que geralmente não sejamos capazes de dar senão aquilo que recebemos anteriormente de Deus através as mediações eclesiais e humanas por Ele instituídas. Quem recebe o cargo do discernimento e da formação deve recordar-se que a esperança que tem para os outros é antes de mais um dever para si mesmo”.
O Ano do Sacerdócio, que está para iniciar, oferece “a possibilidade de perscrutar mais profundamente a identidade do padre, mistério de graça e de misericórdia” – sublinhou Bento XVI, citando o cardeal Suhard, que dizia a propósito dos ministros de Cristo:
“Eterno paradoxo do padre. Leva em si os contrários. Concilia, à custa da sua vida, fidelidade a Deus e fidelidade ao homem. Tem um ar pobre, sem forças… Não dispõe de meios políticos nem de recursos financeiros, nem da força das armas de que outros se servem para conquistar a terra. Para o padre, a sua força é a de ser desarmado e de tudo poder naquele que o fortifica”.
Recordando, a concluir, que a particularidade do Seminário Francês é o facto de se encontrar “na cidade de Pedro”, Bento XVI fez votos de que “no decurso da sua estadia em Roma os seminaristas possam familiarizar-se de modo privilegiado com a história da Igreja, descobrir as dimensões da sua catolicidade e a sua unidade viva à volta do sucessor de Pedro, de modo que o amor da Igreja se fixe para sempre no seu coração de pastor”.