-Eminência , qual o balanço que faz da promulgação do Motu próprio ?
-Com o Motu próprio o Papa quis dar a todos uma oportunidade renovada de usufruir da enorme riqueza espiritual, religiosa e cultural presente na liturgia do rito gregoriano.O Motu próprio nasce como tesouro oferecido a todos, e não para vir ao encontro dos pedidos de alguns .Muitos dos que antes não sentiam qualquer relação com esta forma extraordinária do rito romano, agora manifestam grande estima pela mesma.
-A propósito da riqueza, alguns liturgistas, sublinharam o facto que o rito extraordinário não oferece a riqueza bíblica introduzida pelo novus ordo…
-Esses não leram o Motu próprio, porque o Papa afirma que as duas formas devem enriquecer-se mutuamente.É evidente que tal riqueza litúrgica não pode ser desprezada.No novus ordo , em alguns anos lê-se praticamente toda a Bíblia , e esta é uma riqueza que não se opõe, mas que vai integrada no rito extraordináro.
-Uma outra objecção é sobre o perigo que celebrações separadas e diferentes podem criar comunidades separadas…
-É uma multiplicidade que enriquece, é uma mais ampla liberdade cultural que o Papa introduz de forma audaz. De resto nas paróquias há muitas diferenças nas celebrações.
-Outro problema é a falta de padres…
-Se numa diocese faltam padres e só três ou quatros fiéis pedem o rito extraordinário.é uma coisa de bom senso pensar que será difícil satisfazer esse pedido. Mas, dado que a intenção do Papa é conceder este tesouro para o bem da Igreja, lá onde não existem sacerdotes , a coisa melhor seria oferecer uma celebração segundo o rito extraordinário numa das Missas dominicais que se celebram na paróquia.Seria uma Missa para todos, e todos, mesmo as jovens gerações, usufruiriam da riqueza do rito extraordinário, por exemplo daqueles momentos de contemplação que no novo ordo desapareceram.