sábado, 5 de fevereiro de 2011

“Rendemos ao imortal Pontífice S. Pio X nossa homenagem, cheia de gratidão, pelos benefícios que prestou à Santa Igreja ferindo gravemente,o modernismo"


 Foi comemorado o centenário da Encíclica Pascendi Dominici Gregis, “sobre as doutrinas dos modernistas”, promulgada por São Pio X em 1907. Documento monumental que marcou o século XX, sem dúvida marcará também nossa época e repercutirá na história dos séculos futuros. Cem anos após o modernismo “síntese de todas as heresias” — ter sido fulminado pelo grande Papa, o movimento progressista, sucedâneo do modernismo e também infiltrado na Santa Igreja, inocula nos ambientes católicos veneno análogo –– essencialmente, os mesmos erros combatidos energicamente pelo Santo Pontífice. Trata-se de uma atuação interna, em tudo semelhante a uma conspiração, que visa adaptar a Igreja e o povo fiel aos erros e ao espírito do mundo e da vida moderna. A história se repete...
Por ocasião do cinqüentenário desse magistral documento pontifício, em 1957, Catolicismo publicou em suas edições de setembro, outubro e novembro, três amplas e importantes matérias de autoria de Plinio Corrêa de Oliveira. Nelas o autor mostra que, em nossa luta contra os adversários internos e externos da Igreja, devemos agir firmemente como São Pio X.
As três matérias encontram-se transcritas integralmente em nosso site — www.catolicismo.com.br — à disposição de todos. Nesta edição, oferecemos a nossos leitores alguns excertos, com pequenas adaptações e inserção de entretítulos. As frases citadas entre aspas são extraídas do texto da própria Encíclica (Pascendi Dominici Gregis, de 8 de setembro de 1907, publicada em francês no volume III dos Atos de Pio X, edição Bonne Presse, Paris).
* * *
Um fato histórico tão importante quanto a vitória de Lepanto
 “Rendemos ao imortal Pontífice Pio X nossa homenagem, cheia de gratidão, pelos benefícios que prestou à Santa Igreja, ferindo gravemente, com intrepidez angélica, este terrível inimigo da Religião Católica: o movimento modernista”
Plinio Corrêa de Oliveira
Papa São Pio X

Pareceu-nos que nenhum modo de comomorar o aniversário da Encíclica Pascendi seria melhor do que publicar um resumo da linha mestra do grande documento. [...]
Se São Pio X não tivesse fulminado a heresia modernista, o mundo teria entrado rapidamente em marcha para o panteísmo e o ateísmo. E toda a ação comunista sobre a face da Terra não teria encontrado diante de si os enormes obstáculos que encontrou.
A condenação do modernismo foi, pois, um fato histórico tão importante quanto a vitória de Lepanto. E o Papa Pio XII [elevando Pio X à honra dos altares, em maio de 1954] se tornou credor do reconhecimento eterno dos homens, por lhes haver apresentado por modelo e dado por protetor um tão grande santo. […]
Amar o próximo, e o combater quando necessário
“Odiai o erro, amai os que erram”, escreveu Santo Agostinho. Grande, sábia, admirável sentença. Entretanto, quantas aberrações, quantas traições, quantas capitulações vergonhosas se têm abusivamente cometido em nome dela!
Há pessoas cândidas — ou covardes — que imaginam as idéias como entes dotados de existência física própria e autônoma, os quais se incubariam misteriosamente nas pessoas. Segundo elas, pode-se mover guerra às idéias sem atacar as pessoas, mais ou menos como se pode combater a doença infecciosa sem atingir o doente, pois a guerra é tão somente contra o bacilo.
Este modo de ver, infelizmente muito generalizado em nossos dias, beneficia largamente nossos adversários, pois desarma toda a nossa reação.
A verdade e o erro não são algo de extrínseco ao espírito humano, como as fichas na gaveta de um fichário. A inteligência, pelo contrário, tende a assimilar este e aquela, por um processo que tem sido merecida e freqüentemente comparado à digestão. Se alguém come pão ou carne, a digestão incorpora ao organismo uma parcela da substância desses alimentos, que ficam fazendo parte da pessoa. Analogamente, se alguém aceita uma doutrina, esta de tal maneira pode chegar a marcar sua personalidade, que se diria figurativamente que tal homem personifica aquela idéia. Como pretender destruir o pão já digerido por uma pessoa, sem ferir esta última em sua carne? E como se pode atacar uma idéia sem atingir em certa medida quem a personifica, quem ipso facto lhe dá vida, atualidade e possibilidades de difusão?
Não. A sentença de Santo Agostinho é de sentido óbvio. Ela preceitua que desejemos a humilhação e a derrota do erro, bem como a conversão e a salvação de quem erra. Ela recomenda que usemos, para com quem erra, de toda a suavidade possível. Ela não nos proíbe de utilizar, contra aquele que erra, uma justa severidade, quando isto se torna necessário para o bem da Igreja e a salvação das almas. Nesse sentido, não chega aquela sentença ao ponto de inutilizar no católico a capacidade de ação e de luta contra os autores do erro ou do mal. Muito pelo contrário, os santos souberam sempre conciliar as duas obrigações fundamentais e aparentemente contraditórias, de amar o próximo e de o combater, quando a isto impele o zelo pela glória de Deus e pela salvação das almas.
x12.jpg picture by kjk76_93

É disto que nos deu admirável exemplo o Papa São Pio X na Encíclica Pascendi, contra o modernismo, com o monumento de objetividade e lucidez que é aquele imortal ato pontifício.
Denúncia das táticas e da conspiração modernista
Enganar-se-ia quem supusesse que a Pascendi foi um mero documento doutrinário. São Pio X não combateu apenas no campo das idéias, mas, com admirável energia e perspicácia, desmascarou os próprios fautores do erro; e traçou o lamentável perfil moral do modernista, denunciou suas táticas e pôs a nu a vastidão de sua conspiração. A Encíclica não menciona nomes, mas é riquíssima em dados sobre a personalidade do modernista. Em outros documentos, São Pio X chegou aos nomes. Por exemplo, nos importantes decretos em que foram nominal e pessoalmente atingidos os principais chefes do movimento.
É para que nossos leitores possam medir em toda a sua admirável extensão a severidade com que o Santo Pontífice se houve nesta emergência, que consagramos ao assunto este artigo.
Fazendo-o, chamamos a atenção para a oportunidade flagrante do exemplo que apontamos. São Pio X foi beatificado e mais tarde canonizado pelo Santo Padre Pio XII. Quis ele que seu antecessor servisse de modelo para os homens, e não para os mortos que jazem na sepultura ou para as crianças que ainda estão por nascer. Foi para isto que ele fez brilhar na honra dos altares esse grande luzeiro.
Agir como São Pio X, eis o que nos recomenda com sua suprema autoridade o imortal Pontífice Pio XII. [...]
Por orgulho repelem toda sujeição
Cena do Apocalipse numa tapeçaria do castelo de Angers, (França), século XIV. O orgulho é o pai de todas as heresias, e mormente o haveria de ser da heresia que contém em si o suco de todas as outras, isto é, o modernismo. Daí dizer São Pio X, dos modernistas, que “por orgulho repelem toda sujeição”. “Non serviam” — brado que o príncipe das trevas inspira a todos os seus sequazes. Mas que São Miguel Arcanjo cobre com o hino triunfal de sua eterna humildade: “Quis ut Deus?”.

Os modernistas representam o sumo da obstinação, e com eles são inúteis as medidas brandas: “Esperávamos que os modernistas algum dia se emendassem. Por isto, de início, usamos em relação a eles medidas suaves, como se faz com filhos, e depois medidas severas; por fim, e muito a contragosto, empregamos repreensões públicas. Não ignorais, Veneráveis Irmãos, a esterilidade de Nossos esforços: eles curvam por momentos a cabeça, para a levantar novamente com orgulho ainda maior”.
Uma das raízes mais importantes deste lamentável estado de espírito, com efeito, é o orgulho:
“O orgulho! ele está, na doutrina dos modernistas, como em sua própria casa; aí encontra ele por toda parte algum alimento, e se expande então em todos os seus aspectos. Orgulho, por certo, esta confiança em si mesmos, que os leva a se erigirem em regra universal. Orgulho, essa vanglória que os apresenta a seus próprios olhos como os únicos detentores da sabedoria; que os leva a dizer, arrogantes e repletos de si mesmos: não somos como os outros homens; e que, para realmente não serem como os outros, os impele às mais absurdas novidades. Orgulho, o que os faz repelir toda sujeição e os leva a uma conciliação da autoridade com a liberdade. Orgulho, essa pretensão de reformar o próximo, esquecendo-se de si mesmos; essa absoluta falta de consideração para com a autoridade, inclusive a autoridade suprema. Não, realmente, nenhum caminho há que conduza mais rápida e diretamente ao modernismo do que o orgulho. Que nos dêem um leigo, ou um sacerdote, que tenha perdido de vista o princípio fundamental da vida cristã — a saber, que devemos renunciar a nós mesmos, se queremos seguir Jesus Cristo — e que não tenha extirpado de seu coração o orgulho: esse leigo, esse sacerdote estará maduro para todos os erros do modernismo. Eis por que, Veneráveis Irmãos, vosso primeiro dever é resistir a esses homens soberbos, e empregá-los em funções ínfimas e obscuras: que sejam postos tanto mais baixo quanto mais alto pretendam subir, e que seu próprio rebaixamento lhes tire a ocasião de fazer mal”. [...]
fonte:http://www.catolicismo.com.br/

Cardinal Dario Castrillon Hoyos: «Con il Motu proprio il Papa ha voluto donare a tutti una rinnovata opportunità di usufruire dell’enorme ricchezza spirituale, religiosa e culturale presente nella liturgia del rito gregoriano. Il Motu proprio nasce come tesoro offerto a tutti, non in primo luogo per venire incontro a lamentale e richieste di qualcuno. Non pochi di quelli che prima non erano coinvolti in questa forma straordinaria del rito romano ora ne manifestano una grande stima.»



 
 
 « Però, poiché l’intenzione, la mens, del Papa è concedere questo tesoro per il bene della Chiesa, laddove non ci sono sacerdoti la cosa migliore sarebbe offrire una celebrazione secondo il rito straordinario in una delle Messe domenicali parrocchiali. Sarebbe una Messa per tutti, e tutti, anche le giovani generazioni, usufruirebbero della ricchezza del rito straordinario, per esempio di quei momenti di contemplazione che nel novus ordo sono spariti».
"Ecclesia Dei" è attenta all’applicazione del Motu proprio in fraterna armonia, comprensione e collaborazione con i vescovi. Sono da evitare attitudini di contrasto con i pastori da parte di persone, gruppi o istituzioni a motivo del Motu proprio. Certamente i pastori, in obbedienza al Papa, avranno comprensione per quei fedeli che hanno un amore speciale per la tradizione liturgica. Con i vescovi che si sono messi in contatto con noi ho trovato sempre comprensione».
«Quanto all’Ordine sacro nella forma antica c’erano la tonsura, gli ordini minori e il suddiaconato. Questa forma è ancora in uso e continuerà a esserlo negli Istituti vincolati stabilmente al rito antico, come la Fraternità San Pietro, la Fraternità San Pio X e altri Istituti. Sulla Cresima, prima ancora del Motu proprio, la Congregazione per la dottrina della fede aveva già chiarito che non c’è un conflitto tra le due formule, dato che anche la formula nuova come l’antica godono di validità e lo stesso si dica per gli altri sacramenti dove la formula è diversa.»


Il cardinale emerito della Pontificia commissione "Ecclesia Dei" spiega perché il Motu proprio di Benedetto XVI è una grande ricchezza spirituale per tutta la Chiesa. E il modo in cui i problemi, che sono emersi fino a oggi, verranno risolti.
Sua Eminenza è soddisfatto. Il telefono dell’ufficio a piano terra, nel palazzo dell’ex sant’Uffizio, vive una nuova vita. E sulle scrivanie si accumula corrispondenza da tutto il mondo. Dopo la promulgazione del Motu proprio, la Pontificia commissione "Ecclesia Dei" è infatti diventata un anello importante nell’organigramma vaticano. «Adesso ho il doppio del lavoro che avevo alla Congregazione del clero», confida il cardinale Dario Castrillon Hoyos, colombiano, 79 anni, sostenitore caloroso del ritorno a casa dei lefebvriani e dal 2000 presidente della Commissione. Nata per gestire i rapporti con la Fraternità San Pio X e i gruppi che gravitano nella galassia tradizionalista, oggi "Ecclesia Dei" è diventata un interlocutore inevitabile di diocesi e parrocchie per le controversie relative all’applicazione del rito straordinario.
Il cardinale Dario Castrillon Hoyos.
Il cardinale Dario Castrillon Hoyos
(foto M. Aceto/Grazia Neri).

  • Eminenza, a pochi mesi dalla promulgazione del Motu proprio, quale bilancio trae?
«Con il Motu proprio il Papa ha voluto donare a tutti una rinnovata opportunità di usufruire dell’enorme ricchezza spirituale, religiosa e culturale presente nella liturgia del rito gregoriano. Il Motu proprio nasce come tesoro offerto a tutti, non in primo luogo per venire incontro a lamentale e richieste di qualcuno. Non pochi di quelli che prima non erano coinvolti in questa forma straordinaria del rito romano ora ne manifestano una grande stima. Tra i fedeli distinguerei tre gruppi: coloro che sono vincolati in forma quasi organica con la Fraternità San Pio X; quelli della Fraternità San Pietro e, infine, il gruppo più importante e numeroso, formato da persone affezionate alla cultura religiosa di tutti i tempi, che oggi scoprono l’intensità spirituale del rito antico e, tra questi, numerosi giovani. In questi mesi sono nate nuove associazioni di persone appartenenti a quest’ultimo gruppo».

  • A proposito della ricchezza, alcuni liturgisti sottolineano il fatto che il rito straordinario non offre la ricchezza biblica introdotta dal novus ordo...
«Costoro non hanno letto il Motu proprio, perché il Papa afferma che le due forme si devono arricchire mutuamente. Ed è evidente che tale ricchezza liturgica non va sprecata. Nel novus ordo con gli anni si legge praticamente tutta la Bibbia, e questa è una ricchezza che non si oppone, ma va integrata nel rito straordinario».

  • Un’altra obiezione è sul pericolo che celebrazioni separate e diverse possano creare comunità separate...
«È una molteplicità che arricchisce, è una più ampia libertà culturale che il Papa introduce in una forma audace. Del resto nelle parrocchie ci sono molte differenze nelle celebrazioni, e non voglio parlare degli abusi, perché non sono gli abusi la ragione principale del Motu proprio».


 
Il suo segretario, monsignor Camille Perl, ha annunciato che a breve ci sarà un documento di chiarimento sul Motu proprio. Quando uscirà?

«È stato il cardinale Bertone ad annunciarlo, e ha il diritto a farlo. Ma io, che sono un servitore del Papa, lo annuncerò solo quando lo dirà il Papa. La nostra Commissione ha riferito al Pontefice che da ogni parte del mondo arrivano tante domande, moltissime giustificate, altre dovute a mancanza di conoscenza. Il Santo Padre, e solo lui, dirà se conviene fare un tale documento e quando».

  • Quali sono le domande che vi sono arrivate e che meriterebbero una risposta?
«La prima riguarda il latino, perché – dicono – celebrare in una lingua che non si conosce non è conveniente. Purtroppo i seminaristi, ma anche alcuni sacerdoti, non lo hanno studiato e quindi per loro è difficile celebrare nella forma straordinaria. Per farlo dovrebbero almeno conoscere il canone della Messa, la parte della consacrazione. Noi in "Ecclesia Dei" ci stiamo attrezzando e stiamo preparando incontri, corsi e comunicazione informatica per una profonda conoscenza della liturgia anteriore. Alcuni corsi già sono attivi in Francia, Germania, in Brasile, in America centrale e negli Stati Uniti. A Toledo, in Spagna, per esempio, si sta valutando se conviene fare un seminario extra per la preparazione al rito straordinario o dare corsi speciali nel seminario della diocesi. In generale si nota un interesse di ritorno per il latino nel mondo accademico. È stato triste in questi anni constatare l’abbandono non solo della lingua, ma anche di certi contenuti teologici collegati alla precisione semantica della lingua latina».

L'elevazione nel rito preconciliare.
L’elevazione nel rito preconciliare
(foto D. Giagnori/Eidon).

  • Altro problema è la carenza di preti...
«Se in una diocesi mancano sacerdoti e solo tre o quattro fedeli chiedono il rito straordinario, è una cosa di buon senso pensare che sia difficile soddisfare questa domanda. Però, poiché l’intenzione, la mens, del Papa è concedere questo tesoro per il bene della Chiesa, laddove non ci sono sacerdoti la cosa migliore sarebbe offrire una celebrazione secondo il rito straordinario in una delle Messe domenicali parrocchiali. Sarebbe una Messa per tutti, e tutti, anche le giovani generazioni, usufruirebbero della ricchezza del rito straordinario, per esempio di quei momenti di contemplazione che nel novus ordo sono spariti».

  • Quindi lei sostiene che, se pure non c’è un gruppo consistente e stabile, in futuro si pensa di offrire una delle Messe domenicali nel rito straordinario?
«Riterrei di sì. D’altra parte questa possibilità era già stata approvata all’unanimità nel 1986 da una commissione cardinalizia nella quale era presente anche il cardinale Ratzinger, ma allora non era diventata operativa. Adesso sarei sicuro che potrebbe realizzarsi».

  • Un altro punto da chiarire è la definizione di "gruppo stabile e consistente". Cosa si intende esattamente?
«È una questione di buon senso: perché fare un problema se le persone che chiedono il rito vengono da parrocchie diverse? Se si riuniscono e insieme chiedono una Messa, diventano gruppo stabile, anche se prima non si conoscevano. Anche il numero è una questione di buona volontà. In alcune parrocchie, specialmente di campagna, nei giorni feriali le persone che partecipano alla Messa ordinaria sono tre o quattro e lo stesso avviene in non poche case religiose. Perché se quelle stesse tre persone chiedono la Messa antica sarebbe pastoralmente necessario rifiutarla?».

Fedeli in preghiera durante una Messa in latino nella chiesa della Santa Trinità, a Boston.
Fedeli in preghiera durante una Messa in latino nella chiesa
della Santa Trinità, a Boston
(foto M. Dwyer/AP/La Presse).

  • Quindi il futuro documento dovrebbe essere più accogliente delle richieste dei pochi?
«Sì, ma bisogna intenderlo non come qualcosa che va a scapito degli altri, della maggioranza, ma per il loro arricchimento e sempre evitando ogni pur minima forma di contrapposizione».

  • C’è poi il problema dei sacramenti: penso al rito dell’Ordinazione o a quello della Cresima, che fa riferimento a un codice di diritto canonico diverso e usa formule diverse...
«Certamente a prima vista ci sono alcuni problemi con riguardo all’Ordine sacro, alla Cresima e anche concernenti alla diversità di calendario. Quanto all’Ordine sacro nella forma antica c’erano la tonsura, gli ordini minori e il suddiaconato. Questa forma è ancora in uso e continuerà a esserlo negli Istituti vincolati stabilmente al rito antico, come la Fraternità San Pietro, la Fraternità San Pio X e altri Istituti. Sulla Cresima, prima ancora del Motu proprio, la Congregazione per la dottrina della fede aveva già chiarito che non c’è un conflitto tra le due formule, dato che anche la formula nuova come l’antica godono di validità e lo stesso si dica per gli altri sacramenti dove la formula è diversa. Con riguardo ai calendari che non sempre coincidono, si presentano effettivamente dei problemi come nel caso delle feste dei patroni di una parrocchia, dei santuari, di congregazioni e istituti religiosi, ecc. Con prudenza e buon senso si faranno gli accomodamenti necessari e anche di questo si occupa la Pontificia commissione "Ecclesia Dei"».

  • Che tempi prevede per la riconciliazione con la Fraternità San Pio X?
«Ci sono segnali positivi, c’è un dialogo non interrotto. Ancora qualche giorno fa ho scritto una nuova lettera a monsignor Fellay, superiore della Fraternità, come risposta a una sua precedente. Oltre agli incontri e alla corrispondenza, ci sentiamo anche al telefono. Ritengo viabile la riconciliazione con la Fraternità San Pio X perché, come spesso abbiamo detto a "Ecclesia Dei", non si tratta di un vero scisma ma di una situazione anomala nata dopo l’"azione scismatica" di monsignor Lefebvre nel conferire l’episcopato senza mandato pontificio, anzi contro la volontà espressa del Papa. Nel mio cuore ho la grande fiducia che il Santo Padre riuscirà a ricucire il tessuto della Chiesa con l’arrivo di questi fratelli alla piena comunione. Rimarranno sempre alcune differenze, come sempre abbiamo avuto nella storia della Chiesa».

Vescovi e cardinali durante una Messa in San Pietro, a Roma.
Vescovi e cardinali durante una Messa in San Pietro, a Roma
(foto D. Giagnori/Eidon).

  • Ma con i lefevbriani c’è anche un problema di accettazione del dialogo ecumenico...
«Sì, in effetti ci sono difficoltà con l’interpretazione di testi del Concilio al riguardo e con alcune concrete prassi ecumeniche, ma nessun vescovo della Fraternità di San Pio X dirà che non bisogna cercare l’unità dei cristiani».

  • Dopo il Motu proprio qualcuno della Fraternità San Pio X è tornato in comunione con la Chiesa di Roma?
«Sì, e altri hanno volontà di farlo. Ma io ho la speranza che venga l’intero gruppo, non vorrei che si dividessero. Se però arriva il singolo e dice che vuole fare subito l’unità con il Papa, lo si deve accettare. Il Motu proprio ha fatto avvicinare anche altre persone. Per esempio, il 28 marzo scorso, ho ricevuto la lettera di un vescovo non cattolico, che ha deciso di entrare nella Chiesa cattolica con altri vescovi e preti che celebrano la Messa tridentina».

  • I nuovi poteri di "Ecclesia Dei" non entrano in conflitto con il ministero dei vescovi?
«Il Papa, che ha l’autorità su tutta la Chiesa, su ognuno dei fedeli e dei vescovi, ha stabilito le nuove norme nel Motu proprio, e la Pontificia commissione è solo uno strumento al servizio del Vicario di Cristo perché venga realizzata la sua decisione. "Ecclesia Dei" è attenta all’applicazione del Motu proprio in fraterna armonia, comprensione e collaborazione con i vescovi. Sono da evitare attitudini di contrasto con i pastori da parte di persone, gruppi o istituzioni a motivo del Motu proprio. Certamente i pastori, in obbedienza al Papa, avranno comprensione per quei fedeli che hanno un amore speciale per la tradizione liturgica. Con i vescovi che si sono messi in contatto con noi ho trovato sempre comprensione».

Membri della Fraternità San Pietro durante una celebrazione nel loro quartier generale di Wigratzbad (Germania).
Membri della Fraternità San Pietro durante una celebrazione
nel loro quartier generale di Wigratzbad (Germania).

  • Nell’introduzione alla ristampa del Compendio di Liturgia pratica di Trimeloni, lei scrive che il Papa si avvale della Pontificia commissione "Ecclesia Dei" perché nella diversità delle forme cultuali possa risplendere la ricchezza dei tesori di fede e spiritualità della Sposa di Cristo. In cosa consiste la differenza tra la liturgia di Giovanni XXIII e quella riformata da Paolo VI?
«Papa Giovanni ha incorporato anche la liturgia nel suo desiderio di dialogo della Chiesa con la cultura contemporanea. Paolo VI ha dato organicità alle riforme nate da questo desiderio. Lo Spirito Santo, che sempre accompagna la Chiesa, ispira i cambiamenti necessari in ogni momento della storia, senza rottura violenta del processo di perfezionamento che Egli stesso ha ispirato nel decorso storico. Benedetto XVI, con questo Motu proprio, accomuna le ricchezze dei due momenti del processo, sanando anche, così, il disagio di quanti hanno creduto che nel campo liturgico c’era stata una rottura inaccettabile».

  • Dopo la riformulazione della preghiera del Venerdì Santo si è detto che si tornava indietro di 40 anni nel dialogo ebraico-cristiano. Si aspettava queste critiche?
«Non è cosa buona pregare per i nostri fratelli figli di Abramo? Abramo è padre della fede, ma in una catena salvifica nella quale si aspetta il Messia. E il Messia è arrivato. Negli Atti degli apostoli leggiamo che, in un giorno, si sono convertiti 5 mila ebrei. Non contesto la preghiera del novus ordo, ma considero perfetta quella attuale del rito straordinario. E prego volentieri per la conversione dei miei tanti amici ebrei, perché credo veramente che Gesù è figlio di Dio e il Salvatore di tutti».

Vittoria Prisciandar
fonte:http://www.sanpaolo.org/jesus/

Errores del Concilio Vaticano II



INTRODUCCIÓN

Se le imputa al Vaticano II (1962-1965), en general, una mente poco o nada católica, a causa del antropocentrismo, tan inexplicable cuanto innegable, que rezuman todos sus documentos, así como debido a la simpatía que manifiesta por el “mundo” y sus engañosos valores. Más en concreto, se le imputan ambigüedades notables, contradicciones patentes, omisiones significativas y, lo que más cuenta, errores graves en la doctrina y la pastoral.

NATURALEZA JURÍDICA AMBIGUA DEL ÚLTIMO CONCILIO

Procede recordar, a título preliminar, que la ambigüedad se insinúa hasta en la naturaleza jurídica efectiva del concilio Vaticano II: dicha naturaleza no está clara y parece indeterminada, porque el Vaticano II quiso declararse mero concilio pastoral, razón por la cual no pretendió definir dogmas, ni condenar errores (cf. el discurso de inauguración pronunciado por Juan XXIII el 11 de octubre de 1962 y la Notificatio leída en el aula el 5 de noviembre de 1965). Por ello, las dos constituciones suyas que se adornan con el título de “dogmáticas” (Dei Verbum, sobre la revelación divina, y Lumen Gentium, sobre la Iglesia) son tales nada más que de nombre, porque conciernen a materias atinentes al dogma de la fe.
El concilio se quiso degradar a sí propio, apertis verbis, a «magisterio ordinario sumo y manifiestamente auténtico» (Pablo VI), figura insólita e inadecuada para un concilio ecuménico, que encarna desde siempre un ejercicio extraordinario del magisterio, el cual se da en el momento en que el Papa decide ejercer excepcionalmente sobre toda la Iglesia, junto con todos los obispos, reunidos por él en concilio, la summa potestas, que le compete por derecho divino.

Tampoco aclara las cosas la referencia al carácter “auténtico” de dicho magisterio, porque con tal término se entiende generalmente un magisterio “calificado”, pero calificado nada más que en razón de la autoridad de la persona, no en razón de su infalibilidad.

El magisterio mere authenticum no es infalible, mientras que sí lo es el “magisterio ordinario infalible”; como quiera que sea, la infalibilidad del magisterio ordinario no presenta las mismas características, las mismas notas, que la del magisterio extraordinario, por lo que no cabe aplicarla a un concilio. Baste pensar, al respecto, que los obispos concurren en el tiempo al magisterio ordinario infalible en cuanto se hallan dispersos por todo el globo (enseñando la misma doctrina a despecho de su dispersión), no en cuanto se reúnen en un concilio.

Sea cual fuere la naturaleza jurídica efectiva del Vaticano II, lo cierto es que no quiso impartir una enseñanza dotada de la nota de infalibilidad; tan es así que el propio Pablo VI dijo que los fieles debían acoger las enseñanzas conciliares “con docilidad y sinceridad”, es decir, precisamos nosotros, que debían prestarles eso que se ha llamado siempre “asentimiento religioso interno” (que es el que se requiere para los documentos pastorales, p. ej.).

Dicho asentimiento resulta obligado, pero a condición de que no haya razones graves y suficientes para no concederlo; ¿y qué razón es más grave que la constituida por la alteración del depósito de la fe? Cardenales, obispos y teólogos fieles al dogma estigmatizaron ya repetidamente, durante el tormentoso desarrollo del concilio, las ambigüedades y los errores que se infiltraban en sus textos, errores que hoy, después de cuarenta años de reflexiones y de estudios cualificados, estamos en posición de determinar con más precisión todavía.

ERRORES EN EL DISCURSO DE INAUGURACIÓN Y EN EL MENSAJE EL MUNDO

No pretendemos que sea completa nuestra sinopsis de los errores imputados al Vaticano II; con todo y eso, creemos haber identificado un número suficiente de errores importantes, comenzando por los contenidos en el discurso de inauguración y en el mensaje del concilio al mundo del 20 de octubre de 1962; se trata de textos que, aunque no pertenecían formalmente al concilio, lo encaminaron, sin embargo, en el sentido querido por el ala progresista, esto es, por los novadores neomodernistas.

DISCURSO DE INAUGURACIÓN

El célebre discurso de inauguración de Juan XXIII contiene errores doctrinales verdaderos y propios, además de diversas profecías desmentidas ruidosamente por los hechos («En el presente orden de cosas, en el cual parece apreciarse un orden nuevo de relaciones humanas, es preciso reconocer los arcanos designios de la Providencia divina…»).

• 1er ERROR: UNA CONCEPCION MUTILADA DEL MAGISTERIO

Radica en la increíble afirmación, repetida por Pablo VI en el discurso de inauguración de la 2ª sesión del concilio, el 29 de septiembre de 1963, según la cual la santa Iglesia renuncia a condenar los errores: «Siempre se opuso la Iglesia a estos errores [las opiniones falsas de los hombres; n. de la r.]. Frecuentemente los condenó con la mayor severidad. En nuestro tiempo, sin embargo, la Esposa de Cristo prefiere usar de la medicina de la misericordia más que de la severidad. Piensa que hay que remediar a los necesitados mostrándoles la validez de su doctrina sagrada más que condenándolos».

El Papa Roncalli faltaba a sus deberes de vicario de Cristo con esta renuncia a usar de su autoridad, que procedía de Dios, para defender el depósito de la fe y ayudar a las almas condenando los errores que acechan su salvación eterna.

En efecto, la condena del error es esencial para la preservación del depósito de la fe (lo cual constituye el primer deber del Pontífice), dado que confirma a fortiori la doctrina sana, demostrando su eficacia con una aplicación puntual.

Además, la condena del error es necesaria desde el punto de vista pastoral, porque sostiene a los fieles, tanto a los cultos como a los menos cultos, con la autoridad inigualable del magisterio, de la cual pueden revestirse para defenderse del error, cuya “lógica” es siempre más astuta y más sutil que ellos. No sólo eso: la condena del error puede inducir a reflexionar al que yerra, poniéndolo frente a la verdadera sustancia de su pensamiento; como siempre se ha dicho, la condena del error es obra misericordiosa ex sese.

Sostener que esta condena no debe tener ya lugar significa propugnar, por un lado, una concepción mutilada del magisterio de la Iglesia; por el otro, sustituir el diálogo con el que yerra, que la Iglesia siempre ha procurado, por el diálogo con el error. Todo ello configura un error doctrinal, que en el texto susomentado de Juan XXIII se manifiesta en el peligroso puerto que tocan sus ideas al final, donde parece latir el pensamiento de que la demostración de la “validez de la doctrina” es incompatible con la “renovación de las condenas”, como si tal validez hubiera de imponerse únicamente gracias a la fuerza de su propia lógica interna.

Pero si fuera así, la fe no sería ya un don de Dios y no necesitaría, ni de la gracia para llegar a ser y fortalecerse, ni del ejercicio del principio de autoridad –encarnado por la Iglesia católica– para sostenerse.

Y aquí es donde radica propiamente el error que se esconde en la frase de Juan XXIII: una forma de pelagianismo, característico de toda concepción racionalista de la fe, condenada multitud de veces por el magisterio.

La demostración de la validez de la doctrina y la condena de los errores se han implicado siempre necesaria y recíprocamente en la historia de la Iglesia. Y las condenas fulminaban no sólo las herejías y los errores teológicos en sentido estricto, sino, además y de manera implacable, toda concepción del mundo que no fuese cristiana (no tan solo las contrarias a la fe, sino también las distintas de ella, religiosas o no, por poco que lo fuesen), porque, al decir de nuestro Señor, “quien no recoge conmigo, dispersa” (Mt 12, 30).

La heterodoxa toma de posición de Juan XXIII, mantenida por el concilio y el postconcilio hasta hoy, derrocó por tierra –se nota ya en los textos conciliares– la típica y férrea armazón conceptual de la Iglesia, muy entrañada otrora hasta por sus enemigos, algunos de los cuales incluso la apreciaban sinceramente: «El sello intelectual de la Iglesia es, en esencia, el rigor inflexible con que se tratan los conceptos y los juicios de valor como consolidados, como eternos» (Nietzche).

• 2º ERROR: LA CONTAMINACION DE LA DOCTRINA CATOLICA CON EL “PENSAMIENTO MODERNO”, INTRINSECAMENTE ANTICATOLICO.

La otra conocidísima y gravísima afirmación de Juan XXIII, repetida por él a los cardenales el 13 de enero de 1963, en el discurso del día de su cumpleaños, se relaciona con la renuncia pregonada a herir el error, con dicha abdicación inaudita:

«el espíritu cristiano, católico y apostólico de todos espera que se dé un paso adelante hacia una penetración doctrinal y una formación de las conciencias que esté en correspondencia más perfecta con la fidelidad a la auténtica doctrina, estudiando ésta y poniéndola en conformidad con los métodos de la investigación y con la expresión literaria que exigen los métodos actuales. Una cosa es la sustancia del depositum fidei, es decir, de las verdades que contiene nuestra venerada doctrina, y otra la manera como se expresa; y de ello ha de tenerse gran cuenta, con paciencia, si fuese necesario, ateniéndose a las normas y exigencias de un magisterio de carácter prevalentemente pastoral».



Estos conceptos los repitió expresamente el concilio en el decreto Unitatis Redintegratio sobre el ecumenismo.

El principio, otrora formulado por los liberales y los modernistas, según el cual la doctrina antigua debía revestirse de una forma nueva sacada del “pensamiento moderno”, había sido ya condenado expresamente por san Pío X (Pascendi 1907, § II, c; decreto Lamentabili, nn. 63 y 64: Denzinger 2064-5/ 3464-5) y por Pío XII (Humani Generis, AAS 1950, 565-566).

De ahí que el Papa Roncalli propusiera una doctrina ya condenada formalmente como herética por sus predecesores (en cuanto característica de la herejía modernista).

En efecto, no es posible aplicar a la doctrina católica las categorías del “pensamiento moderno”, el cual niega a priori, en todas sus formas, la existencia de una verdad absoluta, y para el cual todo es relativo al Hombre, único valor absoluto que reconoce, al que diviniza en todas sus manifestaciones (desde el instinto a la “conciencia de sí”); se trata, pues, de un pensamiento intrínsecamente opuesto a todas las verdades fundamentales del cristianismo, comenzando por la idea de un Dios creador, de un Dios viviente, que se reveló y encarnó, y terminando por el modo de entender la ética y la política.

Al proponer tamaña contaminación, Juan XXIII se revelaba discípulo del “método” de la Nouvelle Théologie neomodernista, condenada antaño por el magisterio.

Si al concilio le hubiese preocupado de veras la satisfacción de las necesidades de los tiempos, referidas a la misión salvífica de la Iglesia católica, habría debido investigar a fondo las condenas del pensamiento moderno que los Papas habían formulado en el pasado (desde Pío IX a Pío XII), en lugar de encarecer que la doctrina “auténtica” y “antigua” se “estudiara y expresara” en función del dicho pensamiento moderno.

• 3er ERROR: EL FIN DE LA IGLESIA ES LA “UNIDAD DEL GÉNERO HUMANO”

El tercer error estriba en la erección de la unidad del género humano en fin propio de la Iglesia:

«Venerables hermanos: esto es lo que se propone el concilio ecuménico Vaticano II, el cual, mientras agrupa las mejores energías de la Iglesia y se esfuerza en hacer que los hombres acojan con mayor solicitud el anuncio de la salvación, prepara y consolida ese camino hacia la unidad del género humano, que constituye el fundamento necesario para que la ciudad terrenal se organice a semejanza de la ciudad celeste, en la que, según san Agustín, reina la verdad, dicta la ley de la caridad y cuyas fronteras son la eternidad (cf. S. Agustín, Epist. 138, 3)».

A la “unidad del género humano” se la considera aquí el fundamento necesario (párese mientes en el adjetivo “necesario”) para que la “ciudad terrestre” se asemeje cada vez más a la “celeste”; pero lo cierto es que nunca se había enseñado en el pasado que la expansión de la Iglesia en este mundo necesitara de dicho fundamento, tanto más cuanto que la consecución de la unidad del género humano –unidad afirmada simpliciter por el Papa– es una idea-guía de la filosofía de la historia elaborada por el pensamiento laicista a partir del siglo XVIII, una componente esencial de la religión de la Humanidad, no de la religión católica.

El error consiste aquí en mezclar la visión católica con una idea ajena a ella tomada del pensamiento laicista, que la niega y contradice ex sese, puesto que el pensamiento en cuestión no aspira ciertamente a extender el reino de Dios (es decir, la parte de éste visible en la tierra o Iglesia militante), sino que anhela suplantar a la propia Iglesia por la Humanidad, convencido como está de la dignidad del hombre en cuanto hombre (porque no cree en el dogma del pecado original) y de sus presuntos “derechos”.

Así que los efectos deletéreos de la negativa a condenar los errores del siglo se hicieron sentir también, como por una especie de némesis, en el discurso que la propuso, visto que éste contiene con certeza uno de los errores del siglo por lo menos en compañía de otros dos, más propiamente teológicos.

ERRORES EN EL MENSAJE DE LOS PADRES CONCILIARES AL MUNDO

El mensaje al mundo transmitido en la inauguración del concilio (Monseñor Lefebvre fue uno de los pocos en criticarlo), contiene en miniatura la pastoral que se desarrollará ad abundantiam en la Gaudium et Spes, una pastoral en la cual el puesto principal se reserva para los “bienes humanos”, la “dignidad del hombre” en cuanto hombre, la “paz entre los pueblos” (invocada para no tener que convertirlos a Cristo):

«Y puesto que de los trabajos del concilio confiamos que aparezca más clara e intensa la luz de la fe, esperamos también una renovación espiritual, de la que proceda igualmente un impulso fecundo que fomente los bienes humanos, tales como los inventos de las ciencias, los adelantos de la técnica y una más dilatada difusión de la cultura».

Los “bienes humanos” están representados aquí por el progreso de la ciencia, del arte, de la técnica, de la cultura (entendida a la manera del siglo, según se infiere de Gaudium et Spes, arts. 60 a 62, cf. infra). ¿Debía el concilio preocuparse de eso? ¿Había de desear el incremento de tales “bienes”, meramente terrenales, caducos, a menudo falaces, en lugar de anhelar el aumento de los eternos, fundados en valores perennes, enseñados por la Iglesia a lo largo de los siglos? ¿Cómo asombrarse de que, por efecto de una pastoral de tal género, se abriera la grave crisis que todavía perdura en vez de verificarse un nuevo “esplendor” de la fe?

El error teológico en sentido propio se manifiesta después, en la conclusión del mensaje, allí donde se escribe:

«Por eso, humilde y ardientemente, invitamos a todos, no sólo a nuestros hermanos, a quienes servimos como pastores, sino también a todos los hermanos que creen en Cristo y a todos los hombres de buena voluntad (prescindiendo por ello de su religión personal) […] a que colaboren con nosotros para instaurar en el mundo una sociedad humana más recta y más fraterna», puesto que «el designio divino es tal que por la caridad brille ya de alguna manera el reino de Dios como prenda del reino eterno».

Esta no es la doctrina católica, para la cual “la prenda del reino eterno” en este mundo la constituye sólo y exclusivamente la Iglesia católica, la Iglesia visible, docente y discente, miembros terrenales del cuerpo místico de Cristo, que crece (con lentitud, pero lo hace) a despecho de la oposición del “príncipe de este mundo”: la Iglesia, no la unión de “todos los hombres de buena voluntad”, de todo el género humano, bajo el estandarte del “progreso”.

EJEMPLOS DE AMBIGÜEDADES Y CONTRADICCIONES EN LOS TEXTOS CONCILIARES

1. -Ambigüedades

Como ejemplos de ambigüedades graves y específicas, nos limitaremos aquí a recordar las que ya se han convertido en clásicas.

En la constitución dogmática Dei Verbum sobre la revelación divina (dogmática sólo porque se ocupa de verdades inherentes al dogma), las verdades de la fe sobre las dos fuentes paritarias de la revelación (Sagrada Escritura y Tradición), sobre la inerrancia absoluta de las Escrituras y sobre la historicidad plena y total de los evangelios se exponen de manera insuficiente a todas luces y poco clara (en los arts. 9, 11, 19 de DV), con una terminología que en un caso (art. 11) se presta a interpretaciones opuestas entre sí, una de las cuales puede reducir la inerrancia a sola la «verdad consignada en la Escritura con vistas a nuestra salvación» (lo que equivale a profesar una herejía, en resumidas cuentas, porque la inerrancia absoluta de la Sagrada Escritura, inclusive también la de los enunciados sobre hechos que contiene, es una verdad de fe mantenida y enseñada siempre por la Iglesia).

2. -Contradicciones

A título de ejemplo de contradicción patente, recordemos el art. 2 del decreto Perfectae Caritatis sobre la renovación de la vida religiosa, donde se dice que

«la renovación adecuada [accommodata] de la vida religiosa abarca a un tiempo, por una parte, la vuelta a las fuentes de toda vida cristiana y a la primitiva inspiración de los institutos, y por otra, una adaptación [aptationem] de los mismos a las diversas condiciones de los tiempos».

La contradicción salta a la vista, porque lo propio de la vida religiosa (a tenor de los tres votos de pobreza, castidad y obediencia) ha sido siempre el estar en antítesis perfecta con el mundo, corrompido por el pecado original, cuya figura es caduca y pasajera. ¿Cómo es posible, entonces, que la “vuelta a las fuentes”, a la “primitiva inspiración de los Institutos”, se verifique juntamente con su “adaptación a las diversas condiciones de los tiempos”, o por mejor decir, mediante dicha adaptación? La adaptación a tales “condiciones”, que son hoy las del mundo moderno secularizado, de cultura laicista, etc., impide de suyo “la vuelta a las fuentes”.
Otro ejemplo de contradicción: en el art.79 de la Gaudium et Spes se admite el derecho de los gobiernos a la “legítima defensa” para “defenderse con justicia” (ut populi iuste defendatur), lo cual parece sustancialmente conforme con la enseñanza tradicional de la Iglesia, que ha admitido siempre, a la hora de defenderse contra un ataque externo que interno, un tipo de “guerra justa”, conforme con los principios del derecho natural. No obstante, el art. 82 de la misma Gaudium et Spes contiene asimismo una «prohibición absoluta de la guerra» (De bello omnino interdicendo) y por ende, de todo tipo de guerra, sin exceptuar expresamente la guerra defensiva, justificada tres artículos más arriba, que por ello viene permitida y condenada a la vez por el concilio.
Un ejemplo más: también nos parece evidente que se da una contradicción tocante al tan cacareado mantenimiento del latín como lengua litúrgica. En efecto, el concilio ordena conservar (servetur) «el uso de la lengua latina en los ritos latinos» (Sacrosantum Concilium, 36, 1), pero al mismo tiempo concede “mayor cabida” en la liturgia a la lengua vulgar, según las normas y los casos fijados por el propio concilio (SC 36, 2).
Pero las normas de carácter general establecidas por el concilio atribuyen a las conferencias episcopales, en virtud de la facultad de experimentar nuevas formas litúrgicas (¡!) que se les concede, una competencia casi ilimitada en relación con la introducción de la lengua vernácula en el culto (SC 22 §2; 40-54).
Además, abundan los casos en que el concilio autoriza el uso –parcial o total– de la lengua nacional: en la administración de los sacramentos, de los sacramentales y en los ritos particulares (SC 63); en los ritos bautismales en los países de misión (SC 65); en la ordenación de los sacerdotes (SC 76); en el matrimonio (SC 77 y 78); en los rezos del Oficio Divino (SC 101), y en la solemne liturgia de la misa (SC 113). Más que de mantener el uso del latín, el concilio parece haberse preocupado de abrir el mayor número posible de cauces a la lengua vulgar, sentando así las premisas de su victoria definitiva en el postconcilio.

OMISIONES NOTABLES

Entre las omisiones del concilio, limitémonos a recordar las más notables.

1. En el plano dogmático:

1. No se condenan los errores del siglo.

2. Falta el concepto de lo sobrenatural y, correlativamente, toda mención del paraíso.

3. Brilla por su ausencia un tratamiento específico del infierno, al que se menciona tan solo una vez, y ésta de pasada (cf. Lumen Gentium, art. 58).

4. No figura mención alguna del dogma de la transubstanciación, ni del carácter propiciatorio del santo sacrificio, en la noción de la santa misa expuesta en el art. 47 de la SC, lo que se repite, p. ej., en el art. 106 de la misma constitución y en otros lugares (cf. infra, 30).

5. Tampoco se menciona en absoluto a los “pobres de espíritu”(peor aún: falta hasta su concepto).

2. En el plano espiritual:

1. En general, se advierte la omisión de cualquier rasgo específicamente católico en conceptos clave de la pastoral, relativos a las relaciones entre la Iglesia y el Estado, el tipo ideal del individuo, la familia, la cultura, etc. (Gaudium et Spes §§53, 74, 76, etc.; cf. infra).

2. No se condena el comunismo (hecho sobre el cual han corrido ríos de tinta). Dicha laguna se echa de ver en el siguiente pasaje de la Gaudium et Spes, que condena genéricamente el “totalitarismo”, poniéndolo en el mismo plano que la “dictadura”: «De todas formas es inhumano que la autoridad política caiga en formas totalitarias o en formas dictatoriales que lesionan gravemente los derechos de la persona o de los grupos sociales» (Gaudium et Spes, 75).

Idéntica laguna se nota también en el art. 79 de la misma constitución, en la cual se condenan métodos abominables como «aquellos con los que metódicamente se extermina a todo un pueblo, raza o minoría étnica. Lo cual hay que condenar vehementemente como crimen horrendo».

Tales “métodos” los vio aplicar el siglo XX varias veces, p.ej., contra los armenios cristianos, exterminados casi en un setenta y cinco por cien por los turcos musulmanes en los años que precedieron a la primera guerra mundial, y , por parte del nazismo neopagano, contra los judíos, cuyas vastas y florecientes comunidades de Europa centro-oriental fueron anonadadas; pero también vio a los comunistas aplicarlos al eliminar física y sistemáticamente al denominado “enemigo de clase”, es decir, a millones de individuos cuya culpa no era otra que la de pertenecer a una clase social determinada (aristocracia, burguesía, campesinado), que había de ser extirpada en nombre de la sociedad sin clases, fin utópico del comunismo. De ahí que, en la Gaudium et Spes §79, habría debido añadirse el genocidio de una clase social a los distintos tipos de exterminio mencionados; pero el ala “progresista”, que se impuso en el concilio, se guardó bien de hacerlo: en buena parte, se orientaba políticamente hacia la izquierda, y no quiso que se hablara, ni del marxismo como doctrina, ni del comunismo como realización práctica de aquél.

3. La falta de condena de la corrupción de las costumbres, del hedonismo, que ya comenzaba a difundirse en la sociedad occidental.

Tomado de: Radio Cristiandad
 
DE:http://congregacionobispoaloishudal.blogspot.com/2011/02/errores-del-concilio-vaticano-ii.html

Benedetto XVI alla Santa Messa e Rito di Ordinazione Episcopale (5 febbraio 2011)

 


OMELIA DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI

Sabato, 5 febbraio 2011

[Francese, Inglese, Italiano, Portoghese, Spagnolo, Tedesco]


Cari fratelli e sorelle!

Saluto con affetto questi cinque Fratelli Presbiteri che tra poco riceveranno l’Ordinazione Episcopale: Mons. Savio Hon Tai-Fai, Mons. Marcello Bartolucci, Mons. Celso Morga Iruzubieta, Mons. Antonio Guido Filipazzi e Mons. Edgar Peña Parra. Desidero esprimere loro la gratitudine mia e della Chiesa per il servizio svolto fino ad ora con generosità e dedizione e formulare l’invito ad accompagnarli con la preghiera nel ministero a cui sono chiamati nella Curia Romana e nelle Rappresentanze Pontificie come Successori degli Apostoli, perché siano sempre illuminati e guidati dallo Spirito Santo nella messe del Signore.

“La messe è abbondante, ma sono pochi gli operai! Pregate dunque il signore della messe, perché mandi operai nella sua messe!” (Lc 10,2). Questa parola dal Vangelo della Messa di oggi ci tocca particolarmente da vicino in quest’ora. È l’ora della missione: il Signore manda voi, cari amici, nella sua messe. Dovete cooperare in quell’incarico di cui parla il profeta Isaia nella prima lettura: “Il Signore mi ha mandato a portare il lieto annuncio ai miseri, a fasciare le piaghe dei cuori spezzati” (Is 61,1). È questo il lavoro per la messe nel campo di Dio, nel campo della storia umana: portare agli uomini la luce della verità, liberarli dalla povertà di verità, che è la vera tristezza e la vera povertà dell’uomo. Portare loro il lieto annuncio che non è soltanto parola, ma evento: Dio, Lui stesso, è venuto da noi. Egli ci prende per mano, ci trae verso l’alto, verso se stesso, e così il cuore spezzato viene risanato. Ringraziamo il Signore perché manda operai nella messe della storia del mondo. Ringraziamo perché manda voi, perché avete detto di sì e perché in quest’ora pronuncerete nuovamente il vostro “sì” all’essere operai del Signore per gli uomini.


“La messe è abbondante” – anche oggi, proprio oggi. Anche se può sembrare che grandi parti del mondo moderno, degli uomini di oggi, volgano le spalle a Dio e ritengano la fede una cosa del passato – esiste tuttavia l’anelito che finalmente vengano stabiliti la giustizia, l’amore, la pace, che povertà e sofferenza vengano superate, che gli uomini trovino la gioia. Tutto questo anelito è presente nel mondo di oggi, l’anelito verso ciò che è grande, verso ciò che è buono. È la nostalgia del Redentore, di Dio stesso, anche lì dove Egli viene negato. Proprio in quest’ora il lavoro nel campo di Dio è particolarmente urgente e proprio in quest’ora sentiamo in modo particolarmente doloroso la verità della parola di Gesù: “Sono pochi gli operai”. Al tempo stesso il Signore ci lascia capire che non possiamo essere semplicemente noi da soli a mandare operai nella sua messe; che non è una questione di management, della nostra propria capacità organizzativa. Gli operai per il campo della sua messe li può mandare solo Dio stesso. Ma Egli li vuole mandare attraverso la porta della nostra preghiera. Noi possiamo cooperare per la venuta degli operai, ma possiamo farlo solo cooperando con Dio. Così quest’ora del ringraziamento per il realizzarsi di un invio in missione è, in modo particolare, anche l’ora della preghiera: Signore, manda operai nella tua messe! Apri i cuori alla tua chiamata! Non permettere che la nostra supplica sia vana!

La liturgia della giornata odierna ci dà quindi due definizioni della vostra missione di Vescovi, di sacerdoti di Gesù Cristo: essere operai nella messe della storia del mondo con il compito di risanare aprendo le porte del mondo alla signoria di Dio, affinché la volontà di Dio sia fatta sulla terra come in cielo. E poi il nostro ministero viene descritto quale cooperazione alla missione di Gesù Cristo, quale partecipazione al dono dello Spirito Santo, dato a Lui in quanto Messia, il Figlio unto da Dio. La Lettera agli Ebrei – la seconda lettura – completa ancora questo a partire dall’immagine del sommo sacerdote Melchìsedek, che è un rinvio misterioso a Cristo, il vero Sommo Sacerdote, il Re di pace e di giustizia.

Ma vorrei anche dire qualcosa su come questo grande compito sia da svolgere nella pratica – su che cosa esiga concretamente da noi. Per la Settimana di Preghiera per l’Unità dei Cristiani, le Comunità cristiane di Gerusalemme avevano scelto quest’anno le parole degli Atti degli Apostoli, in cui san Luca vuole illustrare in modo normativo quali sono gli elementi fondamentali dell’esistenza cristiana nella comunione della Chiesa di Gesù Cristo. Si esprime così: “Erano perseveranti nell'insegnamento degli apostoli e nella comunione, nello spezzare il pane e nelle preghiere” (At 2,42). In questi quattro elementi portanti dell’essere della Chiesa è descritto al contempo anche il compito essenziale dei suoi Pastori. Tutti e quattro gli elementi sono tenuti insieme mediante l’espressione “erano perseveranti” – “erant perseverantes”: la Bibbia latina traduce così l’espressione greca προσκαρτερέω: la perseveranza, l’assiduità, appartiene all’essenza dell’essere cristiani ed è fondamentale per il compito dei Pastori, degli operai nella messe del Signore. Il Pastore non deve essere una canna di palude che si piega secondo il soffio del vento, un servo dello spirito del tempo. L’essere intrepido, il coraggio di opporsi alle correnti del momento appartiene in modo essenziale al compito del Pastore. Non deve essere una canna di palude, bensì – secondo l’immagine del Salmo primo – deve essere come un albero che ha radici profonde nelle quali sta saldo e ben fondato. Ciò non ha niente a che fare con la rigidità o l’inflessibilità. Solo dove c’è stabilità c’è anche crescita. Il cardinale Newman, il cui cammino fu marcato da tre conversioni, dice che vivere è trasformarsi. Ma le sue tre conversioni e le trasformazioni in esse avvenute sono tuttavia un unico cammino coerente: il cammino dell’obbedienza verso la verità, verso Dio; il cammino della vera continuità che proprio così fa progredire.

“Perseverare nell’insegnamento degli Apostoli” – la fede ha un contenuto concreto. Non è una spiritualità indeterminata, una sensazione indefinibile per la trascendenza. Dio ha agito e proprio Lui ha parlato. Ha realmente fatto qualcosa e ha realmente detto qualcosa. Certamente, la fede è, in primo luogo, un affidarsi a Dio, un rapporto vivo con Lui. Ma il Dio al quale ci affidiamo ha un volto e ci ha donato la sua Parola. Possiamo contare sulla stabilità della sua Parola. La Chiesa antica ha riassunto il nucleo essenziale dell’insegnamento degli Apostoli nella cosiddetta Regula fidei, che, in sostanza, è identica alle Professioni di Fede. È questo il fondamento attendibile, sul quale noi cristiani ci basiamo anche oggi. È la base sicura sulla quale possiamo costruire la casa della nostra fede, della nostra vita (cfr Mt 7,24ss). E di nuovo, la stabilità e la definitività di ciò che crediamo non significano rigidità. Giovanni della Croce ha paragonato il mondo della fede ad una miniera in cui scopriamo sempre nuovi tesori – tesori nei quali si sviluppa l’unica fede, la professione del Dio che si manifesta in Cristo. Come Pastori della Chiesa viviamo di questa fede e così possiamo anche annunciarla come il lieto messaggio che ci rende sicuri dell’amore di Dio e dell’essere noi amati da Lui.

Il secondo pilastro dell’esistenza ecclesiale, san Luca lo chiama κοινωνία – communio. Dopo il Concilio Vaticano II, questo termine è diventato una parola centrale della teologia e dell’annuncio, perché in esso, di fatto, si esprimono tutte le dimensioni dell’essere cristiani e della vita ecclesiale. Che cosa Luca voglia precisamente esprimere con tale parola in questo testo, non lo sappiamo. Possiamo quindi tranquillamente comprenderla in base al contesto globale del Nuovo Testamento e della Tradizione apostolica. Una prima grande definizione di communio l’ha data san Giovanni all’inizio della sua Prima Lettera: Quello che abbiamo veduto e udito, quello che le nostre mani hanno toccato, noi lo annunciamo a voi, perché anche voi abbiate communio con noi. E la nostra communio è comunione con il Padre e con il Figlio suo, Gesù Cristo (cfr 1Gv 1,1-4). Dio si è reso per noi visibile e toccabile e così ha creato una reale comunione con Lui stesso. Entriamo in tale comunione attraverso il credere e il vivere insieme con coloro che Lo hanno toccato. Con loro e tramite loro, noi stessi in certo qual modo Lo vediamo, e tocchiamo il Dio fattosi vicino. Così la dimensione orizzontale e quella verticale sono qui inscindibilmente intrecciate l’una con l’altra. Con lo stare in comunione con gli Apostoli, con lo stare nella loro fede, noi stessi stiamo in contatto con il Dio vivente. Cari amici, a tale scopo serve il ministero dei Vescovi: che questa catena della comunione non si interrompa. È questa l’essenza della Successione apostolica: conservare la comunione con coloro che hanno incontrato il Signore in modo visibile e tangibile e così tenere aperto il Cielo, la presenza di Dio in mezzo a noi. Solo mediante la comunione con i Successori degli Apostoli siamo anche in contatto con il Dio incarnato. Ma vale anche l’inverso: solo grazie alla comunione con Dio, solo grazie alla comunione con Gesù Cristo questa catena dei testimoni rimane unita. Vescovi non si è mai da soli, ci dice il Vaticano II, ma sempre soltanto nel collegio dei Vescovi. Questo, poi, non può rinchiudersi nel tempo della propria generazione. Alla collegialità appartiene l’intreccio di tutte le generazioni, la Chiesa vivente di tutti i tempi. Voi, cari Confratelli, avete la missione di conservare questa comunione cattolica. Sapete che il Signore ha incaricato san Pietro e i suoi successori di essere il centro di tale comunione, i garanti dello stare nella totalità della comunione apostolica e della sua fede. Offrite il vostro aiuto perché rimanga viva la gioia per la grande unità della Chiesa, per la comunione di tutti i luoghi e i tempi, per la comunione della fede che abbraccia il cielo e la terra. Vivete la communio, e vivete con il cuore, giorno per giorno, il suo centro più profondo in quel momento sacro, in cui il Signore stesso si dona nella santa Comunione.

Con ciò siamo già giunti al successivo elemento fondamentale dell’esistenza ecclesiale, menzionato da san Luca: lo spezzare il pane. Lo sguardo dell’Evangelista, a questo punto, torna indietro ai discepoli di Emmaus, che riconobbero il Signore dal gesto dello spezzare il pane. E da lì, lo sguardo torna ancora più indietro all’ora dell’Ultima Cena, in cui Gesù, nello spezzare il pane, distribuì se stesso, si fece pane per noi ed anticipò la sua morte e la sua risurrezione. Spezzare il pane – la santa Eucaristia è il centro della Chiesa e deve essere il centro del nostro essere cristiani e della nostra vita sacerdotale. Il Signore si dona a noi. Il Risorto entra nel mio intimo e vuole trasformarmi per farmi entrare in una profonda comunione con Lui. Così mi apre anche a tutti gli altri: noi, i molti, siamo un solo pane e un solo corpo, dice san Paolo (cfr 1Cor 10,17). Cerchiamo di celebrare l’Eucaristia con una dedizione, un fervore sempre più profondo, cerchiamo di impostare i nostri giorni secondo la sua misura, cerchiamo di lasciarci plasmare da essa. Spezzare il pane – con ciò è espresso insieme anche il condividere, il trasmettere il nostro amore agli altri. La dimensione sociale, il condividere non è un’appendice morale che s’aggiunge all’Eucaristia, ma è parte di essa. Ciò risulta chiaramente proprio dal versetto che negli Atti degli Apostoli segue a quello citato poc’anzi: “Tutti i credenti … avevano ogni cosa in comune”, dice San Luca (2,44). Stiamo attenti che la fede si esprima sempre nell’amore e nella giustizia degli uni verso gli altri e che la nostra prassi sociale sia ispirata dalla fede; che la fede sia vissuta nell’amore.


Come ultimo pilastro dell’esistenza ecclesiale, Luca menziona “le preghiere”. Egli parla al plurale: preghiere. Che cosa vuol dire con questo? Probabilmente pensa alla partecipazione della prima Comunità di Gerusalemme alle preghiere nel tempio, agli ordinamenti comuni della preghiera. Così si mette in luce una cosa importante. La preghiera, da una parte, deve essere molto personale, un unirmi nel più profondo a Dio. Deve essere la mia lotta con Lui, la mia ricerca di Lui, il mio ringraziamento per Lui e la mia gioia in Lui. Tuttavia, non è mai soltanto una cosa privata del mio “io” individuale, che non riguarda gli altri. Pregare è essenzialmente anche sempre un pregare nel “noi” dei figli di Dio. Solo in questo “noi” siamo figli del nostro Padre, che il Signore ci ha insegnato a pregare. Solo questo “noi” ci apre l’accesso al Padre. Da una parte, la nostra preghiera deve diventare sempre più personale, toccare e penetrare sempre più profondamente il nucleo del nostro “io”. Dall’altra, deve sempre nutrirsi della comunione degli oranti, dell’unità del Corpo di Cristo, per plasmarmi veramente a partire dall’amore di Dio. Così il pregare, in ultima analisi, non è un’attività tra le altre, un certo angolo del mio tempo. Pregare è la risposta all’imperativo che sta all’inizio del Canone nella Celebrazione eucaristica: Sursum corda – in alto i cuori! È l’ascendere della mia esistenza verso l’altezza di Dio. In san Gregorio Magno si trova una bella parola al riguardo. Egli ricorda che Gesù chiama Giovanni Battista una “lampada che arde e risplende” (Gv 5,35) e continua: “ardente per il desiderio celeste, risplendente per la parola. Quindi, affinché sia conservata la veridicità dell’annuncio, deve essere conservata l’altezza della vita” (Hom. in Ez. 1,11,7 CCL 142, 134). L’altezza, la misura alta della vita, che proprio oggi è così essenziale per la testimonianza in favore di Gesù Cristo, la possiamo trovare solo se nella preghiera ci lasciamo continuamente tirare da Lui verso la sua altezza.

Duc in altum (Lc 5,4) – Prendi il largo e gettate le reti per la pesca. Questo disse Gesù a Pietro e ai suoi compagni quando li chiamò a diventare “pescatori di uomini”. Duc in altum – Papa Giovanni Paolo II, nei suoi ultimi anni, ha ripreso con forza questa parola e l’ha proclamata a voce alta ai discepoli del Signore di oggi. Duc in altum – dice il Signore in quest’ora a voi, cari amici. Siete stati chiamati per incarichi che riguardano la Chiesa universale. Siete chiamati a gettare la rete del Vangelo nel mare agitato di questo tempo per ottenere l’adesione degli uomini a Cristo; per tirarli fuori, per così dire, dalle acque saline della morte e dal buio nel quale la luce del cielo non penetra. Dovete portarli sulla terra della vita, nella comunione con Gesù Cristo.

In un passo del primo libro della sua opera sulla Santissima Trinità, sant’Ilario di Poitiers prorompe improvvisamente in una preghiera: Per questo, dice, prego “affinché Tu gonfi le vele dispiegate della nostra fede e della nostra professione con il soffio del Tuo Spirito e mi spinga avanti nella traversata del mio annuncio” (I 37 CCL 62, 35s). Sì, per questo preghiamo in quest’ora per voi, cari amici. Dispiegate quindi le vele delle vostre anime, le vele della fede, della speranza, dell’amore, affinché lo Spirito Santo possa gonfiarle e concedervi un viaggio benedetto come pescatori di uomini nell’oceano del nostro tempo. Amen.

© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana
DE:maranatha:it

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Some Words on the Motu Propio and the Tridentine (Gregorian) Mass By Cardinal Hoyos, President Emeritus of the Ecclesia Dei Commission


mass1web


Cardinal Hoyos, Ecclesia  Dei
Cardinal Castrillón Hoyos is the president of the Vatican's Ecclesia Dei Commission, a commission originally started by Pope John Paul II to administer and manage the use of the Tridentine Mass. Pope Benedict XVI has kept Cardinal Hoyos in this position. On June 14, 2008, Cardinal Hoyos granted an interview to the press in London. Some highlights of his comments are presented here.
Reuters: In some parts of the world there is resistance by local bishops to allowing the faithful the freedom to celebrate the Extraordinary Form. What do you recommend that the faithful do?
Cardinal Hoyos: Be informed! Bishops and faithful do not understand the meaning of the Motu Proprio. Many of the difficulties come because they don’t know the reality of the Gregorian Rite - this is the just name for the Extraordinary Form, because this Mass was never prevented, never. Today for many bishops it is difficult because they don’t have priests who know Latin. Many seminaries give very few hours to Latin - not enough to give the necessary preparation to celebrate the Extraordinary Form well.

Others think that the Holy Father is going against the Second Vatican Council. That is absolute ignorance. The Fathers of the Council never celebrated a Mass other than the Gregorian one. It [the Novus Ordo] came after the Council... The Holy Father, who is a theologian and who was in the preparation for the Council, is acting exactly in the way of the Council, offering with freedom the different kinds of celebration. This celebration, the Gregorian one, was the celebration of the Church during more than a thousand years. Most of our saints grew out of this rite.

Others say one cannot celebrate with the back to the people. This is ridiculous. The Eucharist is offered to the Father. The Son of God has sacrificed Himself to the Father, with His face to the Father. It is not against the people. It is for the people. To face east is not lack of courtesy to the people.
Daily Telegraph: So would the Pope like to see many ordinary parishes making provision for the Gregorian Rite?
Cardinal Hoyos: All the parishes. Not many - all the parishes, because this is a gift of God. He offers these riches, and it is very important for new generations to know the past of the Church. This kind of worship is so noble, so beautiful - the deepest theologians’ way to express our faith. The worship, the music, the architecture, the painting, makes a whole that is a treasure. The Holy Father offers to all the people this possibility, not only the groups who demand it, but so that everybody knows this way of celebrating the Eucharist in the Catholic Church.
Daily Telegraph: What would be the practical steps for ordinary parishes [to prepare for the Gregorian Rite]?
Cardinal Hoyos: The parish priest should select an hour on Sundays to celebrate the Mass, and prepare the community with catechesis to understand it, to appreciate the power of the silence, the power of the sacred way in front of God, the deep theology, to discover how and why the priest represents the person of Christ and to pray with the priest.
The Tablet: Your Eminence, I think many Catholics are rather confused by this new emphasis on the Tridentine Rite, mainly because we were taught that the new Rite represented real progress, and many of us who have grown up with it see it as real progress, that there are Eucharistic ministers, women on the sanctuary, that we are all priests, prophets and kings. This new emphasis to many of us seems to deny that.
Cardinal Hoyos: What is progress? ‘Progredire’ means [offering] the best to God... I am surprised, because many young people are enthusiastic about the celebration of the Gregorian Rite.
The Tablet: Should it therefore supersede the new Rite? Should we go back?
Cardinal Hoyos: It is not going back: it is taking a treasure which is present, but was not provided.
Daily Telegraph: There is great enthusiasm among younger Catholics for the Extraordinary Form and they are deeply grateful to the Holy Father.
Cardinal Hoyos: Progress is important but what is it? Progress is discovering contemplation. Silence is needed. A person who has no time for silence is a poor person. The Holy Mass is sacrifice - Golgotha, Calvary, the Cross of Christ - contemplate this. This is freedom, redemption. This Victim will be our Judge. Sacrifice first, the meal afterwards.
The Tablet: Can this not be expressed in the new rite?
Cardinal Hoyos: Yes, but the forty years experience has not always been good. Many abandoned the sense of adoration. We are brothers but not saved as brothers. The sacrifice saves us. The mystery saves us. We sing because we are brothers. We sing because we are celebrating, but we keep silent because we are in front of the mystery. The new rite can express this, but so many abuses led to people and children abandoning the Mass and the Church. The Extraordinary Form is a Mass of signs, of the presence of God, of progress!
Daily Telegraph: Have we gone beyond the “stable group”?
Cardinal Hoyos: It’s a matter of common sense. In every bishop’s household there is a chapel and there are maybe three or four persons. This is a stable group... It is not possible to give two persons a Mass, but two here, two there, two elsewhere - they can have it. They are a stable group.
The Tablet: You mentioned abuses in the new rite post-Vatican II. What are they?
Cardinal Hoyos: So many. Priests celebrating in clown’s clothing with a wig and painted lips - a travesty. A priest celebrating Sunday Mass wearing a mini skirt. Another priest who invited a Protestant minister to celebrate the Eucharist. And another who introduced his wife and sons before celebrating Mass. There is an atmosphere which makes for abuses and that must be changed. In my poor opinion the new presence of the Gregorian Rite will help us to take seriously the identity of our Faith, respecting all the other ways of thinking but keeping strongly our identity with Christ, with Christ in Calvary, with Christ in Golgotha, with Christ offering His blood for our salvation.
The entire interview can be read here.

El reto de la reforma del papa Benedicto XVI : desde una convicción seria y de antigua data está procediendo suaviter sed fortiter por un camino que no es nada fácil.

 

Suaviter sed fortiter...
Sin duda una de las obras por las que pasará a la Historia de la Iglesia Benedicto XVI será su reforma litúrgica, un proceso que podemos rastrear ya en sus prolegómenos en los libros, artículos, entrevistas y conferencias en los que, siendo cardenal Joseph Ratzinger, habló del tema. El Papa no ha improvisado nada ni, si se nos permite el lenguaje gráfico, ha sacado conejos de la chistera. Por el contrario, desde una convicción seria y de antigua data está procediendo suaviter sed fortiter por un camino que no es nada fácil. Suavidad en los modos y energía en las decisiones. Es el estilo personal de un pontífice que es consciente de que ya no estamos en los tiempos de disciplina monolítica de Pío XII, que supo de los sufrimientos de Pablo VI por imponer su autoridad en un mundo eclesial contestatario que se le había ido de las manos, y que quiere, a diferencia del brillante y carismático Juan Pablo II (a cuya sombra vivió durante casi un cuarto de siglo), ocuparse personal y eficazmente de los problemas de la Iglesia a riesgo de la impopularidad.

Durante cuatro décadas se operó una substitución forzosa de la liturgia romana clásica (la misma en la que se habían celebrado la gran mayoría de actos de culto que tuvieron lugar durante el Concilio Vaticano II) por una nueva liturgia fabricada por el Consilium ad exsequendam Constitutionem de Sacra Liturgia, organismo extrañamente autónomo, que aplicó al rito romano los principios del Movimiento Litúrgico, aunque no el de Dom Guéranger, san Pío X y Pío XII, sino el ecumenista y neo-modernista de Dom Lambert Beaudoin. Pablo VI rubricó la reforma litúrgica postconciliar y la avaló con su autoridad, lo cual nos garantiza que, al menos, se trata de ritos válidos, legítimos y capaces de santificar a los fieles. Como muy bien sostuvo Michael Davies en una célebre controversia sobre este asunto, negar validez y eficacia a la misa y los sacramentos celebrados de acuerdo con los libros de esa reforma equivaldría a negar el dogma de la indefectibilidad de la Iglesia, que habría dejado a sus hijos en el desamparo espiritual más absoluto, privándoles de los medios ordinarios de la gracia.
La soledad de un Papa


Pablo VI promulgó, por ejemplo, el nuevo rito de la misa en 1969 sin hacer constar la voluntad de abrogar el antiguo, vigente hasta entonces (aunque progresivamente mutilado y modificado en vistas a la reforma). Sin embargo, tanto desde la Curia Romana, como desde las diferentes curias episcopales de todo el mundo, así como desde las casas-madre de órdenes y congregaciones religiosas, se dio por sentado que el Misal de San Pío V-Beato Juan XXIII (pío-joaneo) había dejado de tener vigencia y, por lo tanto, era obligatoria la adopción del Misal paulino o Novus Ordo, actuándose en consecuencia. Fue muy duro para muchos sacerdotes, seculares y religiosos, tener que abandonar el rito venerable de su ordenación simplemente en virtud de una supuesta debida obediencia (al obispo, al superior, y, en última instancia al Papa), que no era otra cosa que un simple argumentum baculinum. Sólo una minoría rehusó plegarse, invocando la Tradición y el indulto perpetuo de la bula Quo primum de 1570 (con la que san Pío V había promulgado su misal). Algunos, desgraciadamente, desembocaron en posiciones extremistas y fanáticas (como el sedevacantismo), que redundaron en desedificación y escándalo de los fieles.

Pero también por el otro lado se daba ocasión a lo mismo. La crisis postconciliar trajo consigo un movimiento de contestación sistemática en el seno mismo de la Iglesia, en desafío a la autoridad legítima, incluso la del Romano Pontífice. Menudearon los abusos en materia litúrgica rebasando ampliamente el límite de lo tolerable, hasta el punto que cabía preguntarse en no pocos casos si las celebraciones que tenían lugar en las parroquias y santuarios podían llamarse católicas. Un ostracismo atroz se hizo pesar sobre los fieles que se negaban a aceptar este estado de cosas y que eran objeto de reprimendas, de irrisión y de postergación. Salvo por unas pocas organizaciones seglares que venían operando ya desde los preludios de la reforma (como UNA VOCE, fundada en 1967, aunque en acción desde 1965), el panorama para ellos era desolador y desalentador, condenados como estaban a la soledad y el acoso, y, sobre todo, a la privación del tesoro del que habían disfrutado siempre. Ni siquiera podían reivindicar una celebración digna del nuevo rito, so pena de caer bajo sospecha de integrismo. Sobre todo cuando, a partir de 1976, con la famosa “Misa de Lille”, Mons. Marcel Lefebvre, un antiguo arzobispo misionero, dio relieve mediático a la cuestión litúrgica, hasta entonces objeto de silenciamiento (porque, claro, se daba por sentado que la reforma litúrgica postconciliar gozaba de un consenso generalizado y era todo un éxito, aunque las estadísticas estuvieran allí para desmentirlo).

Hubo, pues, una auténtica “guerra litúrgica”, en la cual uno de los bandos tenía todas las ventajas y se imponía de manera dictatorial, mientras el otro debía resignarse a la resistencia para poder sobrevivir. Los años Setenta y Ochenta fueron de abierta beligerancia. Juan Pablo II, llegado al sacro solio en 1978, creyó que la situación no podía prolongarse: no le gustaban las rebeldías progresistas ni los extremismos de signo contrario, porque ambas actitudes ponían en entredicho la unidad de la Iglesia y la fidelidad a Pedro. Pero se había ido demasiado lejos y había que actuar cautelosamente para no forzar situaciones y enconar aún más los enfrentamientos. En 1980, en su carta del Jueves Santo, pidió perdón a título personal y en nombre de todos los obispos, por los escándalos en materia litúrgica. Más tarde, en 1984, dio un tímido paso –pero muy valioso– hacia el cese de la práctica proscripción del rito romano clásico, en forma de indulto para poder celebrar según él la misa, aunque con restricciones y bajo condiciones de excepción, dejando en manos de los obispos su concesión. Como la medida se reveló prácticamente ineficaz, en 1986 reunió a una comisión de cardenales para estudiar una más amplia aplicación del indulto. El dictamen de los purpurados fue a favor de la liberalización del rito clásico, pero de momento no se puso en práctica.

Relevo de papas

La consagración de obispos sin provisión canónica ni mandato de la Santa Sede por Mons. Lefebvre precipitó los acontecimientos de un asunto que el Papa hubiera querido que discurriera por vías menos perentorias. Así, el 2 de julio de 1988 declaraba la excomunión en la que habían incurrido ipso facto formalmente los obispos implicados y, al mismo tiempo, establecía la Pontificia Comisión Ecclesia Dei como dicasterio autónomo de la Curia Romana para regularizar la situación de institutos y fieles “vinculados a algunas precedentes formas litúrgicas y disciplinares de la tradición latina” sin que tuvieran que renunciar a las que eran llamadas “justas aspiraciones”. El Papa disponía que se respetase su sensibilidad “por medio de una amplia y generosa aplicación” del indulto de 1984. Hay que decir, no obstante, que a pesar de la indudable buena voluntad del Papa, fuera de los círculos interesados, la misa romana clásica siguió siendo tabú hasta hace pocos años. El cardenal Stickler confió una vez que sabía que Juan Pablo II la quería liberalizar totalmente, pero no se atrevía por temor a que se le acusase torcidamente de desautorizar a su predecesor Pablo VI, el papa de la reforma litúrgica. En este sentido, Karol Wojtyla se sentía hipotecado por el pasado reciente.

El cardenal Ratzinger fue testigo de primerísima mano y hasta protagonista de todas estas circunstancias. Fue él, por ejemplo, quien llevó por parte de la Santa Sede, las negociaciones con Mons. Lefebvre antes de la ruptura de 1988. Algunos, sin embargo, recordando su condición de peritus del cardenal Frings de Colonia –del ala vanguardista, llamada de los obispos del Rin– durante el Concilio, no le concedían credibilidad ni se fiaban de él, considerándolo un liberal en el fondo, a pesar de la impecable trayectoria de ortodoxia al frente de la Congregación para la Doctrina de la Fe. En realidad, Joseph Ratzinger nunca lo ha sido. Admitió nuevos métodos y nuevas perspectivas de investigación teológica y se ha mantenido siempre en diálogo con la cultura moderna, pero supo esquivar las tentaciones contemporizadoras y las tendencias desacralizantes a las que sucumbieron otros teólogos. Y ello lo hizo sin forzar sus convicciones, sin suscitar polémicas, sin juzgar a las personas: por puro amor de la Verdad, de la cual se declara cooperador (como rezaba su lema episcopal).

Muchos creían que el de Benedicto XVI iba a ser una mera continuidad del largo y denso pontificado wojtyliano y que su elección fue simplemente un compromiso para mejor preparar la transición hacia algo totalmente diferente (un poco como lo fue la del beato Juan XXIII cuando sucedió al formidable Pío XII). Afortunadamente se han equivocado. Y así ha sido porque no conocían la verdadera personalidad de Joseph Ratzinger, un hombre afable donde los haya, pero con las ideas muy claras y un gran sentido de Iglesia, que le hace trascender a veces las consideraciones de oportunidad. Y es que él sabe muy bien que si se espera ser oportuno puede uno tener que esperar indefinidamente y no hacer al final nada. Y eso es a lo que no está dispuesto este pontífice, que es consciente que la vida de los católicos no puede hundirse en el marasmo del conformismo y de un beato y falso optimismo. Por eso no le han dolido prendas a la hora de tocar puntos particularmente sensibles ni le han temblado las manos cuando ha sido cuestión de “pelar la patata caliente” (recuérdese su vigorosa reacción de tolerancia cero frente a la pederastia entre el clero), aun a riesgo de no ser inmediatamente comprendido.
Cooperador de la Verdad


La justeza de su modo de obrar ha podido comprobarse con el pasar del tiempo. ¿Quién no recuerda la avalancha de críticas por su ya célebre lectio magistralis de Ratisbona, llegando a ser acusado de provocar a los musulmanes? Sin embargo, lejos de las temidas represalias, la intervención del Papa acabó recabando el apoyo de importantes intelectuales del mundo islámico, que concordaban con él en la necesidad de la razón como reguladora del diálogo entre las religiones y el rechazo de la violencia. También se le acusó a Benedicto XVI de inoportuno al hablar del uso del preservativo en África, el continente más castigado por el SIDA, pero hete aquí que no sólo los obispos, sino también muchos colectivos africanos no necesariamente ligados a la Iglesia Católica, asumieron la defensa del Santo Padre. Hay que decir que, con su personal estilo, el papa Ratzinger ha conseguido cosas hasta hace poco consideradas poco menos que improbables: el avance del diálogo ecuménico con los ortodoxos, la recepción en el seno de la Iglesia de una parte del anglicanismo y –lo que más de cerca nos toca– el principio de una pax liturgica en la Iglesia.

Benedicto XVI no entró a saco en el Palacio Apostólico vaticano ni lo revolucionó todo para imponer sus puntos de vista. Sabe perfectamente que las revoluciones drásticas suelen ser contraproducentes, devoran a sus hijos y sólo logran que las cosas, en el fondo, continúen igual que antes. Por eso ha ido poco a poco, utilizando la persuasión y el buen ejemplo, para llevar adelante su reforma litúrgica. La liberalización del rito romano clásico era algo esperado, pero no faltaban los impacientes, que deseaban una manifestación categórica y tajante del Papa a favor de una irrestricta restauración universal de la liturgia antigua. Para impaciencia de los que lo esperaban como agua de mayo, el documento tardó más de un año siendo a cada paso anunciado como inminente. Con ello no se hacía más que exacerbar los ánimos de unos y otros (los llamados progresistas temían lo peor: una vuelta atrás, una anulación de la reforma postconciliar). No comprendían que Joseph Ratzinger estaba haciendo uso de su gran sabiduría e infinita paciencia para explicar a los obispos el porqué y los alcances de una medida que podía no serle grata a una buena parte de ellos. Finalmente, cuando el 7 de julio de 2007 fue publicado el motu proprio Summorum Pontificum, se disiparon todas las dudas y cábalas: la liturgia romana clásica nunca fue abrogada y, por consiguiente, su celebración es lícita, aunque, dadas las circunstancias de hecho, dentro de unos cauces fijados por el Papa y que no podían ser más razonables (por ejemplo, el requisito de un “grupo estable” para la celebración regular pública con el Misal de 1962, que está pensado para que los fieles se comprometan verdaderamente en ella y no la pidan sólo por frivolidad o mero gusto personal).

Benedicto XVI, además, zanjaba definitivamente la cuestión de una supuesta oposición de la liturgia tradicional y la reformada, haciendo de ellas no dos ritos distintos, sino dos formas, dos usos distintos (no contradictorios) de un mismo rito, que no sólo no deben alzarse el uno contra el otro, sino beneficiarse mutuamente: el usus antiquior con la mayor variedad de ciertas plegarias del usus novior y éste con el mayor sentido de sacralidad presente en el primero. Recientemente, el cardenal Antonio Cañizares (foto) presentó al Papa un volumen que, bajo el título de Compendium Eucharisticum, publicó la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos (que él preside como prefecto). En él se recogen, además de textos doctrinales, los textos litúrgicos – tanto de la misa como del oficio– de las dos formas del rito romano, y ello para contribuir a una mejor y más profunda comprensión, celebración y adoración del Santísimo Sacramento del Altar. Pues bien, el propio cardenal Cañizares ha propuesto de ejemplo el Compendium Eucharisticum como el texto que refleja el principio de complementariedad y mutuo enriquecimiento de los dos usos que se espera cale en el ánimo de todos, fieles y sacerdotes.

Un libro de referencia según el espíritu
del motu proprio Summorum Pontificum


Pero para que el espíritu del motu proprio acabara prevaleciendo sobre todas las reservas y contradicciones (que las ha habido en amplios sectores del episcopado y de los fieles), el Papa decidió dar ejemplo en su propia casa, introduciendo la hermenéutica de la continuidad en las celebraciones litúrgicas pontificias. Para ello era necesario prescindir de un hombre demasiado vinculado a la línea rupturista con la Tradición y que durante veinte años había ejercido una suerte de autocracia desde su puesto como ceremoniero papal en la línea de Mons. Bugnini, el artífice de la reforma postconciliar, del cual era criatura (como Mons. Pere Tena, obispo auxiliar emérito de Barcelona): Mons. Piero Marini, responsable de los horrores estéticos perpetrados en los últimos años de Juan Pablo II. Hay que reconocer, sin embargo, que en esto fue precedido por su maestro y mentor y por Mons. Virgilio Noè y John Magee, los cuales se dedicaron, con celo digno de mejor causa, a desmantelar la otrora hermosa y rica liturgia papal pacientemente formada desde la época de las misas estacionales romanas, pasando por Burcardo y Paris de Grassis, hasta llegar al exacto y esmeradísimo Mons. Enrico Dante.

El papa Benedicto usó de un tacto exquisito para no hacer ver que la substitución de Mons. Piero Marini era un despido, hiriendo así su amor propio, pero su voluntad de cambio de dirección en la capilla papal quedó patente con el nombramiento de su sucesor y colombroño: Mons. Guido Marini, hombre formado en la escuela del cardenal Siri (ejemplo de prelado conciliar pero en continuidad con la Tradición). Desde entonces las celebraciones del Romano Pontífice han ganado en sentido de lo sagrado, en teotropismo, en reverencia y en belleza plástica y musical. Mons. Guido Marini ha devuelto a la cruz su centralidad en el altar, ha hecho celebrar al Papa ad orientem, ha restaurado la comunión de rodillas y sobre la lengua en sus misas, le ha proporcionado ornamentos y otros elementos del culto que el Arte al servicio de la Religión había producido y que corrían el riesgo de convertirse irremisiblemente en piezas de museo, vaciados del propósito con el que fueron fabricados (la gloria divina) y, en muchos, casos, donados por los fieles. Benedicto XVI ha dado con ello una magnífica catequesis sobre cómo lo antiguo puede armonizarse con lo nuevo y constituir con él un elemento valioso de alabanza y honor a Dios mediante el culto a Él tributado. Ha sido, desde luego, la mejor manera de promocionar Summorum Pontificum, sin imposiciones arbitrarias, evitando la controversia estéril y procurando no herir susceptibilidades.

Un fiel intérprete del Papa

Poco a poco lo que en principio fue una recepción con muchas reticencias va cediendo a favor de una actitud más positiva y abierta, gracias a la paciencia, delicadeza y perseverancia del Santo Padre y a la fiabilidad de los colaboradores que va colocando en puestos clave de la Curia Romana: el ya citado cardenal Cañizares, Mons. Guido Pozzo como secretario de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei, Mons. Nicola Bux y otros. Por no hablar de los que ha tenido anteriormente y que han sido verdaderos puntales para la difusión del motu proprio, como el cardenal Castrillón Hoyos (foto arriba), presidente emérito de Ecclesia Dei, Mons. Ranjith (que marchó de Roma para ser Arzobispo de Colombo después de casi cuatro años de fructífera y valiente trayectoria como secretario del Culto Divino) y Mons. Camille Perl, vicepresidente de Ecclesia Dei antes de su reestructuración. No se puede soslayar, por otra parte, el hecho del influjo positivo que tienen algunos de las recientes preconizaciones episcopales, habiendo sido promovidos prelados de acreditada fidelidad al Papa y simpatía hacia su reforma litúrgica. Es cierto que aún subsisten en muchas partes reparos y obstrucciones (en España, por ejemplo, quizás el país Europeo de ámbito latino junto con Portugal, donde Summorum Pontificum se ha aplicado menos que en los demás y, en buena parte, por la resistencia pasiva de los obispos, en algún caso incluso activa).

Pero hay razones para la esperanza: los sacerdotes y seglares jóvenes. Ellos, que no han vivido las tristes polémicas del pasado y no están condicionados por prejuicios y preconceptos, descubren espontáneamente la belleza del culto, los tesoros de la Tradición litúrgica de la Iglesia (ejemplos de ello son las organizaciones Juventutem y Giovani e Tradizione). Internet ha permitido la accesibilidad sin censura a la información y ya a nadie en los seminarios o en las casas de formación católicas se le puede ocultar la realidad. De esta manera, los jóvenes clérigos se ven frente a cosas que les gustan y les atraen y no comprenden cómo se pudo llegar en el pasado a privar de ellas a sus mayores. Y todo con patente injusticia, ya que, como auténticamente interpretó Benedicto XVI, la liturgia romana clásica nunca fue abrogada. Comprenden la verdad que hay en que lo que fue en el pasado una riqueza para la Iglesia sigue siendo una riqueza para las nuevas generaciones. Esta sintonía de los jóvenes con el Papa –un anciano de 83 años que les habla claro sin necesidad de halagar sus gustos– es uno de los grandes logros de un pontificado que los actuales “profetas de calamidades” (para parafrasear al beato Juan XXIII) pronosticaban retrógrado y tenebroso.

El Papa y los jóvenes en sintonía


Hay mucho trabajo por hacer. Se habla cada vez más de la “reforma de la reforma”, que hará efectivo el mutuo enriquecimiento deseado por Benedicto XVI para las dos formas del único rito romano. Y eso está bien, porque es necesario volver a la noción de liturgia como algo vivo y dinámico, que crece, se desarrolla y se enriquece continuamente, que evoluciona homogéneamente (según el valioso concepto del P. Marín Solá para el dogma) y que en cada época rinde los frutos adecuados. La liturgia católica no es un fósil y esto vale para unos y para otros, para los que siguen el Misal del beato Juan XXIII y para los que siguen el de Pablo VI. Hay quienes no quieren de ningún modo tocar nada de lo que ya ha sido establecido en ambos, pero se equivocan. La vida de la Iglesia no se detuvo en 1962. Entre esa fecha y nosotros hay de por medio un concilio ecuménico tan válido como el que más y tan vinculante (según las distintas categorías de sus documentos) como los veinte anteriores. La cuestión está en recibirlo de acuerdo con una hermenéutica de continuidad con la Tradición. Hay aportes muy valiosos y atendibles en su Constitución Sacrosanctum Concilium, la cual en muchos puntos retoma el magisterio sublime de Pío XII (especialmente el de la encíclica Mediator Dei). Pero la vida de la Iglesia tampoco puede detenerse en la euforia, muchas veces imprudente e insensata, del inmediato postconcilio y de su reforma litúrgica. El tiempo ha venido a darle un triste mentís. Los resultados no han sido los esperados y ello implica que hay que enmendar y hacerlo sin falsos respetos ni dependencias engañosas. Afortunadamente, tenemos a Benedicto XVI, a quien Dios guarde muchos años. Estamos, pues, en las mejores manos.

FONTE:ROMA AETERNA