IMACULADA CONCEIÇÃO - Ó Mãe de Deus, vos celebramos como Templo vivo!
IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Ó Mãe de Deus, vos celebramos como Templo vivo!
“Cantando vosso Filho, ó Mãe de Deus, todos vos celebramos como Templo vivo. Em vosso seio habitou o Senhor. Quem, nas próprias mãos, acolhe o universo, vos fez santa e rica de glória.
A todos ensinou a cantar: ‘Ave, Morada de Deus Pai e do Verbo! Ave, Santa maior que todos os santos! Ave, Arca revestida de ouro pelo Espírito Santo! Ave, Tesouro inexaurível de vida! Ave, Honra dos santos sacerdotes! Ave, inabalável Torre da Igreja! Ave, por Vós se exaltam os troféus! Ave, por Vós caem os inimigos! Ave, Saúde de meu corpo! Ave, de minha alma, salvação!
Ó Mãe, digna de todos os cantares, Genitora do Santíssimo Verbo mais santo do que todos os santos, recebei agora nossa oferta. A todos livrai de toda desventura, riscai da pena futura todos os que juntos proclamamos: Aleluia!”.
Romano, o Melódio
Hino Acatístico, 234
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Ó Mãe de Deus, vos celebramos como Templo vivo!
“Cantando vosso Filho, ó Mãe de Deus, todos vos celebramos como Templo vivo. Em vosso seio habitou o Senhor. Quem, nas próprias mãos, acolhe o universo, vos fez santa e rica de glória.
A todos ensinou a cantar: ‘Ave, Morada de Deus Pai e do Verbo! Ave, Santa maior que todos os santos! Ave, Arca revestida de ouro pelo Espírito Santo! Ave, Tesouro inexaurível de vida! Ave, Honra dos santos sacerdotes! Ave, inabalável Torre da Igreja! Ave, por Vós se exaltam os troféus! Ave, por Vós caem os inimigos! Ave, Saúde de meu corpo! Ave, de minha alma, salvação!
Ó Mãe, digna de todos os cantares, Genitora do Santíssimo Verbo mais santo do que todos os santos, recebei agora nossa oferta. A todos livrai de toda desventura, riscai da pena futura todos os que juntos proclamamos: Aleluia!”.
Romano, o Melódio
Hino Acatístico, 234
IMACULADA CONCEIÇÃO – Câmara nupcial do Espírito, cidade do Deus vivo
IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Câmara nupcial do Espírito, cidade do Deus vivo
Hoje sopraram as brisas anunciadoras da alegria universal. Dá louvores, ó céu! Fica feliz, ó terra! (Is 49, 13). Que a natureza inteira exulte: vem ao mundo a ovelha pela qual o pastor revestirá o cordeiro e rasgará as túnicas da antiga mortalidade! Celebremos uma festa para a Mãe de Deus.
Canta, ó Ana estéril, tu que não mais dais à luz! Explode de alegria e dá vivas, tu que já não tens as dores do parto! (Is 54, 1).
Regozija-te, Joaquim, pois de tua filha, nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, isto é, da salvação do universo, Deus Forte (Is 9, 5).
Se o menino é Deus, como não será Mãe de Deus aquela que o põe no mundo? “Quem não reconhece a Santíssima Virgem como Mãe de Deus, está separado da divindade”. Não é minha esta afirmação, mas ela me pertence; recebi-a como preciosa herança teológica de meu pai, Gregório, o Teólogo. Hoje é o começo da salvação para o mundo, porque no rebanho do Senhor nasce a Mãe de Deus, da qual quis nascer o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Hoje o Criador de todas as coisas, o Verbo divino, compôs um cântico novo, saído do coração do Pai, para ser escrito com uma pluma pelo Espírito, que é a linguagem de Deus.
Filha digna de Deus, beleza da natureza humana, reabilitação de Eva, nossa primeira mãe, Filha sempre virgem que pudeste conceber sem a intervenção humana, pois aquele que geraste tem um Pai eterno. Filha da raça humana que carregaste nos braços o Criador.
De fato, és mais preciosa que toda a criação, pois somente contigo o Criador partilhou as primícias de nossa humanidade. Sua carne foi feita de tua carne, seu sangue, do teu sangue; Deus se alimentou do teu leite, teus lábios tocaram os lábios de Deus. Na presciência da tua dignidade, o Deus do universo te amou; como te amou, te predestinou, e nos últimos tempos te chamou à existência e te estabeleceu mãe para dar à luz um Deus e alimentar seu próprio Filho, o Verbo. Por todo o teu ser és a câmara nupcial do Espírito, a cidade do Deus vivo, toda bela e próxima de Deus, alegrada pelas torrentes do rio que são as ondas dos carismas do Espírito.
Virgem cheia da graça divina, templo santo de Deus, teu adorno não é de ouro nem de pedras mortas, mas é o Espírito quem te confere um esplendor bem maior que o do ouro. Como jóia tens a pérola mais preciosa, a chama da divindade: Cristo.
Deus Santo é o Pai que, em seu desígnio, quis que se cumprisse em ti o mistério que predestinara antes dos séculos.
Santo e Forte é o Filho unigênito de Deus, que te fez nascer para nascer de ti como Filho único de uma Virgem Mãe, primogênito de uma multidão de irmãos, semelhante a nós e participante, por teu intermédio, de nossa carne e de nosso sangue.
Santo e Imortal é o Espírito de toda santidade, que pelo orvalho de sua divindade te resguardou do fogo divino, que a sarça ardente de Moisés prefigurava. Amém! Amém!
Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre (Lc 1, 28.42), Jesus Cristo, o Filho de Deus. A ele, a glória pelos séculos dos séculos.
São João Damasceno
Homilia 6 in Nativitate Beatæ Mariæ Virginis, 4-12
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Câmara nupcial do Espírito, cidade do Deus vivo
Hoje sopraram as brisas anunciadoras da alegria universal. Dá louvores, ó céu! Fica feliz, ó terra! (Is 49, 13). Que a natureza inteira exulte: vem ao mundo a ovelha pela qual o pastor revestirá o cordeiro e rasgará as túnicas da antiga mortalidade! Celebremos uma festa para a Mãe de Deus.
Canta, ó Ana estéril, tu que não mais dais à luz! Explode de alegria e dá vivas, tu que já não tens as dores do parto! (Is 54, 1).
Regozija-te, Joaquim, pois de tua filha, nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, isto é, da salvação do universo, Deus Forte (Is 9, 5).
Se o menino é Deus, como não será Mãe de Deus aquela que o põe no mundo? “Quem não reconhece a Santíssima Virgem como Mãe de Deus, está separado da divindade”. Não é minha esta afirmação, mas ela me pertence; recebi-a como preciosa herança teológica de meu pai, Gregório, o Teólogo. Hoje é o começo da salvação para o mundo, porque no rebanho do Senhor nasce a Mãe de Deus, da qual quis nascer o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Hoje o Criador de todas as coisas, o Verbo divino, compôs um cântico novo, saído do coração do Pai, para ser escrito com uma pluma pelo Espírito, que é a linguagem de Deus.
Filha digna de Deus, beleza da natureza humana, reabilitação de Eva, nossa primeira mãe, Filha sempre virgem que pudeste conceber sem a intervenção humana, pois aquele que geraste tem um Pai eterno. Filha da raça humana que carregaste nos braços o Criador.
De fato, és mais preciosa que toda a criação, pois somente contigo o Criador partilhou as primícias de nossa humanidade. Sua carne foi feita de tua carne, seu sangue, do teu sangue; Deus se alimentou do teu leite, teus lábios tocaram os lábios de Deus. Na presciência da tua dignidade, o Deus do universo te amou; como te amou, te predestinou, e nos últimos tempos te chamou à existência e te estabeleceu mãe para dar à luz um Deus e alimentar seu próprio Filho, o Verbo. Por todo o teu ser és a câmara nupcial do Espírito, a cidade do Deus vivo, toda bela e próxima de Deus, alegrada pelas torrentes do rio que são as ondas dos carismas do Espírito.
Virgem cheia da graça divina, templo santo de Deus, teu adorno não é de ouro nem de pedras mortas, mas é o Espírito quem te confere um esplendor bem maior que o do ouro. Como jóia tens a pérola mais preciosa, a chama da divindade: Cristo.
Deus Santo é o Pai que, em seu desígnio, quis que se cumprisse em ti o mistério que predestinara antes dos séculos.
Santo e Forte é o Filho unigênito de Deus, que te fez nascer para nascer de ti como Filho único de uma Virgem Mãe, primogênito de uma multidão de irmãos, semelhante a nós e participante, por teu intermédio, de nossa carne e de nosso sangue.
Santo e Imortal é o Espírito de toda santidade, que pelo orvalho de sua divindade te resguardou do fogo divino, que a sarça ardente de Moisés prefigurava. Amém! Amém!
Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre (Lc 1, 28.42), Jesus Cristo, o Filho de Deus. A ele, a glória pelos séculos dos séculos.
São João Damasceno
Homilia 6 in Nativitate Beatæ Mariæ Virginis, 4-12
IMACULADA CONCEIÇÃO – Maria, Estrela da esperança, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco
IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Maria, Estrela da esperança, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco
Com um hino do século VIII/IX, portanto com mais de mil anos, a Igreja saúda Maria, a Mãe de Deus, como « Estrela do mar »: Ave maris stella. A vida humana é um caminho. Rumo a qual meta? Como achamos o itinerário a seguir? A vida é como uma viagem no mar da história, com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por antonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas, para chegar até Ele precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida da luz d'Ele e oferecem, assim, orientação para a nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança? Ela que, pelo seu « sim », abriu ao próprio Deus a porta do nosso mundo; Ela que Se tornou a Arca da Aliança viva, onde Deus Se fez carne, tornou-Se um de nós e estabeleceu a sua tenda no meio de nós (cf. Jo 1,14).
Por isso, a Ela nos dirigimos: Santa Maria, Vós pertencíeis àquelas almas humildes e grandes de Israel que, como Simeão, esperavam «a consolação de Israel» (Lc 2,25) e, como Ana, aguardavam a «libertação de Jerusalém» (Lc 2,38). Vós vivíeis em íntimo contacto com as Sagradas Escrituras de Israel, que falavam da esperança, da promessa feita a Abraão e à sua descendência (cf. Lc 1,55). Assim, compreendemos o santo temor que Vos invadiu, quando o anjo do Senhor entrou nos vossos aposentos e Vos disse que daríeis à luz Àquele que era a esperança de Israel e o esperado do mundo.
Por meio de Vós, através do vosso «sim», a esperança dos milênios havia de se tornar realidade, entrar neste mundo e na sua história. Vós Vos inclinastes diante da grandeza desta missão e dissestes «sim». «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Quando, cheia de santa alegria, atravessastes apressadamente os montes da Judéia para encontrar a vossa parente Isabel, tornastes-Vos a imagem da futura Igreja, que no seu seio, leva a esperança do mundo através dos montes da história. Mas, a par da alegria que difundistes pelos séculos, com as palavras e com o cântico do vosso Magnificat, conhecíeis também as obscuras afirmações dos profetas sobre o sofrimento do servo de Deus neste mundo.
Sobre o nascimento no presépio de Belém brilhou o esplendor dos anjos que traziam a boa nova aos pastores, mas, ao mesmo tempo, a pobreza de Deus neste mundo era demasiado palpável. O velho Simeão falou-Vos da espada que atravessaria o vosso coração (cf. Lc 2,35), do sinal de contradição que vosso Filho haveria de ser neste mundo. Depois, quando iniciou a atividade pública de Jesus, tivestes de Vos pôr de lado, para que pudesse crescer a nova família, para cuja constituição Ele viera e que deveria desenvolver-se com a contribuição daqueles que tivessem ouvido e observado a sua palavra (cf. Lc 11,27s).
Apesar de toda a grandeza e alegria do primeiro início da atividade de Jesus, Vós, já na Sinagoga de Nazaré, tivestes de experimentar a verdade da palavra sobre o «sinal de contradição» (cf. Lc 4,28s). Assim, vistes o crescente poder da hostilidade e da rejeição que se ia progressivamente afirmando à volta de Jesus até à hora da cruz, quando tivestes de ver o Salvador do mundo, o herdeiro de David, o Filho de Deus morrer como um falido, exposto ao escárnio, entre os malfeitores. Acolhestes então a palavra: «Mulher, eis aí o teu filho» (Jo 19,26). Da cruz, recebestes uma nova missão. A partir da cruz ficastes mãe de uma maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar no vosso Filho Jesus e segui-Lo.
A espada da dor trespassou o vosso coração. Tinha morrido a esperança? Ficou o mundo definitivamente sem luz, a vida sem objetivo? Naquela hora, provavelmente, no vosso íntimo tereis ouvido novamente a palavra com que o anjo tinha respondido ao vosso temor no instante da anunciação: «Não temas, Maria!» (Lc 1,30). Quantas vezes o Senhor, o vosso Filho, dissera a mesma coisa aos seus discípulos: Não temais! Na noite do Gólgota, Vós ouvistes outra vez esta palavra. Aos seus discípulos, antes da hora da traição, Ele tinha dito: «Tende confiança! Eu venci o mundo» (Jo 16,33). «Não se turve o vosso coração, nem se atemorize» (Jo 14,27). «Não temas, Maria!» Na hora de Nazaré, o anjo também Vos tinha dito: «O seu reinado não terá fim» (Lc 1,33). Teria talvez terminado antes de começar? Não; junto da cruz, na base da palavra mesma de Jesus, Vós tornastes-Vos mãe dos crentes. Nesta fé que, inclusive na escuridão do Sábado Santo, era certeza da esperança, caminhastes para a manhã de Páscoa. A alegria da ressurreição tocou o vosso coração e uniu-Vos de um novo modo aos discípulos, destinados a tornar-se família de Jesus mediante a fé. Assim Vós estivestes no meio da comunidade dos crentes, que, nos dias após a Ascensão, rezavam unanimemente pedindo o dom do Espírito Santo (cf. At 1,14) e o receberam no dia de Pentecostes. O «reino» de Jesus era diferente daquele que os homens tinham podido imaginar. Este «reino» iniciava naquela hora e nunca mais teria fim. Assim, Vós permaneceis no meio dos discípulos como a sua Mãe, como Mãe da esperança.
Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Indicai-nos o caminho para o seu reino! Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso caminho!
Papa Bento XVI
Carta Encíclica Spe Salvi 49-50
30 de Novembro do ano 2007
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Maria, Estrela da esperança, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco
Com um hino do século VIII/IX, portanto com mais de mil anos, a Igreja saúda Maria, a Mãe de Deus, como « Estrela do mar »: Ave maris stella. A vida humana é um caminho. Rumo a qual meta? Como achamos o itinerário a seguir? A vida é como uma viagem no mar da história, com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por antonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas, para chegar até Ele precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida da luz d'Ele e oferecem, assim, orientação para a nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança? Ela que, pelo seu « sim », abriu ao próprio Deus a porta do nosso mundo; Ela que Se tornou a Arca da Aliança viva, onde Deus Se fez carne, tornou-Se um de nós e estabeleceu a sua tenda no meio de nós (cf. Jo 1,14).
Por isso, a Ela nos dirigimos: Santa Maria, Vós pertencíeis àquelas almas humildes e grandes de Israel que, como Simeão, esperavam «a consolação de Israel» (Lc 2,25) e, como Ana, aguardavam a «libertação de Jerusalém» (Lc 2,38). Vós vivíeis em íntimo contacto com as Sagradas Escrituras de Israel, que falavam da esperança, da promessa feita a Abraão e à sua descendência (cf. Lc 1,55). Assim, compreendemos o santo temor que Vos invadiu, quando o anjo do Senhor entrou nos vossos aposentos e Vos disse que daríeis à luz Àquele que era a esperança de Israel e o esperado do mundo.
Por meio de Vós, através do vosso «sim», a esperança dos milênios havia de se tornar realidade, entrar neste mundo e na sua história. Vós Vos inclinastes diante da grandeza desta missão e dissestes «sim». «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Quando, cheia de santa alegria, atravessastes apressadamente os montes da Judéia para encontrar a vossa parente Isabel, tornastes-Vos a imagem da futura Igreja, que no seu seio, leva a esperança do mundo através dos montes da história. Mas, a par da alegria que difundistes pelos séculos, com as palavras e com o cântico do vosso Magnificat, conhecíeis também as obscuras afirmações dos profetas sobre o sofrimento do servo de Deus neste mundo.
Sobre o nascimento no presépio de Belém brilhou o esplendor dos anjos que traziam a boa nova aos pastores, mas, ao mesmo tempo, a pobreza de Deus neste mundo era demasiado palpável. O velho Simeão falou-Vos da espada que atravessaria o vosso coração (cf. Lc 2,35), do sinal de contradição que vosso Filho haveria de ser neste mundo. Depois, quando iniciou a atividade pública de Jesus, tivestes de Vos pôr de lado, para que pudesse crescer a nova família, para cuja constituição Ele viera e que deveria desenvolver-se com a contribuição daqueles que tivessem ouvido e observado a sua palavra (cf. Lc 11,27s).
Apesar de toda a grandeza e alegria do primeiro início da atividade de Jesus, Vós, já na Sinagoga de Nazaré, tivestes de experimentar a verdade da palavra sobre o «sinal de contradição» (cf. Lc 4,28s). Assim, vistes o crescente poder da hostilidade e da rejeição que se ia progressivamente afirmando à volta de Jesus até à hora da cruz, quando tivestes de ver o Salvador do mundo, o herdeiro de David, o Filho de Deus morrer como um falido, exposto ao escárnio, entre os malfeitores. Acolhestes então a palavra: «Mulher, eis aí o teu filho» (Jo 19,26). Da cruz, recebestes uma nova missão. A partir da cruz ficastes mãe de uma maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar no vosso Filho Jesus e segui-Lo.
A espada da dor trespassou o vosso coração. Tinha morrido a esperança? Ficou o mundo definitivamente sem luz, a vida sem objetivo? Naquela hora, provavelmente, no vosso íntimo tereis ouvido novamente a palavra com que o anjo tinha respondido ao vosso temor no instante da anunciação: «Não temas, Maria!» (Lc 1,30). Quantas vezes o Senhor, o vosso Filho, dissera a mesma coisa aos seus discípulos: Não temais! Na noite do Gólgota, Vós ouvistes outra vez esta palavra. Aos seus discípulos, antes da hora da traição, Ele tinha dito: «Tende confiança! Eu venci o mundo» (Jo 16,33). «Não se turve o vosso coração, nem se atemorize» (Jo 14,27). «Não temas, Maria!» Na hora de Nazaré, o anjo também Vos tinha dito: «O seu reinado não terá fim» (Lc 1,33). Teria talvez terminado antes de começar? Não; junto da cruz, na base da palavra mesma de Jesus, Vós tornastes-Vos mãe dos crentes. Nesta fé que, inclusive na escuridão do Sábado Santo, era certeza da esperança, caminhastes para a manhã de Páscoa. A alegria da ressurreição tocou o vosso coração e uniu-Vos de um novo modo aos discípulos, destinados a tornar-se família de Jesus mediante a fé. Assim Vós estivestes no meio da comunidade dos crentes, que, nos dias após a Ascensão, rezavam unanimemente pedindo o dom do Espírito Santo (cf. At 1,14) e o receberam no dia de Pentecostes. O «reino» de Jesus era diferente daquele que os homens tinham podido imaginar. Este «reino» iniciava naquela hora e nunca mais teria fim. Assim, Vós permaneceis no meio dos discípulos como a sua Mãe, como Mãe da esperança.
Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Indicai-nos o caminho para o seu reino! Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso caminho!
Papa Bento XVI
Carta Encíclica Spe Salvi 49-50
30 de Novembro do ano 2007
IMACULADA CONCEIÇÃO - Encantadoramente Imaculada!
IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Encantadoramente Imaculada!
Dentro do Advento, no 8 de dezembro, celebra-se a Concepção Imaculada de Maria, a Virgem. Trata-se de uma solenidade que calha bem neste tempo de preparação para o Natal do Senhor. Imaculada Concepção de Maria! O povo de Deus crê com todas as suas fibras que a Santa Virgem Maria, por ter sido escolhida por Deus para mãe do Cordeiro Imaculado que tira o pecado do mundo, fora, por força da paixão, morte e ressurreição do seu Filho, preservada desde o primeiro momento de sua existência humana, daquela solidariedade no pecado que envolve a nossa raça humana e a que chamamos “pecado original”.
Em Maria, a Virgem, não há aquela quebradura interior que todos nós experimentamos: aquele fechamento tão profundo para Deus, fechamento que aparece como desconfiança, às vezes como teimosia em fazer do nosso jeito, em descaso, falta de piedade, soberba, orgulho, e tantos outros vícios que sufocam a nossa liberdade e ferem o nosso coração. Nela não há aquele fechamento para os outros, que se manifesta em tantas e tão diversificadas formas de egoísmo: falta de compaixão, orgulho, sensualidade, frieza, ganância, maledicência, ira, ciúme, inveja... a lista é deveras extensa... Não! Na Mãe do Senhor não há sombra disso: Deus, o Pai, pelos méritos do Filho bendito, preservou-a de toda lama, de toda mácula! Da lama, Deus em Cristo nos arranca; pela lama, Deus em Cristo, sequer permitiu que a Virgem fosse tocada! Ela é aquela inimiga visceral da serpente: sem acordo, sem pacto sem trégua: ela é a Mulher do Gênesis, do Evangelho, do Apocalipse, em guerra de morte contra a antiga Serpente (cf. Gn 3,15; Jo 2,4; 19, 26; Ap 12,1.3s). Ela é aquela a quem Gabriel, chama com que com um nome novo, ao saudá-la: “Alegra-te, Cheia de Graça!” ou “Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus!”, ou “Alegra-te, Muito Favorecida, Agraciada!” ou “Alegra-te, tu que Foste e Permaneces Repleta da Graça Divina!” – as palavras de Gabriel podem ser traduzidas com toda esta riqueza de expressões e sentidos... afirmando a mesma realidade espantosa: na Virgem de Nazaré a graça de Deus, o favor de Deus, o amor de Deus habitou como em nenhuma criatura! – Em ti, Virgem Maria, não há o menor espaço para a “des-graça” do pecado! Deus, o Pai, pode dizer de ti: “Como és bela, minha amada, como és bela! És toda bela, minha amada, e não tens um só defeito!” (Ct 4,1.7).
Desde a antiguidade, os Santos Padres e Doutores da Igreja, contemplando este mistério tão grande, chamam a Virgem de “Toda Santa”! Toda Santa, toda inundada da graça que Deus nos dá em Cristo, toda santificada pela santidade de Cristo Jesus! Por isso, a Missa da Imaculada começa com as palavras de Isaías, colocadas pela Virgem Igreja na boca da Virgem Maria: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias!” (Is 61,10).
A Imaculada! Que sonho! A Virgem Santíssima é imagem viva, sonho vivo, testemunho fiel daquilo que Cristo realiza em nós, pobre e frágil humanidade: Aquele que preservou sua Mãe do pecado, do pecado miserável nos arranca; Aquele que fez de sua Mãe a Primeira Redimida, primeira a ser salva (só Jesus salva, e salvou sua Mãe de modo admirável!), salva toda a humanidade e tira o pecado do mundo!
Maria, a Virgem! Maria, a Imaculada! Sonho lindo de Deus, sonho lindo do que deve ser a humanidade! A Imaculada! Quando a gente vê o mundo ferido, a humanidade angustiada, meio perdida... quando ligamos a televisão e vemos a violência dos traficantes, os descaminhos de tantos jovens, a terrível solidão no seio das famílias... quando vemos tanta feiúra: a guerra, a fome, a injustiça, as crises, a solidão, a morte... quando a gente vê tudo isso... e pensa na Imaculada (beleza, candura, pureza, paz, ternura, sorriso e encanto de Deus), então, tem a certeza que esse mundo tem jeito, que Deus não esquece de nós e, de tal modo nos purifica pelo seu Filho, que seremos todos imaculados (cf. Ef 1,4).
Maria, a Virgem, a Imaculada desde a concepção! Pensar em ti é tomar novo respiro e crer que Deus pode fazer em nós maravilhas: pode nos renovar, pode revigorar este mundo cansado e purificar sempre de novo nosso coração manchado... Imaculada: beleza de Deus, ternura de Deus, maravilha de Deus, sorriso de Deus, sonho lindo de Deus! Imaculada desde a conceição... doce aurora que anuncia o Dia – Jesus Cristo, nosso Deus, Aquele que celebraremos no Natal e acolheremos na Glória!
Imaculada! Hoje e sempre, Imaculada! Encantadoramente, Imaculada!
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Encantadoramente Imaculada!
Dentro do Advento, no 8 de dezembro, celebra-se a Concepção Imaculada de Maria, a Virgem. Trata-se de uma solenidade que calha bem neste tempo de preparação para o Natal do Senhor. Imaculada Concepção de Maria! O povo de Deus crê com todas as suas fibras que a Santa Virgem Maria, por ter sido escolhida por Deus para mãe do Cordeiro Imaculado que tira o pecado do mundo, fora, por força da paixão, morte e ressurreição do seu Filho, preservada desde o primeiro momento de sua existência humana, daquela solidariedade no pecado que envolve a nossa raça humana e a que chamamos “pecado original”.
Em Maria, a Virgem, não há aquela quebradura interior que todos nós experimentamos: aquele fechamento tão profundo para Deus, fechamento que aparece como desconfiança, às vezes como teimosia em fazer do nosso jeito, em descaso, falta de piedade, soberba, orgulho, e tantos outros vícios que sufocam a nossa liberdade e ferem o nosso coração. Nela não há aquele fechamento para os outros, que se manifesta em tantas e tão diversificadas formas de egoísmo: falta de compaixão, orgulho, sensualidade, frieza, ganância, maledicência, ira, ciúme, inveja... a lista é deveras extensa... Não! Na Mãe do Senhor não há sombra disso: Deus, o Pai, pelos méritos do Filho bendito, preservou-a de toda lama, de toda mácula! Da lama, Deus em Cristo nos arranca; pela lama, Deus em Cristo, sequer permitiu que a Virgem fosse tocada! Ela é aquela inimiga visceral da serpente: sem acordo, sem pacto sem trégua: ela é a Mulher do Gênesis, do Evangelho, do Apocalipse, em guerra de morte contra a antiga Serpente (cf. Gn 3,15; Jo 2,4; 19, 26; Ap 12,1.3s). Ela é aquela a quem Gabriel, chama com que com um nome novo, ao saudá-la: “Alegra-te, Cheia de Graça!” ou “Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus!”, ou “Alegra-te, Muito Favorecida, Agraciada!” ou “Alegra-te, tu que Foste e Permaneces Repleta da Graça Divina!” – as palavras de Gabriel podem ser traduzidas com toda esta riqueza de expressões e sentidos... afirmando a mesma realidade espantosa: na Virgem de Nazaré a graça de Deus, o favor de Deus, o amor de Deus habitou como em nenhuma criatura! – Em ti, Virgem Maria, não há o menor espaço para a “des-graça” do pecado! Deus, o Pai, pode dizer de ti: “Como és bela, minha amada, como és bela! És toda bela, minha amada, e não tens um só defeito!” (Ct 4,1.7).
Desde a antiguidade, os Santos Padres e Doutores da Igreja, contemplando este mistério tão grande, chamam a Virgem de “Toda Santa”! Toda Santa, toda inundada da graça que Deus nos dá em Cristo, toda santificada pela santidade de Cristo Jesus! Por isso, a Missa da Imaculada começa com as palavras de Isaías, colocadas pela Virgem Igreja na boca da Virgem Maria: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias!” (Is 61,10).
A Imaculada! Que sonho! A Virgem Santíssima é imagem viva, sonho vivo, testemunho fiel daquilo que Cristo realiza em nós, pobre e frágil humanidade: Aquele que preservou sua Mãe do pecado, do pecado miserável nos arranca; Aquele que fez de sua Mãe a Primeira Redimida, primeira a ser salva (só Jesus salva, e salvou sua Mãe de modo admirável!), salva toda a humanidade e tira o pecado do mundo!
Maria, a Virgem! Maria, a Imaculada! Sonho lindo de Deus, sonho lindo do que deve ser a humanidade! A Imaculada! Quando a gente vê o mundo ferido, a humanidade angustiada, meio perdida... quando ligamos a televisão e vemos a violência dos traficantes, os descaminhos de tantos jovens, a terrível solidão no seio das famílias... quando vemos tanta feiúra: a guerra, a fome, a injustiça, as crises, a solidão, a morte... quando a gente vê tudo isso... e pensa na Imaculada (beleza, candura, pureza, paz, ternura, sorriso e encanto de Deus), então, tem a certeza que esse mundo tem jeito, que Deus não esquece de nós e, de tal modo nos purifica pelo seu Filho, que seremos todos imaculados (cf. Ef 1,4).
Maria, a Virgem, a Imaculada desde a concepção! Pensar em ti é tomar novo respiro e crer que Deus pode fazer em nós maravilhas: pode nos renovar, pode revigorar este mundo cansado e purificar sempre de novo nosso coração manchado... Imaculada: beleza de Deus, ternura de Deus, maravilha de Deus, sorriso de Deus, sonho lindo de Deus! Imaculada desde a conceição... doce aurora que anuncia o Dia – Jesus Cristo, nosso Deus, Aquele que celebraremos no Natal e acolheremos na Glória!
Imaculada! Hoje e sempre, Imaculada! Encantadoramente, Imaculada!
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju
IMACULADA CONCEIÇÃO - Queres saber se Ela é a Virgem Santa?
IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Queres saber se Ela é a Virgem Santa?
São Filipe Néri era, freqüentemente, consultado pelos Bispos para o reconhecimento da autenticidade dos místicos. A prática da humildade e da obediência permitia-lhe testar com infalibilidade os falsos místicos, pois o demônio é orgulhoso e independente. Num dia, do ano de 1560, os Cardeais estavam divididos quanto à veracidade das visões de uma religiosa. Solicitaram, então, a opinião de Felipe. Ao vê-la chegar, ele a olhou calorosamente, e disse-lhe:
-Mas, não é a senhora que desejo ver; desejo ver a santa!
-Mas eu sou a santa, Padre!
-Ah! A senhora é a santa? Obrigado.
Ele virou-se para os Cardeais e disse:
-Isto não vem de Deus...
Noutra ocasião, um de seus penitentes confiou-lhe que a Virgem Santa costumava visitá-lo à noite, em seu quarto, e que isto o deixava pleno de alegria e de luz! Então, Felipe lhe disse:
-Ouça, a próxima vez que ela vier, cuspa-lhe no rosto.
Na noite seguinte, a aparição surgiu e lhe falou sobre Deus. Lembrando-se, porém, da promessa que fizera a seu Diretor espiritual, o rapaz começou a cuspir no rosto da visão. Esta desapareceu, imediatamente, envolta em uma nuvem de enxofre.
Na mesma noite, ele despertou e viu o quarto cheio de luz, com uma nova aparição a lhe sorrir. Desta vez, ela não estava sentada na cama, mas encontrava-se mais afastada e, como o jovem tencionava cuspir, novamente, a visão lhe disse:
-Pode cuspir, se você quiser.
Ele não conseguiu atingi-la porque ela não estava perto dele, mas a figura o felicitou porque ele havia obedecido a seu diretor espiritual.
Disse-lhe, então, o Padre Felipe Néri:
-Efetivamente, é a Virgem Maria!
SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO
Queres saber se Ela é a Virgem Santa?
São Filipe Néri era, freqüentemente, consultado pelos Bispos para o reconhecimento da autenticidade dos místicos. A prática da humildade e da obediência permitia-lhe testar com infalibilidade os falsos místicos, pois o demônio é orgulhoso e independente. Num dia, do ano de 1560, os Cardeais estavam divididos quanto à veracidade das visões de uma religiosa. Solicitaram, então, a opinião de Felipe. Ao vê-la chegar, ele a olhou calorosamente, e disse-lhe:
-Mas, não é a senhora que desejo ver; desejo ver a santa!
-Mas eu sou a santa, Padre!
-Ah! A senhora é a santa? Obrigado.
Ele virou-se para os Cardeais e disse:
-Isto não vem de Deus...
Noutra ocasião, um de seus penitentes confiou-lhe que a Virgem Santa costumava visitá-lo à noite, em seu quarto, e que isto o deixava pleno de alegria e de luz! Então, Felipe lhe disse:
-Ouça, a próxima vez que ela vier, cuspa-lhe no rosto.
Na noite seguinte, a aparição surgiu e lhe falou sobre Deus. Lembrando-se, porém, da promessa que fizera a seu Diretor espiritual, o rapaz começou a cuspir no rosto da visão. Esta desapareceu, imediatamente, envolta em uma nuvem de enxofre.
Na mesma noite, ele despertou e viu o quarto cheio de luz, com uma nova aparição a lhe sorrir. Desta vez, ela não estava sentada na cama, mas encontrava-se mais afastada e, como o jovem tencionava cuspir, novamente, a visão lhe disse:
-Pode cuspir, se você quiser.
Ele não conseguiu atingi-la porque ela não estava perto dele, mas a figura o felicitou porque ele havia obedecido a seu diretor espiritual.
Disse-lhe, então, o Padre Felipe Néri:
-Efetivamente, é a Virgem Maria!
São Felipe Neri
Trecho de L´Etoile Notre Dame nº 148
fonte:a voz do silêncio