domingo, 17 de outubro de 2010

O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA PELAS ORIGENS DA SANTA MISSA : Se os dogmas relativos à Missa — isto é, o de ser a Missa um verdadeiro sacrifício, o da presença real, e o relativo ao sacerdócio ministerial — só foram formulados pelo Concílio de Trento, isto não significa que aquele Concílio do século XVI formulou uma doutrina nova, mas que tornou explícita a doutrina que até então havia sido sempre tacitamente aceita, e o fez em função da heresia protestante que negou, como ainda hoje nega, que a Missa seja sacrifício, querendo eles que seja um simples memorial do Senhor; negam, ainda, os protestantes a “presença real” e o “sacerdócio ministerial”.


O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA
PELAS ORIGENS DA SANTA MISSA
Francisco Lafayette de Moraes
 - APRESENTAÇÃO -
 Este trabalho é a ordenação de trechos de várias obras, de vários autores (ver Bibliografia), que mostraram e provaram que a Missa enquanto sacrifício estava predita desde o Antigo Testamento, e, ainda, que Jesus anunciou - prometeu - e - instituiu o sacrifício-sacramento, tendo os Santos Padres da Igreja, desde os primórdios do Cristianismo, sempre ensinado aquilo que hoje é dogma de fé: Missa é sacrifício com a presença real (física) da Sagrada Vítima.
Se os dogmas relativos à Missa — isto é, o de ser a Missa um verdadeiro sacrifício, o da presença real, e o relativo ao sacerdócio ministerial — só foram formulados pelo Concílio de Trento, isto não significa que aquele Concílio do século XVI formulou uma doutrina nova, mas que tornou explícita a doutrina que até então havia sido sempre tacitamente aceita, e o fez em função da heresia protestante que negou, como ainda hoje nega, que a Missa seja  sacrifício, querendo eles que seja um simples memorial do Senhor; negam, ainda, os protestantes a “presença real” e o “sacerdócio ministerial”.
Hoje, depois do Concílio Vaticano II, quando muitos prelados da Igreja Católica, e até mesmo altos prelados, por terem assimilado a heresia protestante, apresentam a Missa como um memorial da  Ceia do Senhor, entendi ser proveitoso compilar, para ajudar a combater a heresia progressista, o que outros autores com sabedoria e profundidade já haviam escrito para demonstrar que a Missa enquanto sacrifício está inserida no Deposito da Fé católica, estando predita no Velho Testamento -e- confirmada no Novo Testamento.
Rio de Janeiro, no ano de 1992.
Francisco Lafayette de Moraes
http://4.bp.blogspot.com/_xB59TGktYys/SpVka9BlS1I/AAAAAAAAAHU/2a-NY7NjfLc/s1600/santosacrificio.jpg
ÍNDICE
 
01 - EUCARISTIA: SACRIFÍCIO E SACRAMENTO
02 - SACRIFÍCIO É FAZER O SAGRADO
03 - OS SACRIFÍCIOS DA ANTIGA LEI
04 - A ANTIGA LEI É FIGURA DA NOVA LEI
05 - O SACRIFÍCIO DA MISSA É PREFIGURADO DOIS MIL ANOS ANTES DE INSTITUÍDO
06 - O SACRIFÍCIO DA MISSA É PROFETIZADO
07 - DEUS ANUNCIA A SUBSTITUIÇÃO DOS ANTIGOS SACRIFÍCIOS DA LEI MOSAICA
08 - CHEGA O TEMPO DO NOVO SACRIFÍCIO

09 - JESUS CRISTO ANUNCIA UM NOVO SACRIFÍCIO
10 - JESUS CRISTO PROMETE A EUCARISTIA
11 - JESUS CRISTO OFERECE — ANTES DA CRUZ — O NOVO SACRIFÍCIO
12 - O SACRIFÍCIO DA CRUZ
13 - O SACRIFÍCIO DA CRUZ É ÚNICO. POR QUE RENOVÁ-LO?
14 - O SACRIFÍCIO DA CRUZ E SUAS MODALIDADES
15 - O SACRIFÍCIO DA MISSA
16 - O SACRIFÍCIO DA MISSA NÃO É A MISSA
17 - O SACRIFÍCIO DA MISSA É REALIZADO NA DUPLA CONSAGRAÇÃO
18 - O SACRIFÍCIO DA MISSA SEGUNDO SÃO PAULO
19 - O SACRIFÍCIO DA MISSA SEGUNDO OS SANTOS PADRES DA IGREJA
20 - O SACRIFÍCIO DA MISSA É O MESMO SACRIFÍCIO DA CRUZ
21 - SUBAMOS O CALVÁRIO


01
EUCARISTIA: SACRIFÍCIO E SACRAMENTO
Nosso Senhor Jesus Cristo, na Última Ceia, ao instituir a Eucaristia, transubstanciou o pão em seu Corpo e o vinho em seu Sangue, um separado do outro, e ofereceu ali o mesmo sacrifício que realizaria na Cruz, onde o seu Sangue foi separado do seu Corpo, derramado por nós, em remissão dos pecados. Depois de ter-Se imolado na Santa Ceia, Ele se deu a Si mesmo aos Apóstolos ao levá-los a participar da consumação do seu Corpo e do seu Sangue. A Eucaristia é, assim, ao mesmo tempo, sacrifício e sacramento.
EUCARISTIA ENQUANTO SACRIFÍCIO[1]
Enquanto sacrifício a Eucaristia é o Sacrifício da Missa, o sacrifício da Nova Lei no qual Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo ministério do sacerdote, se oferece a Si mesmo a Deus, de maneira incruenta, sob as aparências do pão e do vinho.[2]
EUCARISTIA ENQUANTO SACRAMENTO
Enquanto sacramento a Eucaristia é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo[3], que é dado àqueles que O querem, e podem, receber como alimento espiritual.[4]
02
SACRIFÍCIO É FAZER O SAGRADO
A religião é um culto que nos liga a Deus por um perfeito sujeitamento de nós mesmos ao Ser supremo, e que nos faz relacionar à Sua glória tudo o que nós somos e tudo o que nós fazemos; e a religião nos faz cumprir, de modo particular, este dever indispensável pelo sacrifício, que é uma oblação feita a Deus para reconhecer seu soberano domínio sobre tudo o que foi criado.[5]
O sacrifício é, portanto, a expressão privilegiada da virtude da religião e, segundo a etimologia da palavra, sacrifício consiste em fazer o sagrado (sacrum facere), diz-nos São Tomás de Aquino, isto é, separar para Deus.[6]
Os homens sempre foram inspirados, pelas luzes da razão natural, a considerar o sacrifício como o primeiro de todos os atos essenciais à religião.[7]
De fato, desde a origem da humanidade, vemos o homem oferecer a Deus sacrifícios e exprimir desse modo sua religião. Mesmo depois do pecado original, permaneceu no homem a consciência de um dever: o de render culto ao Senhor. Tão universal era essa voz interior que não houve um tempo, remoto que fosse, ou região por demais longínqua, em que não se prestasse um culto e não se oferecesse um sacrifício a Deus.
Assim, Caim e Abel ofereceram a Deus frutos da terra e animais[8] e Noé saindo da arca levantou um altar, tomou de todos os animais puros e os ofereceu ao Senhor em holocausto sobre aquele altar.[9]
O sacrifício exterior consiste, pois, em oferecer a Deus uma coisa sensível e exterior para ser destruída ou para que sofra uma mudança qualquer, o que é feito por quatro razões que são os quatro fins do sacrifício:
8 reconhecer o soberano domínio de Deus sobre todas as criaturas;
8  reconhecer a nossa dívida para com a justiça divina e obter o perdão dos pecados;
8  agradecer a graça recebida; e
8  pedir a graça que necessitamos.[10]


[1] - 08 - CONCÍLIO DE TRENTO - EXTRATO DE CANONES E DECRETOS - SEM DATA  - “Imprimatur” de 15-07-1953 - EDITORA VOZES - PETRÓPOLIS, Pag. 59 , n.937a
[2]- 01 - SACERDOTE CATÓLICO - “LA SANTA MISA Y LA NUEVA MISA” - Revista ROMA AETERNA n.116, SET, 1990, Pag. 38/39
[3]-  11 - “TERCEIRO CATECISMO DA DOUTRINA CRISTÔ -  1976 - EDITORA VERA CRUZ, Pag. 113, n.594
[4]-  11 - “TERCEIRO CATECISMO DA DOUTRINA CRISTÔ -  1976 - EDITORA VERA CRUZ, Pag. 113, n.594
[5]  - 04 - Padre PIERRE LE BRUN - “EXPLICATION DE LA MESSE” - 1949 (primeira edição em 1716) - LES EDITIONS DU CERF - PARIS, Pag.9
[6] - 05 - Padre DES GRAVIERS - “PARECER SOBRE A ‘RESTAURAÇÃO’ DA MISSA” APÓS O VATICANO II” - Revista PERMANÊNCIA - MAR/ABR - 1983, Pag.10
[7] - 04 - Padre PIERRE LE BRUN - “EXPLICATION DE LA MESSE” - 1949 (primeira edição em 1716) - LES EDITIONS DU CERF - PARIS, Pag.10
[8] - 04 - Padre PIERRE LE BRUN - “EXPLICATION DE LA MESSE” - 1949 (primeira edição em 1716) - LES EDITIONS DU CERF - PARIS, Pag.10, nota 2: Gen.4,3-4
[9] - 04 - Padre PIERRE LE BRUN - “EXPLICATION DE LA MESSE” - 1949 (primeira edição em 1716) - LES EDITIONS DU CERF - PARIS, Pag.10 nota 2: Gen.8,20
[10] - 04 - Padre PIERRE LE BRUN - “EXPLICATION DE LA MESSE” - 1949 (primeira edição em 1716) - LES EDITIONS DU CERF - PARIS, Pag.11
fonte:http://www.capela.org.br/Missa/origens.htm