
SOBRE A MISSA TRIDENTINA, MONSENHOR RANJITH:
"Desobediência demais em confrontos com o Pontífice"
CIDADE DO VATICANO - ''Em algumas nações ou dioceses foram  publicadas regras pelos Bispos que praticamente anulam ou deformam''  o Motu Proprio por meio do qual Bento XVI liberalizou o uso do Missal  latino.
''Tal comportamento —denuncia o SecretárioEmérito  da Congregação  para o Culto e a Disciplina dos Sacramentos, Allbert Malcolm Ranjith em  uma entrevista à agência vaticana Fides— não é consoante com a  dignidade e a nobreza da vocação de um pastor da Igreja''.
O ''número dois'' do Dicastério vaticano define em vez como ''louvável''  o fato de que ''a maioria dos Bispos e eclesiásticos tenham  aceitado, com o devido sentido de reverência e obediência, a vontade do  Papa'' e recorda que o pedido dos tradicionalistas representa também  uma reacção aos erros e abusos que foram cometidos no uso do novo Missal  de Paulo VI, que em alguns casos ''era entendido sem mais como uma  autorização e até como uma obrigação para a criatividade, a qual  frequentemente leva a deformações da liturgia ao limite do suportável''.
"O resultado de tais abusos —explica o Arcebispo ceilandês— foi  um crescente espírito de nostalgia pela Missa de São Pio V. Além de um  sentimento de  desinteresse geral para ler e respeitar, seja os  documentos normativos da Santa Sé, seja as próprias Instruções e  Premissas dos livros litúrgicos pioraram a situação''. O erro mais  grave, para o Secretário da Congregação dos Sacramentos ''é aquele  que confunde os papéis específicos do clero e dos leigos com relação ao  altar'' também com ''o uso de danças, de instrumentos musicais e cantos  que bem pouco tem de litúrgico, não são em nada consoantes com o  ambiente sacro da Igreja e da Liturgia''.
ÍNTEGRA DA ENTREVISTA
Ag. FIDES -  http://www.fides.org/aree/news/newsdet.php?idnews=14580&lan=ita
VATICANO – O Motu Proprio Summorum Pontificum é "também um sinal  para toda a Igreja sobre alguns princípios teológico-disciplinares a  salvaguardar tendo em vista uma sua profunda renovação, tão desejada  pelo Concílio”.
Entrevista de Sua Excia. Mons. Albert Malcolm Ranjith, Arcebispo  Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos  Sacramentos.
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No dia 14 de Setembro entrou  em vigor o Motu Proprio Summorum Pontificum promulgado pelo Papa  Bento XVI, em 7 de Julho de 2007 e dedicado ao rito de São Pio V  revisto, em 1962, pelo Papa João XXIII. Com o Motu Proprio (iniciativa  promovida por quem tem poder para isso) volta a possibilidade de  celebrar com o Missal Tridentino sem necessariamente ter que pedir  permissão ao Bispo. Com o Concílio Vaticano II e em particular com a  reforma litúrgica de 1970, promovida pelo Papa Paulo VI, o antigo Missal  fora substituído pelo novo e, ainda que não tivesse sido jamais  abolido, os fiéis para utilizá-lo tinham que pedir a expressa permissão  do Bispo. Uma permissão exigida por um outro Motu Proprio: o Ecclesia  Dei afflicta firmado pelo Papa João Paulo II, em 2 de Julho de  1988. Hoje, com o novo Motu Proprio, essa permissão não é mais  necessária e qualquer "grupo estável" de fiéis pode livremente  pedir ao próprio pároco a possibilidade de celebrar seguindo o antigo  Missal. A Agência Fides, nesse sentido,  dirigiu algumas  perguntas a Sua Excia. Monsenhor Albert Malcolm Ranjith, Arcebispo  Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos  Sacramentos.
Excelência Reverendíssima, qual é, a seu ver o significado  profundo do Motu Proprio Summorum Pontificum? 
“Vejo nessa decisão não só a solicitude do Santo Padre em abrir  caminho para a reentrada à plena comunhão da Igreja para os seguidores  de Monsenhor Lefebvre, mas também um sinal para toda a Igreja sobre  alguns princípios teológico-disciplinares a salvaguardar tendo em vista  uma sua profunda renovação, tão desejada pelo Concílio.
Parece-me que há nisso um forte desejo do Papa para corrigir  aquelas tentações, patentes em alguns ambientes, que vêem o Concílio  como um momento de ruptura com o passado, e como um novo início. Basta  recordar seu discurso à Cúria Romana, em 22 de Dezembro de 2005. De  outro lado, nem o Concílio pensou, nesses termos. Seja em suas escolhas  doutrinárias, seja nas litúrgicas, como também nas jurídicas-pastorais, o  Concílio foi um outro momento de aprofundamento e de actualização da  rica herança teológica-espiritual da Igreja na sua história bimilenar.  Com o Motu Proprio, o Papa quis afirmar claramente que toda tentação de  desprezo dessas veneráveis tradições está fora de lugar. A Mensagem é  clara: progresso, sim, mas não às custas, ou sem a história. Também a  reforma litúrgica deve ser fiel a tudo aquilo que aconteceu desde o  início até hoje, sem exclusões.
Por outro lado, não devemos jamais esquecer que, para a Igreja  Católica, a Revelação Divina não é algo proveniente apenas da Sagrada  Escritura, mas também da Tradição viva da Igreja. Tal fé nos distingue  nitidamente das outras manifestações da fé cristã. A verdade para nós é  aquilo que emerge, por assim dizer, destes dois pólos, isto é, a Sagrada  Escritura e a Tradição. Esta posição, para mim, é muito mais rica do  que outras visões, porque respeita a liberdade do Senhor a guiar-nos em  direcção a uma compreensão mais adequada da verdade revelada também  através daquilo que acontecerá no futuro. Naturalmente, o processo de  discernimento daquilo que emerge será actualizado através do Magistério  da Igreja. Mas aquilo que devemos recolher é a importância atribuída à  Tradição. A Constituição Dogmática Dei Verbum afirmou essa verdade  claramente (DV 10).
Ademais, a Igreja é uma realidade que supera os níveis de uma  pura invenção humana. Ela é o Corpo místico de Cristo, a Jerusalém  celeste e a estirpe eleita de Deus. Ela, por isso, supera as fronteiras  terrestres assim como toda limitação de tempo e é uma realidade que  transcende de muito a sua manifestação terrestre e hierárquica. Por  isso, nela, aquilo que é recebido, deverá ser transmitido fielmente. Nós  não somos nem inventores da verdade, nem os seus donos, mas apenas  aqueles que a recebem, e que têm o dever de protegê-la e transmiti-la  aos outros. Como dizia São Paulo falando da Eucaristia: “Eu de fato  recebi do Senhor aquilo que, por minha vez, vos transmiti” (1Cor 11,  23). O respeito da Tradição não é, portanto, uma livre escolha nossa na  busca da verdade, mas a sua base que deve ser aceita. Na Igreja, a  fidelidade à Tradição, por isso, é uma atitude essencial da própria  Igreja. O Motu Proprio, a meu ver, deve ser entendido também nesse  sentido. Ele é um possível estímulo para uma necessária correção de  rumo. De fato, em algumas escolhas da reforma litúrgica feita depois do  Concílio, foram adoptadas orientações que ofuscaram alguns aspectos da  Liturgia, melhor reflectida da prática precedente, porque, a renovação  litúrgica foi entendida por alguns como algo a ser feito totalmente “ex  novo” (do novo). Sabemos bem, porém, que tal não foi a intenção da  Sacrosanctum Concilium, que destaca que “as novas formas, de qualquer  modo, desabrocharão organicamente daquelas já existentes” (SC 23).
Uma característica do Pontificado de Bento XVI parece ser a  insistência em torno de uma correta hermenêutica do Concílio Vaticano  II. Segundo o Senhor, o Motu Proprio "Summorum Pontificum" vai nessa  direção? Se sim, em que sentido?
"Já quando era Cardeal, em seus escritos, o Papa havia rejeitado  um certo espírito de exuberância visível em alguns círculos teológicos  motivados por um assim chamado "espírito do Concílio"  que para ele foi, na realidade, um verdadeiro  "anti espírito"  ou um "Konzils-Ungeist" (Relação sobre a Fé, São Paulo,  2005, capítulo 2). Cito textualmente tal obra na qual o Papa sublinha: "É  preciso opor-se decisivamente a esse esquematismo de um antes e um  depois na história da Igreja, totalmente injustificado pelos próprios  documentos do Vaticano II, que não fazem senão reafirmar a continuidade  do catolicismo" (ibid p. 33).
Ora, um tal erro de interpretação do Concílio e do caminho  histórico-teológico da Igreja influiu sobre todos os sectores  eclesiásticos, inclusive na Liturgia. Uma certa atitude, de fácil  rejeição dos desenvolvimentos eclesiológicos e teológicos, como também  dos comportamentos litúrgicos do último milénio, de um lado, e uma  ingénua idolização do que teria sido a “mens” da Igreja assim chamada  dos primeiros cristãos, de outro lado, teve um influxo de não pouca  importância sobre a reforma litúrgico-teológica da era pós conciliar.
A rejeição categórica da Missa pré-conciliar, como o resto de  uma época já “superada”, foi o resultado dessa mentalidade. Tantos viram  as coisas desse modo, mas, por graça de Deus, não por todos.
A própria Sacrosanctum Concilium, a Constituição Conciliar sobre  a Liturgia, não oferece nenhuma justificação para tal atitude. Seja em  seus princípios gerais, seja em suas normas propostas, o Documento é  sóbrio e fiel àquilo que significa a vida litúrgica da Igreja. Basta ler  o número 23 do dito documento para sermos convencidos de tal espírito  de sobriedade.
Algumas dessas reformas abandonaram importantes elementos da  Liturgia com as relativas considerações teológicas: agora é necessário e  importante recuperar esses elementos. O Papa, considera que o rito de  São Pio V, revisto pelo Beato João XXIII, é um caminho para a  recuperação daqueles elementos ofuscados pela reforma, o Papa deve  certamente ter refletido muito sobre sua escolha; sabemos que ele  consultou diversos setores da Igreja sobre tal questão e, não obstante  algumas posições contrárias, o Papa decidiu permitir a livre celebração  daquele Rito. Tal decisão não é tanto, como dizem alguns, um retorno ao  passado, quanto a necessidade de tornar a equilibrar de modo íntegro os  aspetos eternos, transcendentes e celestiais com os terrestres e  comunitários da Liturgia. Essa decisão ajudará a estabelecer  eventualmente um equilíbrio também entre o sentido do sagrado e do  mistério, de um lado, e o dos gestos externos e dos comportamentos e  empenhos sócio-culturais derivantes da Liturgia”.
Quando ainda era Cardeal, Joseph Ratzinger insistia muito sobre a  necessidade de ler o Concílio Vaticano II a partir de seu primeiro  documento, isto é, da Sacrosanctum Concilium. Por que, conforme o  Senhor, os Padres Conciliares quiseram dedicar-se antes de tudo à   Liturgia?
“Antes de tudo, por trás dessa escolha, estava seguramente a  consciência da importância vital da Liturgia para a Igreja. A Liturgia,  por assim dizer, é o olho do furacão, porque aquilo que se celebra, é  aquilo que se crê e aquilo que se vive: o famoso axioma Lex orandi, lex  credendi. Por isso, toda verdadeira reforma da Igreja passa através da  Liturgia. Os Padres estavam cônscios de tal importância. Ademais, a  reforma litúrgica era um processo já em ação antes mesmo do Concílio a  partir sobretudo do Motu Proprio Tra le Sollecitudini de São Pio X e da  Mediator Dei de Pio XII.
Foi São Pio X que atribuiu à Liturgia a expressão “primeira  fonte” do autêntico espírito cristão. Talvez já, também, a existência  das estruturas e da experiência de quem se empenhava para o estudo e a  introdução de algumas reformas litúrgicas, estimulava os Padres  Conciliares a escolher a Liturgia como matéria a considerar como a  primeira nas sessões do Concílio. O Papa Paulo VI refletia a mente dos  Padres Conciliares sobre a questão, quando disse: “nós aí vemos o  obséquio da escala dos valores e deveres: Deus em primeiro lugar; a  oração primeira obrigação nossa; a Liturgia primeira fonte da vida  divina comunicada a nós, primeira escola da nossa vida espiritual,  primeiro dom que podemos dar ao povo cristão…” (Paulo VI, Discurso  de encerramento do 2° período do Concílio, 4 de Dezembro de 1963).
Muitos leram a publicação do Motu Proprio “Summorum Pontificum”  como uma vontade do Pontífice para aproximar a Igreja dos cismáticos  lefebvrianos.  Segundo o senhor, foi isso mesmo? Vai também nesse  sentido o Motu Proprio?
“Sim, mas não só assim. O Santo Padre explicando as motivações  de sua decisão, seja no texto do Motu Proprio como na carta de  apresentação escrita para os Bispos, elenca também outras razões  importantes. Naturalmente, ele terá levado em conta o pedido sempre mais  crescente, feito por diversos grupos e, sobretudo, pela Sociedade de  São Pio X e a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, assim como também  por Associações de Leigos, para a liberalização da Missa de São Pio V.  Assegurar a integração total dos Lefebvrianos era importante também pelo  fato de que muitas vezes, no passado, se cometeram erros de julgamento  causando inúteis divisões na Igreja, divisões que agora se tornaram  quase insuperáveis. O Papa fala desse possível perigo na carta de  apresentação do Documento escrita aos Bispos.
Quais são, a seu ver as problemáticas mais urgentes para a justa  celebração da Sagrada Liturgia? Quais as instâncias sobre as quais se  deveria insistir mais?
"Creio que nos crescentes pedidos para a liberalização da Missa  de São Pio V, o Papa tenha visto sinais de um certo esvaziamento  espiritual causado pelo modo com o qual os momentos litúrgicos, são até  hoje celebrados na Igreja. Tal dificuldade nasce tanto de certas  orientações da reforma litúrgica pós conciliar, que tendiam a reduzir,  ou melhor ainda, a confundir aspetos essenciais da fé, quanto de  comportamentos aventureiros e pouco fiéis à disciplina litúrgica da  própria reforma; o que se constata por toda a parte.
Creio que uma das causas para o abandono de alguns elementos  importantes, do rito tridentino na realização da reforma pós conciliar  por parte de certos setores litúrgicos seja o resultado de um abandono  ou de uma sub avaliação daquilo que teria acontecido no segundo milênio  da história da Liturgia. Alguns liturgistas viam os desenvolvimentos  desse período de um modo antes negativo. Tal juízo é errôneo porque  quando se fala da tradição viva da Igreja não se pode escolher aqui e  acolá aquilo que concorda com nossas idéias pré concebidas. A Tradição,  considerada em um sentido geral também nos ambientes da ciência,  filosofia, ou teologia, é sempre algo vivo que continua a se desenvolver  e a progredir também nos momentos altos e baixos da história. Para a  Igreja, a Tradição viva é uma das fontes da revelação divina e é fruto  de um processo de evolução continua. Isso é verdade também na tradição  litúrgica, com o “t” minúsculo. Os desenvolvimentos da Liturgia no  segundo milênio têm o seu valor. A Sacrosanctum Concilium não fala de um  novo Rito, ou de um momento de ruptura, mas de uma reforma que surja  organicamente daquilo que já existe. É por isso que o Papa diz: “na  história da Liturgia há crescimento e progresso, mas não há nenhuma  ruptura. Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, também para  nós permanece sagrado e grande, e não pode ser improvisamente  totalmente proibido ou, sem mais, considerado nocivo” (Carta aos  Bispos, 7 de Julho de 2007). Idolatrar aquilo que aconteceu no  primeiro Milênio, com prejuízo do que ocorreu em sucessivo, é, pois, uma  atitude pouco científica. Os Padres Conciliares não mostraram um tal  comportamento.
Uma segunda problemática seria aquela de uma crise de obediência  para com o Santo Padre que se nota em alguns ambientes. Se tal atitude  de autonomia é visível entre alguns eclesiásticos, como também nos  níveis mais altos da Igreja, não favorece certamente à nobre missão que  Cristo confiou a seu Vigário.
Ouve-se que, em algumas nações ou dioceses, foram promulgadas  pelos Bispos regras que praticamente anulam ou deformam a intenção do  Papa. Tal comportamento não é consoante com a dignidade e a nobreza da  vocação de um pastor da Igreja. Não digo que todos sejam assim. A  maioria dos Bispos e eclesiásticos aceitaram, com o devido sentido de  reverência e de obediência, a vontade do Papa. Isso é verdadeiramente  louvável. Entretanto, houve vozes de protesto por parte de alguns  Bispos.
Ao mesmo tempo, não se pode ignorar que tal decisão foi  necessária porque, como diz o Papa, a Santa Missa: “em muitos lugares se  celebrava de modo fiel às prescrições do novo Missal, mas isso era, sem  mais, entendido como uma autorização e até como uma obrigação para a  criatividade, a qual leva freqüentemente a deformações da liturgia até o  limite do suportável”. “Falo por experiência”, continua o Papa “porque  vivi também eu aquele período com todas as suas expectativas e confusões  e vi como pessoas que eram totalmente radicadas na Fé da Igreja, quão  profundamente elas foram feridas pelas deformações arbitrárias da  Liturgia,” (Carta aos Bispos). O resultado de tais abusos foi um  crescente espírito de nostalgia para com a Missa de São Pio V. Além  disso, um sentido de desinteresse geral para ler e respeitar seja os  documentos normativos da Santa Sede, como também as próprias Instruções e  Premissas dos livros litúrgicos piorou ainda mais a situação. A  Liturgia não parece ainda figurar suficientemente na lista das  prioridades para os Cursos de Formação continua dos eclesiásticos.
Distingamos bem. A reforma pós conciliar não é de todo negativa;  antes, há nela muitos aspetos positivos naquilo que foi realizado. Mas  há também mudanças introduzidas abusivamente que continuam a ser levadas  avante não obstante seus efeitos nocivos à fé e sobre a vida litúrgica  da Igreja.
Falo aqui, por exemplo, de uma mudança efetuada na reforma, a  qual não foi proposta nem pelos Padres Conciliares, nem pela  Sacrosanctum Concilium, isto é, a comunhão recebida na mão. Isso  contribuiu, de algum modo, para uma certa decadência da fé na Presença  real de Cristo na Eucaristia. Essa prática, e a abolição das  balaustradas do presbitério, dos genuflexórios das igrejas e a  introdução de práticas que obrigam os fiéis a ficar sentados ou de pé  durante a elevação do Santíssimo Sacramento reduze, o genuíno  significado da Eucaristia assim como o sentido da profunda adoração que a  Igreja deve dirigir para o Senhor, o Unigênito Filho de Deus. Além  disso, a Igreja, casa de Deus, em alguns lugares é usada como sala para  encontros fraternos, concertos ou celebrações inter-religiosas. Em  algumas Igrejas , o Santíssimo Sacramento é quase escondido e abandonado  em uma capelinha invisível e pouco decorada. Tudo isso obscurece a fé  tão central da Igreja, na presença real de Cristo. Para nós católicos, a  Igreja é essencialmente a casa do eterno. 
Outro sério erro é aquele de confundir os papéis específicos do  clero e dos leigos com relação ao altar tornando o presbitério um lugar  de perturbação, de excessivo movimento, e não certamente “o lugar” onde o  cristão consegue colher  o sentido de estupor e de esplendor ante a  presença e a ação salvífica do Senhor. O uso de danças, de instrumentos  musicais e de cantos que têm bem pouco de litúrgico, não são de modo  algum consoantes ao ambiente sagrado da Igreja e da Liturgia; acrescento  também certas homilias de caráter político-social frequentemente pouco  preparadas. Tudo isso desnatura a celebração da S. Missa e faz dela uma  coreografia e uma manifestação de teatralidade, mas não de fé.
Há ainda outros aspetos pouco coerentes com a beleza e a  maravilha daquilo que se celebra sobre o altar. Nem tudo vai mal com o  Novus Ordo, mas muitas coisas ainda devem ser colocadas em ordem  evitando ulteriores danos à vida da Igreja. Creio que nossa atitude com  relação ao Papa, para com as suas decisões e a expressão de sua  solicitude para o bem da Igreja deve ser somente aquela que São Paulo  recomendou aos Coríntios - “mas tudo se faça para a edificação” (1Cor  14, 26). (P.L.R.) (Agência Fides 16/11/2007;  199 linhas, 2.742  palavras)
Para citar este texto: Orlando Fedeli - "Uma nova bomba de Monsenhor Ranjith"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=msr_ranjith_motu

 inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!
inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!