Hilaire Belloc continua sendo um autor atualíssimo. Mesmo  falecido há mais de meio século, as perspectivas que ele traçou para o  futuro chamam a atenção pela sua exatidão.
Em seu livro “As grandes heresias”, escrito em  1938, muito antes, portanto, da crise causada pelo Vaticano II e pela  missa nova, e ainda mais distante de nossa época, ele descrevia a  tentavia ariana de chegar a uma solução de compromisso. As semelhanças  entre os fatos ocorridos no século IV e os que estão ocorrendo agora, em  pleno século XXI, são imensas. Afinal de contas, o que mais pode querer  o herege, o de ontem assim como o de hoje, do que ocultar a sua  incoerência atrás de uma máscara de pacifismo e de soluções “de  compromisso”? Vamos ao texto: 
Mas muitos arianos  estavam preparados para negociar, aceitando a mera palavra e negando o  espírito no qual ela devia ser lida. Eles estavam dispostos a admitir  que Cristo era feito da mesma essência divina, mas não era totalmente  Deus; não incriado. Quando os arianos começaram essa nova política de  negociação verbal, o imperador Constantino e seus sucessores  consideraram essa política uma honesta oportunidade de reconciliação e  reunião. O repúdio dos católicos a essa trapaça se tornou, aos olhos  daqueles que pensavam assim, mera obstinação; e aos olhos do imperador,  rebelião sectária e indesculpável desobediência. “Aqui estão vocês, que  se consideram os únicos católicos verdadeiros, prolongando  desnecessariamente e tornando amarga uma luta sectária. Porque vocês têm  nomes populares ao seu lado, se sentem mestres de seus semelhantes. Tal  arrogância é intolerável. O outro lado aceitou sua principal demanda;  por que não acabam com a discussão e, de novo, se unem? Resistindo,  dividem a sociedade em duas partes; perturbam a paz do Império e se  tornam tão criminosos quanto fanáticos.” Isso é o que o mundo oficial  tendia a formular e honestamente acreditar. 
Os católicos responderam:  “Os hereges não aceitaram nossa principal demanda. Eles subscreveram  uma frase ortodoxa, mas a interpretaram de um modo herético. Eles  repetem que Nosso Senhor tem uma natureza divina, mas não que Ele seja  totalmente Deus, pois eles ainda dizem que Ele foi criado. Portanto, não  os permitiremos em nossa comunhão. Fazer isso seria por em perigo o  príncipio vital pelo qual a Igreja existe, o princípio da Encarnação, e a  Igreja é essencial para o Império e para a humanidade.”
Neste ponto, entrou na  batalha aquela força pessoal que finalmente tornou o catolicismo  vitorioso: Santo Atanásio.
BELLOC, Hilaire; As  grandes heresias; Ed. Permanência; Rio de Janeiro; 2009; pg 37
Hoje, quando ouvimos alguns “moderados” propondo  soluções “pacíficas”; assinando compromissos práticos que ignoram a raiz  do problema; abandonando o combate em troca de uma assim chamada “plena  comunhão”; querendo apaziguar os ânimos através de elogios a ambas  “formas” da Missa; propondo até mesmo que estas duas “formas” da Missa  se enriqueçam mutuamente; silenciando os graves defeitos da missa nova,  apontados desde o início – e antes mesmo que ele fosse posta em prática –  pelo cardeal Ottaviani; colocando toda a culpa dos erros do Vaticano II  apenas em sua incorreta interpretação, como se sua letra já não fosse  terrivelmente defeituosa e ocultando o fato de que aqueles que  interpretaram o concílio foram os mesmos que o escreveram; dissimulando o  fato de que o Terceiro Segredo de Fátima não foi completamente  revelado; enfim, querendo convencer que, no meio da tempestade, devemos  agir como se estivéssemos na calmaria; ou, que entre os piores e mais  encarniçados inimigos da Igreja, devemos nos comportar como se  estivéssemos entre amigos, então como não nos soam familiares as  palavras de Hilaire Belloc sobre a estratégia ariana! Muito bem poderiam  ser aplicadas para a situação que estamos vivendo neste início do  terceiro milênio.
Os católicos d’outrora não aceitaram um  compromisso que pusesse em risco a integridade da Fé, uma vez que a  heresia ariana negava o dogma da divindade de Cristo. A negação de um  único dogma já é algo gravíssimo, suficiente para preciptar no inferno  as almas que a esta heresia aderirem. O que dizer então, hoje em dia, da  heresia modernista que não somente nega um ou outro dogma, como põe  abaixo todo o edifício de nossa santa religião, ao negar toda a  imutabilidade dos dogmas? Como podemos aceitar qualquer compromisso com  aqueles que se dizem católicos mas que crêem na bondade e veracidade de  todas as crenças? Que acreditam que possa haver salvação fora da Igreja?  Que não crêem na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Corpo,  Sangue, Alma e Divindade na Sagrada Comunhão? Que apóiam políticos  comunistas? Que não levantam a voz contra o horrendo crime do aborto?  Que não defendem a família e os valores mais preciosos de nossa  civilização?
Como podemos nos comportar como se nada estivesse  acontecendo, se o clero está profundamente corrompido? Se as “cloacas  de impureza”, como disse Nossa Senhora em La Salette, em vez de zelar  pela honra e glória de Nosso Deus, cometem os mais horríveis sacrilégios  e profanam a Santa Missa? Se os semões destes padres modernos estão  repletos de heresias e irreverências? Se os digníssimos bispos inventam  todo tipo de desculpas para impedir que os fiéis tenham acesso à Santa  Missa Tridentina? Se este clero se recusa a usar a batina, testemunho  visível de seu sacerdócio?
O que podem fazer os hereges modernistas contra  nós quando não aceitamos suas trapaças mal-disfarçadas como propostas de  paz? O de sempre: insultar e difamar. E não era isto o que faziam os  arianos contra os católicos coevos? As acusações feitas contra os  católicos de então eram exatamente as mesmas que se fazem contra os  católicos tradicionais de hoje.
O script do filme “Modernismo” é  muitíssimo semelhante ao do filme “Arianismo,” praticamente um plágio:  Os hereges causam todo o mal à Igreja, mas são energicamente combatidos.  Propõem soluções “pacificadoras” que, no fundo, servem apenas para  camuflar seus erros. Os católicos, obviamente, não aceitam esta solução  que põe em risco a Fé. O que fazem os hereges? Claro, acusam os  católicos de perturbar a paz e de destruir a “comunhão”.
Por isso, ouvimos hoje termos como a tal da  “plena comunhão” e as mais absurdas acusações contra quem não abandona a  integridade da Fé. Hoje, como ontem, a nossa obrigação é permanecer  firme, por mais acusações que os “moderados” façam contra nós. Quando a  Fé está em perigo, não há meio termo. Porque, em tais casos, não há  “moderados”, mas sim “mornos”, aos quais Deus vomitará (Ap 3,15).
Não queremos nós a unidade? Sim, claro que  queremos. Mas não pode haver unidade senão na Verdade, como muito bem  ensinou Sua Santidade Pio XI, em sua memorável Mortalium Animos.  
Os católicos de ontem cumpriram sua obrigação e  não cederam ao erro, nem se deixaram enganar por falsas promessas de  paz. Não aceitaram compromissos práticos que os afastassem do bom  combate da Tradição. A nós, que nos cabe senão seguir os heróicos passos  daqueles que nos precederam na defesa de nossa santa e amada religião?
fonte:pacientes na tribulação 

 inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!
inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!