O SÉCULO DE SATANÁS
O espírito do mal sempre esteve muito ativo no mundo. Nunca, porém, como no último século, que por isto mesmo se tornou conhecido como "o século de Satanás". Em meio a uma verdadeira batalha cósmica, a criação inteira está sendo devastada pelas forças do mal, da qual a maioria nem se dá conta.
O início da maciça investida satânica costuma ser situado no ano de 1884, quando daquela visão aterradora do papa Leão XIII. O episódio, relatado pelo padre Domingo Pechenino, pode ser lido em "Ephemerides Liturgicae", n° 69 (1955), pp. 58-59.
No dia 13 de outubro - conta ele - o Santo Padre, terminada a Missa, estava assistindo a outra, em ação de graças, como era seu costume. De súbito foi visto erguer energicamente a cabeça, fixandose num ponto acima do celebrante. Olhava sem pestanejar, com uma expressão de terror e assombro que chegou a fazê-lo mudar de cor. Algo de estranho se desenhava ante seus olhos.
Por fim, como voltando a si, ele se levanta e encaminha-se para o gabinete. Os presentes o acompanham ansiosos.
- Santo Padre, não está se sentindo bem? Precisa de alguma coisa? -lhe indagam.
- Não, nada!
Fecha a porta por dentro. Meia hora depois, manda vir o secretário da Congregação dos Ritos e lhe entrega uma folha, pedindo-lhe que a mande imprimir e faça chegar aos bispos do mundo inteiro.
O que conteria aquela folha? Uma oração para ser recitada no fim da Missa. Dizia:
"São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, defendei-nos com vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, insistentemente pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos que vagueiam pelo mundo, para perder as almas. Amém".
Mais tarde, o próprio Papa contaria como tudo aconteceu: durante a Missa tivera uma visão, na qual ouvira a voz profunda e gutural de Satanás, jactando-se diante de Deus:
- Eu posso destruir a Igreja e arrastar a humanidade toda para o inferno. Mas para isto preciso de mais tempo e mais poder.
- Quanto tempo e quanto poder? - perguntou-lhe uma voz doce.
A voz gutural redargüiu:
- De 75 a 100 anos, e mais poder sobre os que se põem ao meu serviço.
- Pois tens esse tempo! - replicou a voz suave*
*Quatro anos depois, Leão XIII parecia ter ainda viva diante dos olhos esta cena, quando escrevia, em seu motu proprio de 23 de setembro de 1888: "Satanás vagueia pela terra... e com o sopro pestilento da impureza e dos vícios mais infames, lança o veneno da sua perfídia, como um rio de lama sobre a humanidade". Sua preocupação com o espírito do mal volta a manifestar-se de tanto em tanto: "Uma das maiores necessidades da Igreja é a defesa contra o demônio realidade terrível, misteriosa, assombrosa, o tentador por excelência, o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana.,. Com o demônio, o mal deixa de ser mera deficiência, para se transformar em eficiência, num ser vivo, espiritual, pervertido e pervertedor".
A oração a São Miguel Arcanjo, prescrita pelo Papa, continuou sendo rezada durante o resto do século XIX, até 26 de setembro de 1964, quando a constituição conciliar sobre a liturgia decretou: "Não se dirão mais as orações leoninas depois da Missa".
E foi justamente depois de suprimirem essas orações - comenta Cámpora - que "a fumaça de Satanás entrou na Igreja por todas as frestas" (Palavras do papa Paulo VI em 1972, demonstrando sua preocupação com a "onda de profanidade, dessacralização e secularização" que invadiu a Igreja logo depois do Concílio Vaticano II, ameaçando "confundir e afogar o sentido religioso e mesmo fazê-lo desaparecer", Tudo isto o Papa atribuía à "fumaça de Satanás que penetrou no templo de Deus".), desencadeando a vertigem, o aturdimento e a aberração.
Cumpria-se o prometido
Começava assim a realizar-se o que Nossa Senhora anunciara em 1634, em Quito (Equador), à Madre Ana de Jesus Torres (Aparição reconhecida pela Igreja.). Enquanto rezava diante do sacrário, a lamparina se apagou. Ao acendê-la novamente, a capela se encheu de luz, e a Virgem apareceu. "A lamparina que viste apagar - falou ela à Madre Ana - tem muitos significados:
1 - No fim do século XIX e grande parte do século XX, surgirão várias heresias... A luz preciosa da fé se apagará nas almas, devido a uma corrupção moral quase total.
2 - Neste tempo, os ares se encherão de espírito de impureza que, à semelhança de um dilúvio de imundície, inundará as ruas, as praças e os lugares públicos. Tamanha será a libertinagem que não haverá mais almas virginais no mundo.
3 - Ao controlar todas as classes sociais, as seitas penetrarão habilmente nas famílias, e os demônios se gloriarão de alimentar perfidamente os corações das crianças. Perder-se-ão assim as vocações sacerdotais, será um verdadeiro desastre... Satanás controlará a terra, por meio de homens infiéis que; feito nuvens negras, escurecerão o céu, bloqueando a alvorada radiante da liberdade da Igreja. Tão terrível será esta noite, que dará a impressão de o mal ter triunfado. Chegará então o meu tempo, quando destruirei, de maneira assombrosa, o orgulho de Satanás, lançando-o debaixo de meus pés, acorrentando-o no inferno e deixando a Igreja finalmente livre de sua cruel tirania".
Uma advertência ainda mais clara se repetirá em La Salette:
"No ano de 1864, Lúcifer e um grande número de demônios serão soltos no inferno e acabarão, pouco a pouco, com a fé, mesmo das pessoas dedicadas a Deus... Porque agora é o tempo de todos os tempos, o fim de todos os fins. A Igreja será eclipsada e o mundo ficará em estado de consternação, confusão e perplexidade".
Realmente, durante as aparições de La Salette e depois delas, a Igreja foi assediada por maçons e sociedades secretas. Uma mescla de sistemas filosóficos - liberalismo, racionalismo religioso, positivismo, secularismo, humanismo, indiferentismo, socialismo, marxismo, liberalismo teológico, feminismo radical, deísnio, agnosticismo, ateísmo e panteísmo - produziu um leque imenso de erros a respeito de Deus, de Jesus, da Igreja, do pontificado e dos sacramentos.
Expressão maior dessas aberrações doutrinárias foi o modernismo, que o papa Pio X definiu como "a síntese de todas as heresias" e que tinha como primeiro princípio: "A fé deve estar sujeita à razão"*
*Outros princípios defendidos pelo modernismo eram: a Igreja deve estar sujeita ao Estado; os sacramentos são meros símbolos ou sinais; existem dois Cristos: o histórico e o da fé, sendo que o primeiro é inferior ao segundo; a ressurreição de Cristo não foi um fato de ordem histórica; a divindade de Cristo não pode ser provada pelos Evangelhos; Cristo errou manifestamente ao determinar o tempo da vinda do reino de Deus; Cristo não esteve sempre consciente da sua dignidade messiânica; o que S. Paulo escreve sobre a instituição da Eucaristia não deve ser tomado em sentido histórico, e outros.
A revolução mais perigosa
Como o objetivo final de Satanás era destruir o pontificado e a Igreja Católica, seu primeiro assalto foi no sentido de desterrar do Estado a religião, e o segundo, debilitar internamente a Igreja, criando divergências doutrinárias.
"Hoje - reconhecem Ted e Maureen Flynn - existe uma confusão generalizada dentro da Igreja, inclusive com referência às doutrinas mais básicas*. Uma enfermidade moral se propagou a tal extremo e em tão pouco tempo, que nem sequer nos damos conta de como pudemos chegar a um tal estado de divisão e confusão. Divisão que deu lugar à apostasia, à perda de fé, sobretudo nos últimos cem anos, quando as teorias do Iluminismo se introduziram nos colégios europeus e americanos".
* Querem um exemplo? Ainda há pouco, o teólogo romano Giovanni Marchesi, da revista dos jesuítas "Civiltà Cattolica", surpreendia o mundo cristão com sua mais recente teoria, segundo a qual, no fim dos tempos, "Deus vai redimir todos os homens, inclusive o diabo".
Embora condenado, o modernismo continuou no seu avanço implacável dentro da Igreja.
"Os modernistas - deplorava o papa Pio X - se apoderam das cátedras dos seminários e das universidades e as transformam gradualmente em cátedras de pestilência. Do alto dessas cátedras sagradas, propagam as sementes de suas doutrinas; proclamam seus ensinamentos abertamente em congressos, os introduzem e os põem em moda nas instituições sociais... publicam numerosos livros, jornais e revistas. Procuram por todas as maneiras diminuir e enfraquecer a autoridade. Eles se propõem acabar com o próprio Magistério Eclesiástico, falsificando sacrilegamente sua origem, caráter e direitos e repetindo livremente as calúnias de seus adversários".
Reprimido pelos Papas, o modernismo refugiou-se nos seminários e universidades, para reaparecer em cena depois do Concílio Vaticano II, com o nome de neo-modernismo. "É a revolução mais perigosa que a Igreja teve de enfrentar" - reconhece o papa Paulo VI. Porque "é um processo de autodemolição, que procura levar a Igreja à perdição. Os três pais responsáveis por esta perversão conhecida como modernismo são: um religioso - a Reforma Protestante; um filosófico: o Iluminismo, e um político: a Revolução Francesa".
A Nova Igreja
Para milhões de católicos, o Concílio Vaticano II foi visto como revolucionário. Uma grande quantidade de desdobramentos veio confirmar-lhes que estava ocorrendo uma ruptura radical com um modelo de Igreja herdado do Concílio de Trento (1545-1563), e que agora urgia estruturar uma Igreja adequada à modernidade.
Mas foi justamente esta ânsia de inovação, aliada à má interpretação e incorreta aplicação do Concílio, que levou muitos cardeais, bispos, padres, religiosos e leigos a perderem a fé na Igreja tradicional, a Igreja dos Apóstolos e dos santos, para aderirem à que se convencionou chamar de Nova Igreja. Uma Igreja que se norteava por estas cinco linhas básicas:
1 - O antropocentrismo - É o homem e não Deus o centro da religião.
2 - Imanência no mundo - O reino de Deus não se encontra na vida futura. A salvação significa a libertação do pecado social, isto é, da ignorância, da fome, do subdesenvolvimento, da opressão política, da exploração econômica. O pecado pessoal já não faz sentido no contexto histórico atual. O novo católico, alistando-se sob a bandeira do socialismo, têm de conseguir o reino de Deus mediante a destruição do capitalismo.
3 - O novo evangelismo - O verdadeiro sentido do Evangelho é mais econômico do que espiritual, e se realiza no serviço aos pobres. Só os pobres e seus campeões socialistas podem compreender o Evangelho. O Magistério da Igreja interpretou mal o seu significado ao longo da história, usando-o para explorar os pobres e permanecer no poder com os poderosos do mundo.
4 - A nova eclesiologia - A Igreja é parte do mundo. Não existe para si, mas para servir o mundo. Por isso, ela deve dissolver todas as suas instituições próprias. Na liturgia, qualquer batizado pode fazer o papel de padre. Na vida jurisdicional, as Igrejas locais devem gozar de autonomia, pois toda autoridade emana dos fiéis, que condividem a responsabilidade.
5 - A nova paixão por Cristo - O nosso amor não é para Cristo Deus-homem e sim a Cristo homem-para-todos, amigo, libertador dos pobres, naturalmente revolucionário e subversivo ao máximo, que ajuda os pobres a derrubar todas as instituições corruptas, inclusive a Igreja institucional.
Ora, convenhamos -lembra M. Basilea, embora noutro contexto - que ''tais pontos de vista só podem ser sustentados por uma Igreja que perdeu, em grande parte, sua base bíblica, sua esperança cristã e seu relacionamento com a cruz e a ressurreição de Jesus, e partilha agora os ideais e métodos dos que negam a Deus e odeiam a Cristo".
Denúncias
Estes e outros desvios começaram a ser denunciados pelo arcebispo Karol Wojtyla - futuro papa João Paulo II - já em 1965, quando da discussão da constituição pastoral Gaudium et Spes, a qual, segundo ele, era "demasiado otimista, demasiado inspirada pela confiança no progresso tecnológico, dando atenção demasiado escassa ao pecado e à importância da cruz". Mais tarde, como cardeal, mostrava-se preocupado com a "teologia da libertação" que, na América Latina, estava extraindo inspiração da luta de classes, e lembrava uma realidade que muitos gostariam de passar por alto: o inegável impacto do pecado sobre a história e a sociedade humana.
Cristo, o Evangelho e a Igreja - advertia ainda - eram sinais de contradição para este Ocidente materialista e permissivo, onde com tanta freqüência se buscava moldar o Evangelho de acordo com as distorções e desvios do consumismo. E o risco maior, surpreendentemente, não vinha do marxismo e sim de sistemas que pareciam ser livres e tolerantes e que, no entanto, solapavam constantemente os valores cristãos, através do materialismo e do hedonismo. E quanto ao decantado progresso, em cujo rumo tantos embarcavam confiantes, questionava: está ele ajudando a tornar a sociedade mais humanitária?
Está ele sendo acompanhado por um desenvolvimento moral e espiritual igualmente vigoroso?
Insofridos inovadores
Foi, porém, com Paulo VI que as denúncias das deturpações da verdadeira face da Igreja e as nefastas infiltrações do progressismo se tornaram mais firmes e inequívocos:
"A Igreja está passando por uma hora de autodestruição. Parece querer suicidar-se, matar-se a si mesma"(07/12/1972).
"Há neste momento uma grande inquietação na Igreja. E o que está em questão é a fé! O que me perturba é que, dentro do catolicismo, algumas vezes parece predominar um pensamento não católico, e pode acontecer que esse pensamento não católico dentro do catolicismo, amanhã seja uma força maior na Igreja".
"Estes sofridos inovadores - dizia ainda, referindo-se aos corifeus da assim chamada 'Igreja Nova para os novos tempos' -tentam nos convencer de que o Concílio inaugurou uma etapa histórica tão absolutamente nova, que somos autorizados a desvirtuar, romper e desprezar a Tradição... um estado de ânimo tal que chega a resultar-lhes insuportável o 'ontem' da Igreja: homens, instituições, costumes, doutrinas... tudo o que leva a marca do passado é abandonado sem mais... Desta atitude brota um implacável espírito crítico, que os leva a condenar todo o 'sistema' eclesiástico de ontem. Na história da Igreja só enxergam culpas e defeitos, incapacidade e ineficácia. Substituem a verdadeira visão histórica da Igreja por uma fácil simpatia a tudo o que existe fora dela. O adversário torna-se atraente e exemplar; o amigo, ao contrário, lhes parece desprezível e insuportável... Fala-se em inventar uma Igreja nova para os novos tempos, na qual ficam abolidos todos os laços de uma obediência que se torna incômoda, todos os limites da liberdade pessoal, toda forma de autêntica sacralidade... Mas a renovação eclesial, promulgada pelo Concílio, certamente não pretende esta desintegração da realidade histórica e institucional, avalizada pelos séculos".
Alvos favoritos
Na mira da Nova Igreja encontram-se principalmente duas doutrinas que, por constituírem o coração da fé católica, concentram sobre si todo o poder de fogo de Satanás: a pessoa divina de Jesus, que se tenta reduzir a um ser puramente humano, com a conseqüente negação de sua presença eucarística, e da Virgem Maria, como Mãe de Deus*. Estes dois mistérios são
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* Observem a reação de certa gente de Igreja, inclusive de não poucos de seus ministros, frente a notícias de aparições marianas. Alguns se defendem jeitosamente, alegando: "A Igreja é muito prudente nestas coisas... para que dar tanta importância às aparições, se elas não são necessárias à nossa fé?" Outros, mais pacatos, preferem "aguardar assentados" até que Roma emita o sinal verde. Mas não se apercebem que, enquanto eles "aguardam assentados", Satanás se lança com todo o seu poder de fogo contra o rebanho de Cristo, "roubando e dispersando as ovelhas", como o lobo da Bíblia (Jo 10,12). Outros ainda torcem o nariz, questionando: que sentido fazem as aparições de Nossa Senhora, se elas não resolvem os problemas sociais? Em vez de falar tanto em aparições, por que não se fazem campanhas para matar a fome dos pobres? E há também os radicais, que partem para o rompante: "Eu não acredito nestas coisas,.. são fenômenos que a Parapsicologia explica... Cada um enxerga o que quer". Quanto aos videntes, se não são psicóticos, são uns aproveitadores, que inventaram uma aparição para faturar, vendendo medalhas e livros. E há, por fim, os que não fazem segredo de sua hostilidade, mostrando-se perplexos com as "contínuas intromissões" de Maria. "Não entendo - comentava um padre, que é também professor universitário - por que Nossa Senhora está se intrometendo tanto. A tarefa dela se encerrou com a gestação do Filho de Deus. Para gerir a Igreja temos o próprio Cristo e o seu legítimo representante - o Papa".
Outros que, assim como frei Betto, paradoxalmente vêem na falência do socialismo um ataque ao "cerne da nossa utopia ('Como a Aids toca o cerne da vida - escreve ele - a falência do socialismo toca o cerne da nossa utopia... Como é possível construir homens e mulheres novos se o embrião desse projeto, que em o socialismo, fracassa?"), detectam no fenômeno das aparições um "reforço ao poder institucional". "Temos - escreve ainda, estranhamente para um religioso dominicano - alguns exemplos de experiências de êxtases tão carregados de ideologia do poder, que são vistos com muita suspeita. Refiro-me às visões de Nossa Senhora, quase todas por pessoas do campo, e em países que sofrem ameaças de comunismo. Ela sempre aparece contra o comunismo. Apareceu em Fátima, na Iugoslávia, na Nicarágua, durante a fase mais aguda do conflito entre bispos e sandinistas. Gostaria de ver Nossa Senhora aparecer na porta da Volkswagen, contra o capitalismo. Ou na porta da fazenda Ipanema, contra o latifúndio. Mas não tive essa graça ainda" (Mística e espiritualidade, Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 1994, pp. 29 e 64).
É claro que não podemos acreditar assim à primeira vista em qualquer história de aparição que nos contam. Para isto existe o "discernimento", sobre o qual a Igreja tanto insiste. Por outro lado, não resta dúvida que muitas dessas resistências cederiam, se tivéssemos presente o que unanimemente disseram os santos e não se cansam de repetir os Papas: "Deus quer salvar o mundo por meio de Maria".
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Estes dois mistérios são reduzidos a uma evolução cristã de antigos mitos pagãos, de fábulas criadas para explicar a origem do universo, mediante forças cosmológicas. Ou então torcidos ao sabor da própria ideologia, como nesta legítima "atochada" de frei Betto: "A eucaristia é o mais socialista dos sacramentos... Cada vez que a celebramos deviam chamar a polícia, porque estamos questionando a ordem social, que não partilha a comida e a bebida do mesmo modo" (Mística e espiritualidade, p. 48. Esta situação já (ora prevista por S. João Bosco que, numa profecia de 1862, declarava: "Haverá um novo Lepanto na Igreja. E esta só será salva quando o Papa conseguir ancorar a barca de Pedro entre os pilares gêmeos da devoção eucarística e da devoção à nossa Mãe. Isto acontecerá cerca de um ano antes do fim do século vinte".)
A área mais ferozmente açoitada pelo vendaval pós-conciliar foi justamente a da Eucaristia. O perigo já fora detectado por Paulo VI na encíclica "Mysterium Fidei" (=Mistério da fé), na qual chamava atenção para uma certa teologia que se difundia insidiosamente nos meios católicos, pondo em xeque a presença real de Cristo na Eucaristia, e desta maneira solapando o próprio fundamento da Igreja.
Mas de pouco valeram suas advertências. Um mapa da devastação causada por essa "teologia" nos é dado por Enrico Zoffoli.
Em conseqüência das "infiltrações do protestantismo, favorecidas pelo laicismo e a maçonaria", hoje muitos padres e leigos já
"não crêem na Missa como sacrifício, celebrando-a somente como um convívio fraterno. Segundo eles, a Ressurreição e o atual estado do Cristo glorioso convida à alegria e à festa, não ao pranto e à penitência na participação da Oferta cruenta da cruz. sacramentalmente representada sobre o altar na celebração de cada Missa. Acreditam que as palavras da consagração não produzem a verdadeira, real e substancial presença de Cristo debaixo das espécies eucarísticas, tratando-se apenas de uma presença simbólica. Não se importam com as partículas e fragmentos do 'pão consagrado', caídos durante a ação litúrgica. Negada a transubstanciação, a presença de Cristo se considera condicionada não à substância do seu corpo, mas às dimensões do pão que costumamos comer em qualquer refeição. Não se ajoelham diante do sacrário nem adoram o Santíssimo, convencidos de que, após a Missa, celebrada como 'convívio', banquete, refeição e, portanto, dissolvida a assembléia dos fiéis, o
'pão consagrado' não é mais 'símbolo' de sua união em Cristo. Julgam supérflua a confissão sacramental antes de comungar; o fato mesmo de se reunirem em nome de Cristo seria já um sinal de reconciliação com ele e os irmãos, o que é falso. Concebem a Igreja não como um organismo singular que é também jurídico, com dogmas definidos, normas éticas imutáveis, ritos sagrados, hierarquia, e sim como sociedade universal dos fiéis, cada um dos quais vive suas relações com Deus segundo a própria sensibilidade e cultura; pelo que não existe nenhuma religião que se eleve acima das demais como absolutamente verdadeira e, portanto, como única e objetiva via de salvação. Esta conjuração, urdida com astúcia e obstinação, tende a subverter o cristianismo, atingindo-o por dentro e golpeando-o no coração, que é exatamente a Eucaristia, negada como sacrificio do altar, fonte suprema de graça e adorável presença de amor... Cúmplices deste plano são alguns membros do clero, teólogos, biblistas, liturgistas, professores de religião, ministros extraordinários e colaboradores paroquiais".
Além disso,
"o assalto organizado contra o dogma eucarístico tende a golpear o sacerdócio, e assim suprimir a hierarquia, para demolir a Igreja como sociedade visível instituída por Cristo e presidida por Pedro e seus sucessores na sede de Roma. Ora, eliminada a Igreja, estaria dissolvido o Cristianismo, transformado num dos tantos discutíveis sistemas religiosos do espírito humano, exatamente como quer o programa do mundialismo maçônico".
Impõem-se pois o dever de agir para
"salvar a Igreja e defendê-la sobretudo de seus inimigos internos, os quais, seduzidos pelo pior ecumenismo, tentam abatê-la, arrastando-a na espiral vertiginosa de uma exegese bíblica envenenada por historicismo e agnosticismo ".
Jamais alguém
Não menos caótica é a situação na área da liturgia e dos ritos, diversificados ao sabor de cada celebrante. Quantas vezes se acha que, no serviço do altar, tudo ou muito pode ser confiado à espontaneidade e ao amor do ministro. Alega-se que se faz isto "no espírito do Concílio", mas esquece-se que justamente o Vaticano II preceitu-ou: com exceção da Santa Sé e do Episcopado, "jamais alguém, ainda que sacerdote, ouse acrescentar, tirar ou mudar por conta própria, qualquer coisa em matéria litúrgica" (SC 22).
Numa carta ao clero italiano, sob o título "Não agüentamos mais" lembram-se algumas dessas "mistificações": celebrar Missa sem casula e até mesmo sem alva, apenas com a estola; suprimir ou acrescentar palavras ao longo da celebração; juntar as duas fórmulas da consagração numa só; não distinguir "o meu do vosso sacrifício", dizendo, no fim da Missa: "Abençoe-nos o Deus todo-poderoso", em vez de "abençoe-vos", "vamos em paz e o Senhor nos acompanhe". E assim, teimando em confundir-se com o povo, o celebrante "esquece uma paternidade que é o maior valor da comunidade eclesial". Esquece que, naquele momento, não é ele quem fala, mas Cristo por seu intermédio. Que não está agindo em nome pessoal, mas em nome da Igreja, na qual e pela qual Cristo continua adorando o Pai.
Para concluir, toma-se imprescindível dizer alguma coisa sobre a Nova Missa e a controvertida "Comunhão na mão", imposta pela Congregação para o Culto Divino, em 29 de maio de 1969.
Comunhão na mão
Durante quase vinte séculos, só se conheceu um tipo de Comunhão: o da hóstia colocada sobre a língua pelo sacerdote. Mas, pelo fim do Concílio Vaticano II, surgiu uma corrente que pleiteava uma nova modalidade: a da comunhão na mão. Alegava-se que só aos bebês se dá a comida na boca.
Tal sugestão, entretanto, não provinha do Concílio, nem se originava do mundo católico. Segundo Aldacyr Pinto Femandes, em seu livrete Defendei a Igreja Católica do plano "cavalo de Tróia ", os pais da idéia foram - pasmem os leitores! - o "mago negro" Estanislau de Guaita, poeta de Satanás e fundador, em 1888, da Ordem Cabalística da Rosa-Cruz; Paulo Roca, .a "eminência parda" das lojas maçônicas, ex-abade Melinge, e Gérard Encausse, conhecido por Papus, fundador, em 1890, da Ordem Martinista. As cartas trocadas entre eles encontram-se enfeixadas no Epistolário Guaita-Roca-Encausse. Numa delas, escrita por Guaita a Roca se lê: "Temos de trabalhar ativamente para conseguir que, nos templos romanos, se comungue de pé. No dia em que o conseguirmos, o nosso triunfo estará garantido".
Na resposta, Roca se declara "totalmente de acordo", mas acrescenta que "será conveniente passar logo a uma segunda fase, dando o pão na mão e esses antropófagos fanáticos".
No ano seguinte, Guaita volta à carga: "Se conseguirmos estas duas coisas - comunhão de pé e na mão - o resto cairá como fruta madura, visto que a Eucaristia é apenas ágape símbolo de filantropia universal".
E Roca, com satânica ironia: "O presidente da assembléia colocará sobre a mesa ritual o cálice com o pão e uma jarra de vinho, a fim de que os irmãos se sirvam à vontade, pois a Eucaristia é só isto: ágape-símbolo da filantropia universal."
Uma ocasião ímpar de colocar em prática estas sugestões se ofereceu quando uma figura altamente controvertida - o hoje cardeal Annibale Bugini, mação conhecido, que ingressara na seita em 23 de abril de 1963, com o codinome de Buan, e que anteriormente fora dispensado pelo papa João XXIII da cátedra da Sagrada Liturgia, por causa de sua ideologia liberal - recebeu a incumbência de coordenar a reforma litúrgica pós-conciliar e confeccionar a nova "Ordem da Missa". Para assessorá-lo, Bugnini escolheu seis protestantes, que repre sentavam respectivamente o conselho ecumênico das Igrejas cismáticas, anglicanas, luteranas e os monges de Taizé. Eram eles os doutores Georges, Jasper, Sephard, Konneth, Sucit e Thurian.
A nova Missa
Em outubro de 1967, a proposta do grupo sobre a nova Missa foi submetida ao Sínodo dos bispos. Dos 187 votantes, 78 se posicionaram a favor, 105 contra, e quatro se abstiveram.
Em 3 de abril de 1969, Paulo VI aprovava a nova Missa, porém em caráter experimental. Inconformados, alguns cardeais sob a direção de Alfredo Ottaviani, enviaram carta ao Papa, lembrando-lhe que, para ser aprovada, eram necessários 94 votos favoráveis. Portanto, "a aprovação da nova Missa fora feita fraudulentamente". Além disso, "nunca fora submetida ao júri das Conferências Episcopais". Também advertia que, "através de uma série de equívocos, a ênfase era obsessivamente colocada no aspecto de 'ceia' e 'memorial', ao invés de 'renovação incruenta do Sacrifício do Calvário'. As três finalidades da Missa foram alteradas. Já não se permite nenhuma distinção entre Sacrifício Divino e Sacrifício Humano; pão e vinho são transformados apenas 'espiritualmente', não substancialmente... A presença real de Cristo nunca é mencionada, e a crença nisto é implicitamente repudiada". Igualmente "a posição, tanto do sacerdote como do povo, é falsificada, e o celebrante aparece como nada mais que um ministro protestante, enquanto a verdadeira natureza da Igreja é desacreditada.
A respeito do Cânon II foi dito, entre outras coisas, que podia ser recitado com a mais perfeita tranqüilidade de consciência por qualquer padre que não mais acredita na transubstanciação ou no caráter sacrifical da Missa, e até mesmo por um ministro protestante.
A nova liturgia - conclui a carta - será o deleite dos vários grupos que, pairando sobre o vértice da apostasia, estão provocando um caos dentro da Igreja de Deus, envenenando seu organismo e minando inteiramente sua doutrina, culto, moral e disciplina, numa crise sem precedentes".
Outra "mistificação" é a teatralidade que se introduziu principalmente em certas Missas solenes, o que vem dificultar, e muito, o encontro íntimo e pessoal com Cristo, para o quê deve levar toda oração.
"Às vezes - conta o vidente mineiro Raymundo Lopes fico tão confuso com tanto barulho e cantos tão estridentes, que peço a Jesus para me tornar surdo naquele momento. E ele, quase sempre me atende. De maneira que posso continuar rezando em paz". "Certa vez - recorda - estava eu participando de uma dessas Missas barulhentas. As pessoas cantavam e o sacerdote, no altar, gesticulava desesperadamente, exortando-as a cantarem ainda mais forte. Eu percebia sua boa intenção de agradar a Jesus com tal atitude. Aquele padre era o produto da abertura que a Igreja proporcionou com o Concílio Vaticano II. Portanto, na visão dele, estava tudo correto... No ofertório levaram de tudo para o altar, até cacho de banana e dinheiro. Mas o pior aconteceu na hora do abraço da paz. Foi uma balbúrdia, todo mundo rindo, beijando, passeando pela igreja e muitos até dançando.
Eu baixei a cabeça e pedi perdão a Jesus. Pedi-lhe que entendesse: aquelas pessoas queriam agradá-lo e não sabiam como. Ali percebi ao lado esquerdo do altar, uma imagem de Nossa Senhora em tamanho natural. Mas ela estava diante de mim viva; tinha adquirido vida e chorava. Em pensamento lhe perguntei por que chorava. Resposta? Porque todas as vezes que se celebra a Missa, vejo o meu querido Jesus morrer. Vocês estão perdendo mais e mais o verdadeiro sentido da Missa, e isto me entristece´ ".
A grande fraude
Esta advertência de um grupo de cardeais obrigou o Papa a consultar por votação, especialmente o assunto da comunhão na mão, a cada bispo, obtendo o seguinte resultado: 1233 reprovaram essa prática; 567 a apoiaram, enquanto que 315 se manifestaram dispostos a aceitá-la com algumas condições. Apesar deste resultado, a mão solerte do inimigo conseguiu que a prática da comunhão na mão permanecesse.
Mas jamais contou com a 'aprovação do Papa atual, que, na carta apostólica Dominicae coenae (=a ceia do Senhor), fez questão de deixar bem claro: "O tocar nas sagradas espécies com as mãos é privilégio dos ordenados" (n. 12), como o entendeu sempre a Igreja. Por isso; negou a comunhão na mão à esposa do Presidente da França, Giscard D'Estaing, na viagem àquele país, em junho de 1980. O fato aconteceu na basílica de Notre Dame de Paris. Algumas conferências episcopais protestaram e fizeram o possível para forçá-lo a ceder em determinadas ocasiões. Mas nada conseguiram, sabendo ele que a autorização contraditória de comungar pelas próprias mãos foi e continua sendo a grande fraude cometida no coração da Igreja.
Em 18 de outubro de 1962, sete dias antes da abertura do Concílio, Nossa Senhora disse em Garabandal: "À Eucaristia dá-se cada vez menos importância". E a profecia se realizou fielmente.
Num relatório intitulado: "A Comunhão na mão deveria ser revogada?", citado pelo padre Paul Leonard, lemos: "Hóstias foram encontradas dentro de missais, em bancos de igrejas, em sacristias e estacionamentos. Também foram guardadas em bolsos e álbuns de fotografias. E o que é ainda mais chocante: hóstias consagradas foram encontradas em vasos sanitários... É de conhecimento público que hóstias consagradas são usadas nos cultos a Satanás, em terríveis missas negras".
E há ainda o problema dos fragmentos que, por se ter dispensado a patena e o banco da comunhão, facilmente se desprendem das hóstias, caem e são pisoteados. Mas os partidários da nova modalidade de comungar não se impressionam. "Se Deus está em toda parte nos dizem - por que não pode estar também no chão?"
Pela façanha de liquidar a Missa em latim e legitimar a prática da comunhão de pé e na mão, Bugnini foi promovido pelo cardeal Villot a Secretário da Sagrada Congregação para a Propagação da Fé.
Maçonaria eclesiástica
Não existe pior inimigo do que aquele que se encontra em nosso próprio campo. O plano de Satanás era separar a Igreja do Estado e, em seguida, dividir a Igreja internamente. E o conseguiu.
Isto nos leva ao tema da maçonaria, que é um tema complexo. Os líderes desta sociedade se encontram em postos de comando na maioria das esferas econômicas, políticas, judiciais e sociais, de onde controlam a sociedade. Pat Robertson, em seu livro A Nova Ordem Mundial, depois de reconhecer que "a maçonaria foi a responsável pelo maior impacto negativo na sociedade atual, tanto ao nível civil como religioso, para acabar com o que é de Deus", cita o ex-primeiro ministro inglês Benjamin Disraeli, que escreveu: "O mundo é governado por personagens bem diferentes e em número muito inferior do que imaginam os que não se encontram atrás dos bastidores". E logo depois, cita o presidente norte-americano Wilson Woodrow, cujo conselheiro principal era um desses que operavam por trás dos bastidores. Segundo Wilson, "existe um poder tão organizado, tão sutil, tão vigilante, tão entrelaçado, tão completo e penetrante, que se a gente resolve condená-lo, deve fazê-lo em voz muito baixa".
Como se vê, trata-se de uma enorme e perigosa rede mundial. Mas o que mais dói é ter de reconhecer que essa rede se estende dentro da própria Igreja. É a chamada maçonaria eclesiástica, cujo objetivo consiste em destruir a Igreja por dentro.
Sobre essa estratégia de infiltração existe um livro, publicado por uma enfermeira católica francesa, que em 1960 atendeu a uma vítima de acidente automobilístico, a qual morreu ao dar entrada no hospital. O homem não tinha qualquer identificação, mas trazia na pasta umas notas biográficas, pelas quais ficou sabendo tratar-se de um agente secreto comunista, que conseguira introduzir-se na Igreja, primeiro como seminarista, depois como padre. Ao se dar conta do valor desses escritos, a enfermeira não hesitou em publicá-los. O livro intitulado AA 1025 - Memórias de um anti-apóstolo apresenta o relato da época que o personagem passou no seminário e das artimanhas usadas, ano após ano, para destruir tudo o que era católico romano. A história desse "anti-apóstolo" começou quando um seu tio, membro do partido comunista, lhe disse: ''Vou enviá-lo para praticar o ateísmo militante internacional. Deverá combater todas as religiões, mas principalmente a católica, por ser a mais organizada".
As notas também falam na infiltração e colocação de sacerdotes em pontos-chaves da Igreja, nas tentativas de abolir as tradições católicas com o objetivo final de reunir todas as religiões numa única religião universal, numa reunião de escritores para promover estes pontos de vista, e um plano completo de conotações diabólicas. Quando esse homem foi recrutado, era o número 1.025 num programa que enviava rapazes a seminários católicos do mundo inteiro. Desses, mais de 100 já tinham recebido a ordenação sacerdotal. No entanto, isto que foi revelado certamente não passa da minúscula ponta do gigantesco iceberg que se mantém submerso, isto é, oculto.
Quinta-colunas
Esta solerte infiltração seria reconhecida durante o Concílio por Maurice Pinay - um pseudônimo debaixo do qual se escondia um grupo de cardeais e bispos - em seu livro Complô contra a Igreja:
"Para conquistar o mundo cristão, o imperialismo judaico considerou indispensável dominar o seu principal baluarte, a Igreja de Cristo, utilizando para este efeito diversas táticas, que variavam desde ataques frontais até às infiltrações. A arma favorita da quinta-coluna consistiu em introduzir dentro das fileiras do clero os jovens cristãos descendentes de judeus, que praticavam em segredo o judaísmo, para que, uma vez ordenados sacerdotes, tratassem de subir na hierarquia da Igreja... com a finalidade de usar logo as posições adquiridas dentro do clero em prejuízo da Igreja e em beneficio do judaísmo, dos seus planos de conquista e dos seus movimentos heréticos ou revolucionários. Em tão delicadas tarefas de infiltração, o judaísmo subterrâneo utiliza rapazinhos dotados, não somente de grande religiosidade, mas ainda de uma grande mística e fanatismo pela religião judia, decididos a dar a vida pela causa do Deus de Israel e do povo eleito".
É a respeito dessa maçonaria eclesiástica, formada por esses quinta-colunas infiltrados na Igreja, que Jesus tem alertado repetidamente o mundo, através de Vassula Ryden, e Nossa Senhora através do padre Gobbi. É a realização do que dissera em La Salette, onde falou detalhadamente nesta infestação da Igreja e, na sua desagregação interna. O que, de resto, só vem confirmar a resolução do Congresso Judaico Mundial, de Estrasburgo, que, aceitando a sugestão da Maçonaria Internacional, de Paris (1908), se propôs "infiltrar-se na Igreja, para destruí-la desde seu interior".
Essa infiltração até nos mais altos escalões foi denunciada pelo papa Paulo VI, quando, em 13 de outubro de 1977, alertou:
"A cauda do diabo está desintegrando o mundo católico. As trevas de Satanás alastraram-se por toda a Igreja, até seus vértices. A apostasia, a perda da fé, se propaga por todo o mundo, atingindo até os mais altos níveis da Igreja" (Se alguém acha que o Papa está exagerando, veja nas páginas 100 a 106 do livro Cristianismo em xeque, uma relação de 101 nomes de altos dignitários eclesiásticos, com suas respectivas datas de inscrição na maçonaria e o número do registro.)
As advertências do Papa seriam confirmadas por Jesus a Vassula:
"Já vos disse que a vossa geração apostatou e que esta apostasia penetraria no coração do meu santuário, atingindo padres, bispos e cardeais" (20/12/1993).
E por Maria ao padre Gobbi:
"O rebanho de Cristo está sendo dilacerado por lobos vorazes, que se introduziram sob as vestes de inofensivos e mansos cordeiros. Entre esses, há alguns que ocupam lugares de grande responsabilidade e, por meio deles, Satanás conseguiu penetrar e atuar no próprio vértice da Igreja" (06/09/1998).
Táticas de ação
As táticas de ação da maçonaria eclesiástica revelam-se tão refimadas, que teríamos dificuldade em tomá-las a sério, não fosse a própria Nossa Senhora a no-las revelar. Na mensagem de 13. de junho de 1989 ao padre Gobbi, explica de que maneiras costuma proceder a maçonaria eclesiástica:
"1 - Age para obscurecer a Divina Palavra, por meio de interpretações naturais e racionais e, na tentativa de torná-la mais compreensiva e acolhida, a esvazia de todo seu conteúdo sobrenatural. Assim se difundem os erros em todas as partes da própria Igreja Católica. Por causa da difusão desses erros, hoje muitos se afastam da verdadeira fé, realizando-se a profecia que eu vos fiz em Fátima: 'Virão tempos em que muitos perderão a verdadeira fé'. A perda da fé é apostasia.
2 - A maçonaria eclesiástica age de modo enganoso e diabólico, para conduzir todos à apostasia.
3 - Seu objetivo é justificar o pecado, apresentá-lo não mais como um mal, e sim como um valor e um bem... Fruto pernicioso deste maldito câncer, que se difundiu na Igreja, é o desaparecimento da confissão individual em toda parte. .
4 - Favorece as explicações que dão do Evangelho interpretações racionalistas e naturais, por meio da aplicação de vários gêneros literários, e assim o Evangelho é dilacerado em todas as suas partes. Chega-se finalmente a negar a realidade histórica dos milagres e da ressurreição, e se põe em dúvida a própria divindade de Jesus e sua missão salvífica.
5 - Procura destruir o Cristo místico, que é a Igreja.
6 - Procura destruir a realidade da Igreja hierárquica, isto é, o Papa e os bispos unidos a ele, com um falso ecumenismo, que leva à aceitação de todas as Igrejas Cristãs, afirmando que cada uma delas possui parte da verdade. Cultiva o projeto de fundar uma Igreja Ecumênica Universal, formada pela fusão de todos os credos cristãos, entre os quais a Igreja Católica.
7 - A maçonaria eclesiástica também ataca a piedade eclesial para com o sacramento da Eucaristia. Desta valoriza só o aspecto da Ceia, tende a minimizar o seu valor de sacrifício, procura negar a presença real e pessoal de Jesus nas hóstias consagradas. Por isso, foram gradualmente suprimidos todos os sinais externos, indicativos da fé na presença real de Jesus na Eucaristia, como as genuflexões, as horas de adoração pública, o santo costume de circundar o tabemáculo com luzes e flores.
8 - Procura destruir o fundamento da unidade da Igreja, com o ataque traiçoeiro e insidioso ao Papa".
Na mensagem de 13 de maio de 1990, ela acrescenta:
"A Igreja conhecerá a hora da sua maior apostasia, o homem iníquo se introduzirá no seu interior e se assentará no próprio templo de Deus, enquanto o pequeno resto que permanecer fiel será submetido às maiores provações e perseguições".
Cisma à vista
Em 15 de novembro de 1977, ela avisa que um cisma(Segundo o Catecismo da Igreja Católica, cisma é "a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos". (n° 2089)) está
sendo preparado secretamente:
"Continua-se pelo caminho da divisão em relação ao Papa e da recusa do seu magistério; às escondidas, está se preparando um verdadeiro cisma, que logo poderá tornar-se aberto e proclamado".
Esta previsão de um cisma vem de longe e foi profetizado por vários santos e pessoas de reconhecida virtude.
No ano 1820, a bem-aventurada Ana-Catarina Emmerich, religiosa agostiniana e estigmatizada, teve uma série de visões sobre a Igreja do futuro. Na de 12 de setembro, ela viu
"uma igreja estranha, que era construída contra toda e qualquer regra. Não havia anjos dirigindo a construção. Nada vinha do alto... só se via divisão e caos. Era provavelmente uma igreja criada pelo homem, segundo a última moda... Vi novamente essa igreja estranha e grande, que se edificava ali (em Roma), onde nada havia de sagrado. Tudo se fazia segundo a razão humana. Vi toda classe de gente, coisas, doutrinas e opiniões; havia orgulho, presunção e violência nessa igreja, que parecia ter muito êxito. Ao longe vi gente armada de lanças e uma figura que, rindo-se, dizia: 'Construam-na o mais sólida possível e nós a derrubaremos' ''.
Em 22 de abril de 1823, viu que
"muitos pastores se deixavam levar por idéias perigosas para a Igreja. Construíam uma igreja grande e extravagante, na qual todos seriam admitidos para estarem unidos e terem direitos iguais: evangélicos, católicos e seitas de toda sorte... Esta seria a nova igreja... Mas Deus tinha outros planos".
Também viu que, com a aproximação do tempo da
"segunda vinda de Cristo, um mau padre prejudicaria muito a Igreja. E quando estiver próximo o reino do Anticristo, apareerá uma religião falsa, que será contra a unidade entre Deus e a sua Igreja. Isto causará o maior cisma jamais visto no mundo. À medida que se aproxima o fim dos tempos, mais as trevas de Satanás se estenderão pela terra e maior será o número dos filhos da corrupção, enquanto que o número dos justos diminuirá gradativamente".
Antipapa
"Os temores de que um antipapa venha a sentar-se no trono de Pedro neste final de milênio não constituem preocupação infundada", conforme Sérgio Oliveira. Não seria a primeira vez que isto acontece. Mais de três dezenas - 32, segundo ele - se apoderaram do pontificado, por obra e graça de conchavos políticos e com as intenções mais diversas.
"Considerando-se - prossegue - que o total de Papas, de S. Pedro a João Paulo II foi de 302, não se pode ignorar a alta taxa de incidência de antipapas: 32 em 302 corresponde a 10,5%. Cerca de 1 em cada 10. Trata-se, pois de fato relativamente freqüentete (A bem da verdade. deve-se lembrar que isto aconteceu até o fim do Grande Cisma (1378- 1417). A partir dali, num período de 550 anos, não houve antipapas. Gregório XVII, de Palmar de Troya, não se considera do grupo, pois não chegou a governar a Igreja.)
Pior foi quando a Igreja, ao longo do Grande Cisma, chegou a ter três Papas ao mesmo tempo, que se excomungaram mutuamente, cada um declarando os outros dois cismáticos e destronados. Todos pareciam ter sido eleitos validamente, tanto que as próprias Ordens religiosas se dividiram, cada uma apoiando um Papa diferente.
Profecias, tanto antigas quanto mais recentes, advertem que graves problemas ameaçam o papado nestes tempos finais. Suas mensagens tomam-se mais específicas a cada ano que passa. Satanás encontra-se firmemente implantado nos recintos do poder eclesiástico.
A impressão geral que nos dão os videntes atuais, bem como os observadores e pensadores da Igreja, é que, com o desaparecimento de João Paulo II, um antipapa vai se apoderar do trono pontifício, e o rebanho fiel à verdadeira Igreja sofrerá perseguições tão fortes como jamais se viram na história.
A seguir, alguns profetas antigos e novos, que predisseram a derrocada do papado, sua fuga de Roma e até seu assassinato.
Santo Anselmo, bispo de Sunium, na Grécia, vaticinou no séc. XIII: "Ai de ti, cidade das sete colinas (Roma), quando a letra K for aclamada dentro de teus muros! Então a tua queda estará próxima" (K não corresponderia a Karol, o nome do Papa atual?).
Beato Joaquim (séc. XIII):
"Até o fim do mundo (hoje diríamos, até o fim dos tempos), o Anticristo derrubará o Papa e usurpará sua sede".
Santa Maria Taigi (séc. XIX):
"A religião será perseguida, os sacerdotes, massacrados. Fechar-se-ão as igrejas, mas por pouco tempo. O Santo Padre se
verá obrigado a sair de Roma"
Maria Steiner (séc. XIX):
"Vejo o Senhor açoitando e castigando o mundo de um forma tão terrível que sobrarão poucos homens e mulheres. A Igreja será perseguida e Roma estará sem pastor".
Santa Hildegarda (séc. XII):
"Um maometano se converterá, chegará a ser padre, bispo e cardeal, e quando o novo Papa for eleito (imediatamente antes do Anticristo), esse cardeal o matará antes da sua coroação. Logo os cardeais elegerão outro que !e proclamará antipapa, e dois terços dos cristãos o seguirão ".
Venerável Bartolomeu Holzhauser (séc. XVII): "O Anticristo e seus exércitos conquistarão Roma, matarão o Papa e se apoderarão do trono".
À mística Vassula Ryden Jesus tem repetido vezes sem conta que "o usurpador já se encontra na minha casa, debaixo do meu teto".
Tudo isto parece fechar com a predição da Virgem em Li Salette: "Roma perderá a fé e se tornará a sede do Anticristo.".
Satanização crescente
Paralelamente à sua ação desagregadora no interior da Igreja, Satanás está promovendo o culto à sua pessoa. Isto ele faz através da bruxaria, feitiçaria, espiritismo, ocultismo, rituais satânicos com o sacrifício de crianças e adultos e a própria adoração direta.
"Nunca, como em nossos dias - constata M. Basilea - Satanás pôde demonstrar publicamente e em tão grandes proporções o seu poder, através das pessoas que lhe são submissas, como feiticeiros, bruxas e espíritas. Nos meios de comunicação, sem qualquer camuflagem, ele faz propaganda para sua causa e convida a explorar o mundo fascinante do ocultismo. Desta maneira ele domina sobretudo a maioria das nossa crianças e jovens, que se tornam adeptos e devotos dele. Para inúmeras pessoas, o seu mundo mágico exerce uma atração extraordinária, pois, com sua crueldade, sua obscenidade e blasfêmias, oferece um antegosto do inferno na terra. Ele abrange todos os tipos de feitiçaria, sexo pervertido, terrores psicológicos, extorsão, raptos e seqüestros, aborto para 'fins de sacrifício' em missas satânicas, até matança de seres humanos e o beber de seu sangue".
Sobre isto poderíamos contar muitos casos. Limitamo-nos ao de Jonathan Cantero, da Flórida, que aos 19 anos, esfaqueou a mãe com 40 estocadas no peito, no estômago e nas costas. Satanista assumido, ele também cortou a garganta de sua mãe e quase lhe decepou a mão esquerda, enquanto recitava sobre o cadáver uma oração que encontrara num livro de ocultismo. A oração dizia: "Senhor Satanás, tu sabes que tirei esta mulher da face da terra, rasguei o ventre de onde saí. Pus fim ao reino da profanação que ela exercia sobre minha mente; ela nada mais tem a ver comigo e não passa de simples serpente na região das profundezas". (Sobre o assunto. não deixe de ler Satanismo é real? do padre Jeffrey J. Steffon, Ed. Louva-a-Deus, Caixa Posta1941 - CEP 20001-970 Rio de Janeiro. Te!. (021) 263-3725.)
Outras vezes é o próprio Satanás que parte para 11 violência física como aconteceu com Pierina Gilli, a vidente da Rosa Mística "No dia 31 de maio de 1947 - conta G. Hierzenberger - ela foi espancada brutalmente por três demônios a tal ponto que, cheia de hematomas correu em busca de refúgio junto a duas freiras do hospital onde tra balhava e chamou em socorro a fundadora daquelas irmãs. Então desmaiou e se encontrou num lugar ilimitado. Era o inferno, entre cujas chamas viu revolutear, agitada, uma turba de demônios alados. No meio deles, reconheceu os três que a tinham torturado".
Hoje Satanás parece prestes a alcançar seus intentos.
"Quase todas as áreas da vida e da cultura estão sob o seu domínio - reconhece Basilea. Como sedutor, ele trabalha sistematicamente na criação de uma religião universal única, na qual serão unidos cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, budistas e todos os tipos de adoradores de ídolos e espíritos. Bispos, sacerdotes e pastores das mais diversas Igrejas estão colaborando. Ambiciona-se criar uma Igreja universal única e uma cidadania universal, e com isto prepara-se o caminho para um soberano universal".
Panorama mundial
Com estatísticas de 1973, Basilea nos dá um aproximado panorama do satanismo no mundo. Panorama que vem confirmar as palavras de Nossa Senhora ao padre Gobbi:
"Satanás foi o dominador incontestado nos acontecimentos deste vosso século, levando a humanidade inteira à rejeição de Deus e de sua lei de amor, difundindo por toda parte a divisão, o ódio, a imoralidade, a maldade, e fazendo legitimar em toda parte o divórcio, o aborto. a obscenidade, a homossexualidade e o recurso a todos os meios para impedira vida" (13/05/1990).
Anton La Vey, fundador e sumo sacerdote da Igreja de Satanás, conta com 10.000 adeptos nos Estados Unidos, e além dele há milhares de sacerdotes satanistas. Sua "igreja", criada na Califórnia, em 1966, encontra-se registrada oficialmente como associação religiosa. O que significa não ser uma seita secreta, mas um movimento religioso, que pode propagar livremente blasfêmias e maldições contra Jesus, durante suas "missas negras", às quais assistem milhões de pessoas pela televisão. Nessas "missas negras", bem como nos casamentos satânicos e outros rituais, o altar é representado por uma mulher absolutamente nua. E, na cerimônia de iniciação, o candidato assina seu compromisso com o demônio com o próprio sangue.
Em 1971, em Chicago, reuniram-se 4.000 pessoas para um culto de adoração pública a Satanás. A nova era do culto de Satanás foi introduzi da em 1967 com o livro O bebê de Rosemary, um misto de satanismo e feitiçaria, ridicularizando a encarnação de Jesus por uma história de encarnação satânica. O livro, depois transformado em filme, culminou com a morte da estrela Sharon Tate, esposa do próprio diretor cinematográfico, Roman Polanski. Como se sabe, ela foi assassinada num ritual de magia negra, pelo guru bissexual, Charles Manson, pertencente a um dos grupos satânicos mais influentes de Hollywood e Washington.
No Brasil tivemos, em 1993, o assassinato de Daniela Perez. Na novela "De corpo e alma", ela vivia uma relação passional com Guilherme de Pádua, o qual mantinha em casa um altar cheio de símbolos de magia negra, onde adorava morbidamente sua musa. Como trágica ironia, a musa do altar satânico acabaria sendo assassinada violentamente por Guilherme que, segundo os advogados da família Perez, praticava certos rituais mágicos, juntamente com sua mulher.
Sortilégio e feitiçaria alcançaram proporções assustadoras. Na Inglaterra, um certo membro do Parlamento disse que 78% dos estudantes secundários tinham estado em contato com um mago ou uma feiticeira.
Nos Estados Unidos existem milhões de feiticeiras, das quais mais de 2.000 só em Los Angeles e 500 em Manhattan (distrito da cidade de Nova Iorque).
Segundo um feiticeiro dos Estados Unidos, dez anos atrás, dificilmente se podiam encontrar cinco livros razoáveis sobre o assunto; hoje ele conhece pelo menos 500, que se encontram à venda nos supermercados.
Nalgumas áreas dos Estados Unidos, quase a metade das faculdades oferece cursos de feitiçaria, magia e sortilégio, sem falar nos numerosos periódicos ocultistas que se publicam.
França, 60.000 feiticeiros ganham 200 milhões de dólares por ano.
Na Alemanha Ocidental, há alguns anos, havia duas vezes mais adivinhos e feiticeiros registrados do que ministros e sacerdotes cristãos. As "missas negras", invadindo um país após outro, já se infiltraram na Alemanha e são apresentadas na televisão.
Satanismo e televisão
Um poderoso veículo de difusão do satanismo é a televisão. Num "memorando especial", produzido pela EIR - Executive Inteligence Review, intitulado "A televisão e a promoção do satanismo", encontramos algumas ponderações que passamos a resumir.
Reportando-se ao assassinato da atriz Daniela Perez, o autor observa que, tanto "em sua forma crua, como o crime supracitado, quanto em outras manifestações, talvez sutis, a sociedade vem sendo mergulhada deliberadamente numa cultura de inspiração abertamente satânica, promovida pelas oligarquias que, ao longo da história, sempre combateram a imagem do homem transmitida pelo cristianismo. Para eles, o homem não passa de uma besta degradada. E, firmadas numa tal concepção, procuram por todos os meios destruir a bela e sagrada imagem do homem feito à semelhança de Deus".
A contracultura
Essa investida começou sobretudo a partir dos anos 60, e marcou o início da
"rápida degeneração moral em que se precipitaram grande parte da população e das instituições nacionais. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, destacadas personagem' do establishment daqueles países lançaram a chamada 'contra-cultura', que englobava o consumo de drogas, a promoção do hedonismo, a 'arte' psicodélica, a proliferação da pornografia e da música rock, a qual, nas suas versões 'suave´e 'pesada', viria a se converter no mais eficaz instrumento para incitar à adoração do demônio (Veja a propósito o livrete de M, Basilea Schlink. Música Rock, Irmandade Evangélica de Maria. C. Postal 3440 - 8000 1-970 Curitiba, PR.)
Todo esse bombardeio mental que, desde o início, incluiu o florescimento de vários tipos de rituais e versões modernas de antigas instituições satânicas, culminou com ondas de recrutamento maciço de adeptos do satanismo, com técniças cada vez mais sofisticadas de destruição do ser humano. Um exemplo recente dessa degradação foi o de um casal holandês, filiado à Igreja de Satanás, que chegava ao êxtase sexual submetendo crianças à tortura por meio de choques elétricos. Hoje a televisão se constitui num poderoso instrumento nas mãos de grupos que incorporam em sua programação todas as modalidades do receituário dessa contracultura hedonista. E assim, pouco a pouco, vão moldando as mentes de toda uma geração, tornando confuso o conceito do Bem e ensinando a adorar o Mal. Os alvos dessa ofensiva são a família, a Pátria e Deus".
Inimigo número um
"Ao difundir esta subcultura e ao deificar arquétipos do que, na visão de seus controladores, deve ser o homem moderno, a televisão se transformou no inimigo número um, tanto do Estado nacional soberano, quanto dos direitos do indivíduo e da sua dignidade".
E logo adiante:
"As principais cadeias de televisão se originam de um projeto de engenharia psicossocial, destinado à manipulação de massas, que teve. seus pioneiros no movimento nazista. Os estragos que essa manipulação causou à cidadania puderam ser constatados na guerra do Golfo Pérsico, na qual o comportamento da população foi reduzido ao nível mais baixo, observando com delícia os acontecimentos, como se estivesse na frente de um videogame. Diante dos prodígios tecnológicos mostrados, a morte de civis indefesos era secundária. No entanto, se tratava de um país que estava sendo impiedosamente destruí do pelo poderio militar anglo-americano".
Redes envolvidas
O caso do assassinato de Daniela Perez sobre o pano de fundo do satanismo não foi o primeiro, nem será o último ligado ao meio artístico da televisão.
Na Venezuela, a cadeia Venevision, de propriedade da família Cisneros, já foi multada pelas autoridades federais, por veicular programas de índole satânica. Eram mensagens subliminares, incitando ao consumo de drogas, rebelião às autoridades, prostituição a vários hinos a Satanás.
Mas o caso de maior repercussão foi com relação à rede mexicana Televisa, quando, em 1989, a polícia norte-americana descobriu, em Matamoros, fronteira com os Estados Unidos, uma seita satânica, composta por assassinos e narcotraficantes. Em seu poder encontrou os cadáveres mutilados de 12 adolescentes, um altar com velas, tigelas cheias de vísceras e dezenas de objetos, utilizados em rituais de magia negra.
O caso de Matamoros veio lançar várias luzes sobre as redes que confluem na promoção de cultos do gênero. Entre elas figura a Televisa, a "pioneira" das telenovelas de cunho esotérico. Basta dizer que seus roteiristas e produtores recebem assessoria direta de Anton La Vey, fundador da Igreja de Satanás, autor da BíbLia Satânica e conselheiro de Hollywood para assuntos de bruxaria, demonologia, astrologia e temas similares. La Vey fez o papel de Satanás no filme "O bebê de Rosemary", e é atualmente um elemento central na indústria do rock.
Organizações satanistas
O memorando da EIR encerra com uma relação das principais organizações satanitas da atualidade:
Lucis Trust, cujo nome original era Lucifer Trust. Foi fundada na Inglaterra em 1922, pelo casal Alice e Foster Bailey. A organização controla a única capela existente na sede da ONU, em Nova Iorque. Além do satanismo aberto, a Lucis Trust fomenta o malthusianismo, a Nova Era e o ecologismo.
Entre os patrocinadores oficiais da organização, encontram-se destacadas figuras do establishment anglo-americano, como Henry Clausen, ex-Supremo Grande Comendador do Conselho Supremo, grau 33 da maçonaria escocesa; John Rockefeller, Robert McNamara, Thomas Watson, ex-embaixador dos Estados Unidos na Tailândia, e o rabino Marc Tannenbaum, diretor do Comitê Judaico Americano.
Ordo Templi Orientis (OTO), criada pelo satanista inglês Aleister Crowley, como um braço da maçonaria. Aleister é o personagem demoníaco mais adorado por integrantes das bandas de rock.
WICCA é hoje a principal associação internacional de bruxas. Surgiu nos primeiros anos do pós-guerra, como uma entidade legal para a promoção da bruxaria. A sigla WICCA foi popularizada no Brasil pelo "bruxo" Paulo Coelho, em seu livro Brida, onde confessa pertencer a uma sociedade secreta satânica, da Espanha.
Todas essas organizações modernas descendem essencialmente de antiquíssimas formas de satanismo, algumas das quais remontam à Mesopotâmia, de onde o satanismo se transmitiu à Europa Ocidental. Aqui é importante ressaltar que a figura sobressalente do satanismo não é a do homem e sim da mulher, o princípio feminino do Mal. Por isso, os satânicos de todas as épocas tomaram a mulher como alvo de degradação sistemática, incluindo-se o movimento feminista dos anos 60.
A tentativa de subjugar o cristianismo, inferiorizando-o e associando-o ao satanismo, iniciada por Simão, o Mágico (At 8,9ss), constitui a origem do gnosticismo. E há um padrão geral de satanismo que muitas vezes surge mesclado com formas gnósticas, o que pode ser visto nalgumas variedades de maçonaria, como a britânica, a qual, em última instância, foi o fator corruptor de muitas instituições, inclusive da Igreja Católica norte-americana.
De maneira que é dos Estados Unidos, principalmente, que se irradia para o restante do continente americano a ofensiva maior contra o cristianismo, ofensiva reforçada pelas maquinações da família Rockefeller e o interesse manifesto do presidente Theodore Roosvelt em extirpar a cultura católica da América Latina. Não é mera casuálidade que estes personagens tenham sido ou sejam fanáticos cultores da Nova Era. Na realidade, esta última surgiu nos tempos modernos, como sinônimo de gnosticismo e satanismo.
Dois grandes pregoeiros
Dois grandes pregoeiros modernos do satanismo, lembrados apenas de passagem, são a Nova Era e os conjuntos de rock.
O primeiro mergulha suas raízes na Sociedade Teosófica, de Helena Blavatski, que é também fundadora das "Publicações Lúcifer".
A Nova Era propiciou a criação de um verdadeiro movimento satânico de massas. Por trás dela, encontram-se várias entidades poderosas, incrustadas nas altas esferas políticas de diversas nações, que se encarregam da sua divulgação. Sem exagero, podemos afirmar que se trata de uma espécie de imperialismo satanista, cujo objetivo é descristianizar a civilização ocidental, particularmente da América Latina.
O satanismo da Nova Era aparece escancaradamente nestas palavras de Davi Spangler, um dos líderes do movimento, que em 1978 escreveu: "Lúcifer (que é outro nome de Satanás), está agindo em todos nós, a fim de nos levar a um estado de perfeição. Quando entrarmos numa nova era, a era da perfeição do ser humano, cada um, de uma maneira ou de outra, chegará ao ponto que chamo de iniciação luciférica' (=consagração a Lúcifer). Esse é o portão especial pelo qual o indivíduo tem de passar para chegar plenamente à presença de sua luz e perfeição". Voltaremos ao assunto na IV parte.
Outro escancarado pregoeiro do satanismo é o rock. Os seus grandes concertos, além de exaltarem a sexualidade, o sexo promíscuo, as drogas, a violência e a morte, ultrajam conscientemente Jesus Cristo, de uma forma que supera tudo quanto se possa imaginar.
"Seus álbuns, de conteúdo perverso, blasfemo e diabólico, são distribuídos aos milhões - diz ainda Basilea. Para concertos ao vivo, os maiores salões e estádios são colocados à disposição, e palcos gigantes são construí dos. Trens e ônibus especiais são requisitados, e a polícia, médicos e enfermeiros são convocados para prestarem seus serviços. Toleram-se os estragos acarretados pelo vandalismo de fãs histéricos, como também os danos espirituais incalculáveis causados a uma geração levada ao consumo desenfreado de música rock e sexo".
Esses "danos incalculáveis" são reconhecidos pela polícia de Santos (SP), ao comentar um acidente ocorrido em novembro de 1997, em que oito adolescentes morreram pisoteados. Eles - disse o delegado - vinham de um show de rock, "onde as músicas estimulam o consumo de drogas, a violência, e mexem com o inconsciente coletivo. Quem promoveu o show deveria estar preso".
Esta é a razão
Diante de tal panorama, compreende-se a constante advertência de Nossa Senhora: "O próximo castigo será mais severo do que no tempo do dilúvio. "
Sim, porque na Bíblia, Deus nos pede que o amemos com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças. Noutras palavras, que nos apaixonemos por ele. Que lhe entreguemos totalmente a nossa vida, não apenas algumas migalhas. No entanto, o que faz a nossa geração? Em vez de amá-lo, o desafia e despreza.
"Em nenhuma geração - constata M. Basilea - porque em nenhuma geração anterior o homem desafiou tanto a Deus, se rebelou tão arrogantemente contra seu Criador, representando-o, ora como um velhinho choroso e trêmulo, que perdeu o controle sobre o mundo, ora como um 'chefão' insensível, rude e brutal. E por fim declarando-o teologicamente morto. São inumeráveis as peças de teatro, os filmes, os livros, os poemas, as canções e as chamadas obras de arte nos quais Jesus é degradado, difamado e desprezado (Dois exemplos desta avacalhação da figura de Cristo e seus sacramentos tivemos em setembro de 1996. num programa da Hebe Camargo. onde, num desfile de manequins portando sungas e outras peças íntimas, se exibia o rosto de Jesus, de Nossa Senhora e da Santa Ceia, estampados justamente sobre os genitais masculinos. E ainda mais recentemente, um comercial de uma pastilha para a tosse, feito através da paródia de um sacerdote que, ao invés de oferecer uma santa hóstia, oferecia uma pastilha. Fico pensando nas palavras de Jesus a Vassula Ryden: "Olhai para aquilo em que vos transformastes... Sodoma e Gomorra parecem quase irrepreensíveis, comparadas com as vossas impurezas. Por isso, no dia do julgamento, elas serão tratadas com menos dureza do que vós" (30/08/1991).). Representam-no como um fracalhão lascivo, que precisa ser exortado por seu traidor Judas a não desistir de sua missão como Salvador. Milhões já riram de Jesus, retratado como Superstar e rodeado de bailarinas seminuas. Todo mundo lhe atribui seus pecados: as prostitutas, os homossexuais, os desertores e os revolucionários. Os malfeitores cospem nele, e a maioria se ri. Em contra partida, Satanás, o assassino desde o princípio, é elogiado, adorado e enaltecido. Muitos o escolhem como seu ídolo, o aclamam e lhe confiam totalmente sua vida, chegando a oferecer-lhe sacrifícios humanos".
Aqui ela encontra a explicação por que o castigo de Deus será maior do que nos dias do dilúvio. Porque
"a geração de Noé nunca proclamou Satanás como seu senhor e não transformou a terra em inferno, na proporção em que a humanidade hoje está fazendo. Eles nunca conheceram Jesus, que ainda não derramara seu sangue por eles. "
Fonte: A Profetisa dos Tempos Finais - Olivo Cesca