sábado, 18 de setembro de 2010

Bento X VI : a fidelidade exige obediência para poder alcançar "uma compreensão mais profunda da vontade do Senhor" e advertiu que esta obediência deve estar "livre de conformismo intelectual ou acomodação fácil às modas do momento".

 

Britain's Archbishop of Canterbury, Rowan Williams, (R) walks with 
Pope Benedict XVI (C) following a Celebration of Evening Prayer, at 
Westminster Abbey in central London September 17, 2010. Pope Benedict, 
who is on a four day visit to Scotland and England, visited the 
Westminster area on Friday, where he met with the Archbishop of 
Canterbury and addressed British leaders.
No encontro ecumênico, afirmou que a fidelidade exige obediência

LONDRES, sexta-feira, 17 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Bento XVI advertiu os cristãos sobre uma mentalidade promovida por "modas do momento", dizendo que a fidelidade à Palavra de Deus implica em uma atitude obediente para compreender mais profundamente os desígnios de Deus.
O Papa fez este convite durante a celebração ecumênica que se realizou na abadia de Westminster. Lá rezaram as Vésperas, com a presença do arcebispo Rowam Williams, líder da Comunhão Anglicana.
Esta foi a última atividade do segundo dia do Papa na Inglaterra, depois de uma apertada agenda, que incluiu um discurso sobre educação, outro sobre a sociedade civil, o diálogo inter-religioso, as relações ecumênicas e uma reunião formal com o bispo Williams.
Durante as Vésperas, o Papa destacou a celebração dos 100 anos do movimento ecumênico moderno, que começou com o convite da Conferência de Edimburgo à unidade cristã. Bento XVI disse que é necessário "agradecer pelos notáveis progressos realizados com relação a este nobre objetivo" e assegurou que "somos conscientes do muito que ainda resta por fazer".
Indicou que a proclamação cristã e o testemunho são cada vez mais importantes, em um mundo marcado não somente pelo individualismo, mas também "indiferente ou inclusive hostil à mensagem cristã".
O Papa assegurou que a fidelidade exige obediência para poder alcançar "uma compreensão mais profunda da vontade do Senhor" e advertiu que esta obediência deve estar "livre de conformismo intelectual ou acomodação fácil às modas do momento".
"Esta é a palavra de estímulo que desejo deixar-vos nesta noite e o faço com fidelidade ao meu ministério de Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, encarregado de cuidar especialmente da unidade do rebanho de Cristo."
Fiel e aberta
O Papa citou o exemplo de um santo inglês, Beda o Venerável: "Na aurora de uma nova era para a sociedade e para a Igreja, Beda compreendeu tanto a importância de ser fiel à palavra de Deus transmitida pela tradição apostólica como a necessidade de abertura criativa aos novos desenvolvimentos e exigências de uma adequação correta do Evangelho à linguagem contemporânea e à leitura", disse.
A nação e o continente estão mais uma vez "no limiar de uma nova etapa - refletiu o Papa. Que o exemplo de São Beda inspire os cristãos destas terras a redescobrirem sua herança comum, a reforçar o que têm em comum e a prosseguir no esforço de crescer na amizade".
O Papa disse que a unidade da Igreja "não pode ser outra coisa a não ser a unidade na fé apostólica, na fé confiada a cada novo membro do Corpo de Cristo durante o rito do Batismo".
"Queridos amigos - concluiu -, todos nós somos conscientes dos desafios, das bênçãos, das decepções e dos sinais de esperança que marcaram nosso caminho ecumênico. Nesta noite, coloquemos tudo isso nas mãos do Senhor, confiando em sua providência e no poder da sua graça."