Uma arquitetura forte, estável, sólida, desafiando qualquer inimigo que venha. Como uma catadura terrível!
Ele é tão admirável que a gente exclama óhóhóhóhóh!!! a respeito de tudo.
O castelo é a própria imagem da defesa cavalheiresca, da defesa aristocrática do solo de Portugal contra os inimigos maometanos que avançam.
No castelo tudo está feito para a guerra, para a seriedade e para a luta.
Hospedar um senhor feudal, ter ali uma repartição da prefeitura municipal do local, são finalidades próprias a quem cuida da vida temporal.
Mas o prédio tem bastante sacralidade para nele caber com toda dignidade uma coisa religiosa. Por exemplo, uma capela com o Santíssimo Sacramento.
O que que isto significa? Isto significa que o modo de ver as coisas da Igreja, do céu e de Deus de um lado, e as coisas da terra de outro, não são idênticos.
Porém, o espírito do medieval era tão sacral, tão religioso, que um prédio que ele construía servia ao mesmo tempo para uma coisa e para outra.
E os senhores podem imaginar por exemplo, num balcão com uma bonita tapeçaria pendente com o escudo do senhor feudal do lugar. E o senhor feudal aparecendo ali cercado de sua família para receber as homenagens do povo.
E segundo o estilo da Idade Média, se era aniversário do senhor feudal, haver uma esplêndida festa nos salões onde tudo já está preparado para receber os convidados. E o senhor feudal joga moedas de ouro, de prata, de cobre a mancheias ao povo que está reunido ali e o povo dá vivas, etc.
Na festa, se o povo ficasse quieto, ouvia a música esplêndida do salão. Mas se os nobres ficassem quietos, ouviriam o borbulhar da alegria popular: cantos, danças e gargalhadas. No meio, brochas assando leitões, bois, ovelhas, cabritos, o que for, e a alegria geral. Estaria tudo muito bem.
Por quê? Porque dentro da visão medieval, tudo se interpenetrava. A vida da Igreja era uma vida profundamente distinta da vida da sociedade civil, mas penetrava o espírito da sociedade civil.
A vida militar era distinta da vida civil comum, mas era penetrada também pelo espírito da Igreja.
A vida da nobreza, a vida do povo, a vida do clero, tudo se penetrava do espírito sacral.
O que quer dizer espírito sacral?
É uma mentalidade que é voltada a considerar as coisas pelos píncaros de elevação e sublimidade que nelas possa haver. Procura ver esse píncaro de elevação e sublimidade como a nota dominante da coisa.
E isto dá uma nota de elevação e de dignidade religiosa mesmo às coisas temporais.
E é por causa dessa impregnação do espírito religioso que Deus infinito e perfeito transparece no ápice de tudo, inclusive das coisas temporais.
Essa é a sacralidade séria, digna, nobre, aristocrática, mas amiga do povo afetuosa, quase meiga, que reluz no castelo de Beja.
É uma vida feita de tranqüilidade, oração, reflexão, trabalho e guerra, na qual o prazer não está ausente, mas não é a nota dominante.
Ele é tão admirável que a gente exclama óhóhóhóhóh!!! a respeito de tudo.
O castelo é a própria imagem da defesa cavalheiresca, da defesa aristocrática do solo de Portugal contra os inimigos maometanos que avançam.
No castelo tudo está feito para a guerra, para a seriedade e para a luta.
Hospedar um senhor feudal, ter ali uma repartição da prefeitura municipal do local, são finalidades próprias a quem cuida da vida temporal.
Mas o prédio tem bastante sacralidade para nele caber com toda dignidade uma coisa religiosa. Por exemplo, uma capela com o Santíssimo Sacramento.
O que que isto significa? Isto significa que o modo de ver as coisas da Igreja, do céu e de Deus de um lado, e as coisas da terra de outro, não são idênticos.
Porém, o espírito do medieval era tão sacral, tão religioso, que um prédio que ele construía servia ao mesmo tempo para uma coisa e para outra.
E os senhores podem imaginar por exemplo, num balcão com uma bonita tapeçaria pendente com o escudo do senhor feudal do lugar. E o senhor feudal aparecendo ali cercado de sua família para receber as homenagens do povo.
E segundo o estilo da Idade Média, se era aniversário do senhor feudal, haver uma esplêndida festa nos salões onde tudo já está preparado para receber os convidados. E o senhor feudal joga moedas de ouro, de prata, de cobre a mancheias ao povo que está reunido ali e o povo dá vivas, etc.
Na festa, se o povo ficasse quieto, ouvia a música esplêndida do salão. Mas se os nobres ficassem quietos, ouviriam o borbulhar da alegria popular: cantos, danças e gargalhadas. No meio, brochas assando leitões, bois, ovelhas, cabritos, o que for, e a alegria geral. Estaria tudo muito bem.
Por quê? Porque dentro da visão medieval, tudo se interpenetrava. A vida da Igreja era uma vida profundamente distinta da vida da sociedade civil, mas penetrava o espírito da sociedade civil.
A vida militar era distinta da vida civil comum, mas era penetrada também pelo espírito da Igreja.
A vida da nobreza, a vida do povo, a vida do clero, tudo se penetrava do espírito sacral.
O que quer dizer espírito sacral?
É uma mentalidade que é voltada a considerar as coisas pelos píncaros de elevação e sublimidade que nelas possa haver. Procura ver esse píncaro de elevação e sublimidade como a nota dominante da coisa.
E isto dá uma nota de elevação e de dignidade religiosa mesmo às coisas temporais.
E é por causa dessa impregnação do espírito religioso que Deus infinito e perfeito transparece no ápice de tudo, inclusive das coisas temporais.
Essa é a sacralidade séria, digna, nobre, aristocrática, mas amiga do povo afetuosa, quase meiga, que reluz no castelo de Beja.
É uma vida feita de tranqüilidade, oração, reflexão, trabalho e guerra, na qual o prazer não está ausente, mas não é a nota dominante.
(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 23/6/89. Sem revisão do autor.)
visto em:http://castelosmedievais.blogspot.com/