sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Bento XVI encoraja as Academias Pontíficas a serem "instituições vitais e vivazes", aprofundando e formulando com criatividade respostas às questões..






(28/1/2010) “Promover, com todas as energias e meios à disposição, um autêntico humanismo cristão” – é a “tarefa e responsabilidade” que Bento XVI atribui às diversas Academias Pontifícias, cujos membros foram recebidos em audiência conjunta, nesta quinta de manhã, no Vaticano, liderados por D. Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura e, a esse título, responsável pela coordenação entre as várias Academias Pontifícias: a de Arqueologia, criada há 200 anos; a de São Tomás de Aquino e a “do Culto dos Mártires”, instituídas há 130 anos; e ainda a Academia Mariana Internacional e as de Teologia, da Imaculada e das Belas Artes e Letras.

Propondo-se reflectir sobre “as finalidades e a missão específica das beneméritas instituições culturais da Santa Sé… que gozam de uma variegada e rica tradição de investigação e de empenho em diversos sectores”, Bento XVI insistiu sobre a necessidade de acolher e aprofundar as novas questões que se apresentam para as formular do modo esclarecido e apontar linhas correctas de actuação. De facto – observou – “a cultura contemporânea, e mais ainda os próprios crentes, solicitam continuamente a reflexão e acção da Igreja nos vários âmbitos em que emergem novas problemáticas” e que correspondem aos diferentes sectores em que estas Academias Pontifícias se concentram: “a reflexão sobre a figura da Virgem Maria o estudo da história, dos monumentos, dos testemunhos recebidos em herança das primeiras gerações cristãs, a começar pelos Mártires; o delicado e importante diálogo entre fé cristã e a criatividade artística”…

“Nestes delicados espaços de investigação e empenho, estais chamados a oferecer um contributo qualificado, competente e apaixonado, para que toda a Igreja, e em particular a Santa Sé, possa dispor de ocasiões, de linguagens e de meios adequados para dialogar com as culturas contemporâneas, respondendo eficazmente às questões e aos desafios que a interpelam nos vários âmbitos do saber e da experiência humana”.

Bento XVI fez uma vez mais presente o facto de que “a cultura de hoje ressente-se profundamente, não só de uma visão dominada pelo relativismo e pelo subjectivismo, mas também de métodos e atitudes por vezes superficiais e até mesmo banais, que prejudicam a seriedade da investigação e da reflexão, e portanto também do diálogo, do confronto e da comunicação interpessoal”.

“Aparece portanto urgente e necessário recriar as condições essenciais para uma real capacidade de aprofundamento no estudo e na investigação, para que se dialogue de modo racional e as pessoas se confrontem eficazmente sobre as diferentes problemáticas, na perspectiva de um crescimento comum e de uma formação que promova o homem na sua integralidade e completude”.

Perante a “carência de pontos de referência ideais e morais”, que afecta a convivência civil e sobretudo a formação juvenil, há que fornecer “uma oferta ideal e prática de valores e de verdade, de fortes razões de vida e de esperança, que possa e deva interessar a todos, sobretudo aos jovens.

Neste dia 28 de Janeiro, memória litúrgica de São Tomás de Aquino, Bento XVI apontou-o como modelo sempre actual para o diálogo com as diferentes culturas.

“São Tomás conseguiu de facto instaurar um frutuoso confronto tanto com o pensamento árabe como com o pensamento hebraico do seu tempo, e, valorizando a tradição filosófica grega, produziu uma extraordinária síntese teológica, harmonizando plenamente razão e fé.”.

Sublinhando “a finura e acuidade da inteligência” de São Tomás de Aquino, assim como “a grandeza e originalidade do seu génio” e “a luminosa santidade da vida”, o Papa convidou a seguir o pensamento e o testemunho tomistas cuidando de “estudar com grande atenção os problemas emergentes para oferecer respostas adequadas e criativas”. Para tal, Bento XVI fez votos de que as Academias Pontifícias sejam “instituições vitais e dotadas de vivacidade, capazes de sentir de modo perspicaz tanto as questões colocadas pela sociedade e pelas culturas como também as necessidades e expectativas da Igreja, promovendo um autêntico humanismo cristão.
fonte.radio vaticano