domingo, 5 de setembro de 2010

Bento XVI convida os jovens a buscarem suas próprias raízes: o Papa convida os jovens a resistirem ao pensamento actual relativista, a não deixar de aspirar a "uma vida maior", a buscar, em definitivo, o próprio Deus. "A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um acto privado, sem nenhuma relevância na vida social", apesar de que "o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho". Por isso, convida a "voltar às raízes": "Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja. (...) É vital ter raízes e bases sólidas. Isso é verdade, especialmente hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir sua vida, sentindo-se, assim, profundamente inseguros". "O relativismo que se difundiu, e para o qual tudo dá na mesma e não existe nenhuma verdade, nem um ponto de referência absoluto, não gera verdadeira liberdade, mas instabilidade, desajuste e um conformismo com as modas do momento", "enraizar significa voltar a colocar nossa confiança em Deus. D'Ele vem nossa vida. Sem Ele, não poderíamos viver de verdade".Cremos firmemente que Jesus Cristo se entregou na cruz para oferecer-nos seu amor; em sua paixão, suportou nossos sofrimentos, carregou nossos pecados, alcançou-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna."

 


O relativismo não dá liberdade, mas instabilidade, afirma

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 3 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Bento XVI afirma que é "vital" para a pessoa "ter raízes e bases sólidas", ao contrário do que afirma o pensamento atual, e por isso convida os jovens a "aprofundar nas raízes" e a buscar "pontos estáveis" que sustentem suas vidas.
Esta é a mensagem entregue hoje aos jovens que participarão da Jornada Mundial da Juventude de Madrid em agosto de 2011, uma mensagem em que o próprio Papa fala sobre seus anos juvenis, suas aspirações e dúvidas.
Na mensagem, o Papa convida os jovens a resistirem ao pensamento actual relativista, a não deixar de aspirar a "uma vida maior", a buscar, em definitivo, o próprio Deus.
"A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um acto privado, sem nenhuma relevância na vida social", apesar de que "o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho".
O Papa constata que existe "uma espécie de ‘eclipse de Deus', certa amnésia, mais ainda, uma verdadeira rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder aquilo que nos caracteriza mais profundamente".
Por isso, convida a "voltar às raízes": "Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja. (...) É vital ter raízes e bases sólidas. Isso é verdade, especialmente hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir sua vida, sentindo-se, assim, profundamente inseguros".
"O relativismo que se difundiu, e para o qual tudo dá na mesma e não existe nenhuma verdade, nem um ponto de referência absoluto, não gera verdadeira liberdade, mas instabilidade, desajuste e um conformismo com as modas do momento", adverte.
Por isso, incentiva os jovens a exigirem "o direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer vossas opções e construir vossa vida, do mesmo modo que uma planta necessita de um apoio sólido até que cresçam suas raízes, para se converter em uma árvore robusta, capaz de produzir fruto".
"Quais são nossas raízes? - pergunta-se. Naturalmente, os pais, a família e a cultura de nosso país são um componente muito importante de nossa identidade."
No entanto, convida os jovens a irem "além": "enraizar significa voltar a colocar nossa confiança em Deus. D'Ele vem nossa vida. Sem Ele, não poderíamos viver de verdade".
No contexto atual, afirma o Papa, "há uma forte corrente de pensamento laicista que deseja afastar Deus da vida das pessoas e da sociedade, lançando as bases e tentando criar um ‘paraíso' sem Ele".
No entanto, adverte, "a existência ensina que o mundo sem Deus se converte em um ‘inferno', onde prevalece o egoísmo, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e os povos, a falta de amor, alegria e esperança".
"Ao contrário, quando as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, adoram-no em verdade e escutam sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual cada um é respeitado em sua dignidade e assim a comunhão cresce, com os frutos que isso implica."
Assim, adverte: "Há cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que os afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem deixar-se seduzir por elas, simplesmente deixaram que se esfriasse a sua fé, com as inevitáveis consequências negativas no campo moral".
"Por isso, também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Cremos firmemente que Jesus Cristo se entregou na cruz para oferecer-nos seu amor; em sua paixão, suportou nossos sofrimentos, carregou nossos pecados, alcançou-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna."
O Papa conclui a mensagem convidando-os a "dar testemunho da fé na era da globalização".
"Cristo não é um bem somente para nós mesmos, mas é o bem mais precioso que temos para compartilhar com os demais. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã no mundo inteiro: são muitos os que desejam receber esta esperança", acrescenta.