Fotos de Missa Pontifical Tridentina cantada em Viena de Áustria
Tal intervenção aconteceu a 17 Maio de 2007 na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
Queridos e venerados irmãos:
Permito-me apresentar um breve relatório sobre a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e sobre o estado da realidade pastoral que o Santo Padre colocou sob sua competência.Esta Comissão foi instituída pelo Servo de Deus João Paulo II em 1988, quando um grupo notável de sacerdotes, religiosos e fiéis que tinham manifestado sua desconformidade com a reforma litúrgica conciliar ... . O Santo Padre, mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei Adflicta, confiou a esta Comissão o cuidado pastoral destes fiéis tradicionalistas. Por vontade do Santo Padre, este Dicastério estende, além disso, seu serviço a satisfazer as justas aspirações de quantos por uma sensibilidade particular, sem ter tido vínculos com os dois grupos citados, desejam manter viva a liturgia latina anterior na celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos. O Santo Padre, que foi durante alguns anos membro desta Comissão, quer que ela se converta em um organismo da Santa Sé com a finalidade própria e distinta de conservar e manter o valor da liturgia latina tradicional. Mas se deve afirmar com toda claridade que não se trata de um voltar para atrás, de uma volta aos tempos anteriores à reforma de 1970. Trata-se pelo contrário de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr a disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos.
O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia atual da Igreja.Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.Há algumas boas experiências de comunidades de vida religiosa ou apostólica erigidas pela Santa Sé recentemente que celebram em paz e serenidade esta liturgia. Em torno delas se congregam assembléias de fiéis que freqüentam estas celebrações com alegria e gratidão. As criações mais recentes som o Instituto de São Felipe Neri em Berlim, que funciona como um Oratório e se fez presente também, com boa acolhida, na Diocese do Tréveris; o Instituto do Bom Pastor de Burdeos que reúne sacerdotes, seminaristas e fiéis, alguns saídos da Fraternidade São Pio X. Estão muito adiantados os trâmites para o reconhecimento de uma comunidade contemplativa, o Oásis de Jesus Sacerdote, de Barcelona.Na América Latina, como sabemos muito bem, devemos agradecer ao Senhor pela volta de toda uma Diocese, a de Campos, antes lefevriana que agora, depois de cinco anos, apresenta frutos bons. Foi uma volta pacífica e os fiéis que se inscreveram na Administração Apostólica, estão contentes de poder viver em paz em suas comunidades paroquiais; mais ainda, em efeito algumas dioceses brasileiras fizeram contatos com a Administração Apostólica de Campos que colocou ao seu dispor sacerdotes para a atenção pastoral dos fiéis tradicionalistas em suas igrejas locais. O projeto do Santo Padre foi já parcialmente provado em Campos onde a coabitação pacífica das duas formas do único rito romano na Igreja é uma bela realidade. Temos a esperança de que tal modelo produza bons frutos, também em outros lugares da Igreja onde vivem juntos fiéis católicos com sensibilidades litúrgicas diversas. E esperamos, além disso, que tal modo de viver juntos atraia também àqueles tradicionalistas que ainda estão longe.Os membros atuais da Comissão são os Sres. Cardeais Julián Herranz, Jean-Pierre Ricard, William Joseph Levada, Antonio Cañizares, e Franc Rodé. São consultores os Subsecretários de alguns Dicastérios.Até agora estiveram sob a Ecclesia Dei várias comunidades dispersas pelo mundo. 300 sacerdotes, 79 religiosos, 300 religiosas, 200 seminaristas e várias centenas de milhares de fiéis. Curiosamente aumenta o interesse dos jovens na França, Estados Unidos, Brasil, Itália, Escandinávia, Austrália e China. No momento do retorno, de Campos voltaram 50 sacerdotes, uns cinqüenta seminaristas, 100 religiosas e 25.000 fiéis. Peçamos ao Senhor que este projeto do Santo Padre possa realizar-se logo para a unidade da Igreja.
O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia atual da Igreja.Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.Há algumas boas experiências de comunidades de vida religiosa ou apostólica erigidas pela Santa Sé recentemente que celebram em paz e serenidade esta liturgia. Em torno delas se congregam assembléias de fiéis que freqüentam estas celebrações com alegria e gratidão. As criações mais recentes som o Instituto de São Felipe Neri em Berlim, que funciona como um Oratório e se fez presente também, com boa acolhida, na Diocese do Tréveris; o Instituto do Bom Pastor de Burdeos que reúne sacerdotes, seminaristas e fiéis, alguns saídos da Fraternidade São Pio X. Estão muito adiantados os trâmites para o reconhecimento de uma comunidade contemplativa, o Oásis de Jesus Sacerdote, de Barcelona.Na América Latina, como sabemos muito bem, devemos agradecer ao Senhor pela volta de toda uma Diocese, a de Campos, antes lefevriana que agora, depois de cinco anos, apresenta frutos bons. Foi uma volta pacífica e os fiéis que se inscreveram na Administração Apostólica, estão contentes de poder viver em paz em suas comunidades paroquiais; mais ainda, em efeito algumas dioceses brasileiras fizeram contatos com a Administração Apostólica de Campos que colocou ao seu dispor sacerdotes para a atenção pastoral dos fiéis tradicionalistas em suas igrejas locais. O projeto do Santo Padre foi já parcialmente provado em Campos onde a coabitação pacífica das duas formas do único rito romano na Igreja é uma bela realidade. Temos a esperança de que tal modelo produza bons frutos, também em outros lugares da Igreja onde vivem juntos fiéis católicos com sensibilidades litúrgicas diversas. E esperamos, além disso, que tal modo de viver juntos atraia também àqueles tradicionalistas que ainda estão longe.Os membros atuais da Comissão são os Sres. Cardeais Julián Herranz, Jean-Pierre Ricard, William Joseph Levada, Antonio Cañizares, e Franc Rodé. São consultores os Subsecretários de alguns Dicastérios.Até agora estiveram sob a Ecclesia Dei várias comunidades dispersas pelo mundo. 300 sacerdotes, 79 religiosos, 300 religiosas, 200 seminaristas e várias centenas de milhares de fiéis. Curiosamente aumenta o interesse dos jovens na França, Estados Unidos, Brasil, Itália, Escandinávia, Austrália e China. No momento do retorno, de Campos voltaram 50 sacerdotes, uns cinqüenta seminaristas, 100 religiosas e 25.000 fiéis. Peçamos ao Senhor que este projeto do Santo Padre possa realizar-se logo para a unidade da Igreja.
Entrevista ao Cardeal Dário Castrillon Hoyos
Entrevista de Vittoria Prisciandaro ao Cardeal Dário Castrillon Hoyos, publicada na revista Iesus , em Maio de 2008:
O cardeal Dário Castrillon Hoyos presidente da comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” explica como o motu próprio de Bento XVI é uma grande riqueza espiritual para toda a Igreja.
-Eminência , qual o balanço que faz da promulgação do Motu próprio que ocorrreu há alguns meses?
-Com o Motu próprio o Papa quis dar a todos uma oportunidade renovada de usufruir da enorme riqueza espiritual, religiosa e cultural presente na liturgia do rito gregoriano.O Motu próprio nasce como tesouro oferecido a todos, e não para vir ao encontro dos pedidos de alguns.Muitos dos que antes não sentiam qualquer relação com esta forma extraordinária do rito romano, agora manifestm grande estima pela mesma.Entre os fiéis distinguirei três grupos: aqueles que estão vinculados em forma quase orgânica com a Fraternidade S.Pio X; aqueles da Fraternidade S.Pedro e, enfim o grupo mais importante e numeroso. Formado por pessoas afeiçoadas á cultura religiosa de todos os tempos, que hoje descobrem a intensidade espiritual do rito antigo e, entre estas numerosos jovens.Nestes meses nasceram novas associações de pessoas pertencentes a este último grupo.
-A propósito da riqueza, alguns liturgistas, sublinharam o facto que o rito extraordinário não oferece a riqueza bíblica introduzida pelo novus ordo…
-Esses não leram o Motu próprio, porque o Papa afirma que as duas formas devem enriquecer-se mutuamente.É evidente que tal riqueza litúrgica não pode ser desprezada.No novus ordo , em alguns anos lê-se praticamente toda a Bíblia , e esta é uma riqueza que não se opõe, mas que vai integrada no rito extraordináro.
-Uma outra objeção é sobre o perigo que celebrações separadas e diferentes podem criar comunidades separadas…
-É uma multiplicidade que enriquece, é uma mais ampla liberdade cultural que o Papa introduz de forma audaz. De resto nas paróquias há muitas diferenças nas celebrações. E não quero falar dos abusos, porque não são os abusos a razão principal do Motu próprio.
-O seu secretário,monsignorPerl, anunciou para breve que haverá um documento de esclarecimento sobre o Motu próprio.Quando sairá?
-Foi o cardeal Bertone a anunciá-lo, e tem o direito de o fazer.Mas eu, que sou um servidor do Papa, só o anunciarei quando o Papa o disser.A nossa Comissão referiu ao Pontífice que de todas as partes do mundo nos chegam tantas perguntas, muitíssimas justificadas, outras devidas a falta de conhecimento. O Santo Padre, e só ele, dirá se convém fazer um tal documento e quando.
-Quais são as perguntas que vos chegaram e que mereciam uma resposta?
- A primeira refere-se ao latim, porquê –dizem- celebrar numa língua que não se conhece ? Infelizmente os seminaristas , mas também alguns sacerdotes, não estudaram o latim e por isso lhes é difícil celebrar na forma extraordinária.Para fazê-lo deviam ao menos conhecer o cânone da Missa , a parte da consagração. Nós na Nossa Comissão “Ecclesia Dei” estamos preparando encontros, cursos e comunicação informática para um profundo conhecimento da liturgia anterior. Alguns cursos já estão activos na França, Alemanha, Brasil, América central e Estados Unidos.Em Toledo, na Espanha, por exemplo, estão avaliando se convém fazer um seminário extra para a preparação ao rito extraordinário ou então dar cursos especiais no seminário da diocese.
Em geral nota-se um interesse pela volta do latim no mundo académico.Foi triste nestes anos passados constatar o abandono não só da língua, mas também de certos conteúdos relacionados com a precisão semântica da língua latina.
-Outro problema é a falta de padres…
-Se numa diocese faltam padres e só três ou quatros fiéis pedem o rito extraordinário.é uma coisa de bom senso pensar que será difícil satisfazer esse pedido. Mas, dado que a intenção do Papa é conceder este tesouro para o bem da Igreja, lá onde não existem sacerdotes , a coisa melhor seria oferecer uma celebração segundo o rito extraordinário numa das Missas dominicais que se celebram na paróquia.Seria uma Missa para todos, e todos, mesmo as jovens gerações, usufruiriam da riqueza do rito extraordinário, por exemplo daqueles momentos de contemplação que no novo ordo desapareceram.
-Então defende que, mesmo que não exista um grupo consistente e estável, no futuro pensa-se em oferecer uma das Missas dominicais no rito extraordinário?
-Penso que sim.Por outro lado esta possibilidade já tinha sido aprovada unanimemente em 1968 por uma comissão cardinalícia na qual estava também presente o cardeal Ratzinger, mas então não se tornou operativa,Agora estou seguro que poderia realizar-se.
-Um outro ponto para esclarecer é a definição de “grupo estável e consistente”.O que é que se entende exactamente com esta expressão?
-É uma questão de bom senso: porque fazer um problema se as pessoas que pedem o rito vêm de paróquias diferentes? Se se reúnem e juntos pedem uma Missa, tornam-se um grupo estável, mesmo se antes não se conheciam. Meso o número é uma questão de boa vontade. Nalgumas paróquias, especialmente no campo, nos dias feriais as pessoas que participam na Missa ordinária são três ou quatro e o mesmo acontece em muitas casas religiosas.Porque é que se aquelas mesmas três pessoas pedem a Missa antiga seria pastoralmente necessário recusá-lo?
-Então o futuro documento deveria ser mais acolhedor dos pedidos de poucas pessoas?
-Sim, mas é necessário entendê-lo não como algo que vai contra os outros, que vai contra a maioria, mas como algo que é para o seu enriquecimento e evitando sempre toda a forma de oposição.