A Posição de Bento XVI Sobre a Liturgia Tradicional e a Liturgia Moderna:A publicação do missal de Paulo VI, com a proibição quase na totalidade do missal precedente, se deu após uma fase de transição de cerca de seis meses. O fato de, após um período de experimentações que muitas vezes tinham transfigurado profundamente a liturgia, tornamos a dispor de um texto litúrgico vinculativo. Era sem dúvida um acontecimento de louvar. Mas causou-me espanto a proibição do missal precedente, uma vez que nunca se tinha verificado nada semelhante na história da liturgia. Foi dada a impressão de que tudo aquilo era normal. O missal anterior foi editado por Pio V em 1570, no seguimento do Concílio de Trento; por conseguinte, era normal que, quatrocentos anos mais tarde e após um novo Concílio, um novo Papa publicasse um novo missal. Mas a verdade histórica é porém outra.
Quem percorrer a autobiografia do Papa Bento XVI, chamada “Minha Vida”, irá encontrar a resposta para um tema que suscita uma dúvida comum a muitos: - O que pensa o Papa Bento XVI sobre o Missal Novo e o Missal Tridentino? O Papa quando ainda era Pe. Joseph Ratzinger foi perito no Vaticano II de forma que seu testemunho é ocular, portanto, insuspeito.
A Honestidade Intelectual
Por dever preciso afirmar que o Papa Bento XVI não faz uma opção por modernistas e tradicionalistas, mas coloca os debates sob um ângulo que desmonta muitos argumentos, e tenta afastar a avalanche de opiniões de egos inflamados por simples opiniões ou de quem tenta, a todo custo, salvar a própria opinião. Por isso, será impossível para qualquer um dizer que ele se omite sobre esta questão tão importante para a saúde da fé. Também deixamos claro, e quem ler verá, que ele saudou o projeto do Missal de Paulo VI, no entanto, se mostrou extremamente preocupado como a reforma litúrgica ocorreu e como foi implementada, e mais, teceu comentários significativos sobre a revogação do Missal Tradicional, revogação esta que ele não era à favor, pois ele queria um Novo Missal Tridentino reformulado e não um Nova Missa totalmente editada num Novo Missal. Era a favor de retoques no Missal Tridentino, mas, quem no Concílio, até mesmo entre os tradicionalistas, não era? Ninguém descartou tal possibilidade, até mesmo Dom Marcel Lefebvre. A conclusão de Bento XVI foi clara: - o Missal Novo rompeu com a Tradição.Continua a ler...
Introdução ao espírito da liturgia por Mons. Guido Marini : Por outro lado, actualmente é mais do que necessário falar sobre o espírito da liturgia, especialmente para nós membros do sacerdócio sagrado. Mais ainda, há uma necessidade urgente de reafirmar o “autêntico” espírito da liturgia, tal como está presente na tradição ininterrupta da Igreja e atestado, em continuidade com o passado, nos ensinamentos mais recentes do Magistério: desde o Concílio Vaticano II até o presente pontificado. Uso a propósito a palavra “continuidade”, uma palavra muito querida pelo nosso actual Santo Padre. Ele tem feito desta palavra o único critério fidedigno pelo qual alguém pode interpretar correctamente a vida da Igreja, e mais especificamente, os documentos conciliares, incluindo todas as reformas propostas contidas ali. E como poderia ser diferente?
Uma Conferência para o Ano Sacerdotal
por Mons. Guido Marini,
Mestre de Cerimônias das Celebrações Litúrgicas do Papa
Tradução: Fabiano Rollim
Proponho focar em alguns aspectos ligados ao espírito da liturgia e refletir sobre eles convosco; na verdade, pretendo abordar um aspecto que vai exigir bastante de mim. Não apenas porque é uma tarefa exigente e complexa falar sobre o espírito da liturgia, mas também porque muitas obras importantes sobre este assunto já foram escritas por autores de alto calibre inquestionável em teologia e liturgia. Penso em duas pessoas em particular dentre muitos: Romano Guardini e o Cardeal Joseph Ratzinger.
Por outro lado, actualmente é mais do que necessário falar sobre o espírito da liturgia, especialmente para nós membros do sacerdócio sagrado. Mais ainda, há uma necessidade urgente de reafirmar o “autêntico” espírito da liturgia, tal como está presente na tradição ininterrupta da Igreja e atestado, em continuidade com o passado, nos ensinamentos mais recentes do Magistério: desde o Concílio Vaticano II até o presente pontificado. Uso a propósito a palavra “continuidade”, uma palavra muito querida pelo nosso actual Santo Padre. Ele tem feito desta palavra o único critério fidedigno pelo qual alguém pode interpretar correctamente a vida da Igreja, e mais especificamente, os documentos conciliares, incluindo todas as reformas propostas contidas ali. E como poderia ser diferente? Poderia alguém falar de uma Igreja do passado e de uma Igreja do futuro como se alguma ruptura histórica no corpo da Igreja tivesse ocorrido? Poderia alguém dizer que a Esposa de Cristo viveu sem a assistência do Espírito Santo em algum período particular do passado, de maneira que sua memória devesse ser apagada, esquecida propositalmente?
Mesmo assim parece às vezes que alguns indivíduos são verdadeiramente partidários de certa forma de pensar que pode se definir justa e propriamente como uma ideologia, ou melhor, uma noção preconcebida aplicada à história da Igreja que não tem nada a ver com a verdadeira fé.Continua a ler...
La verdadera reforma de Benedicto XVI según el Card. Cañizares
Sólo una Iglesia que viva de la verdad de la liturgia será capaz de dar lo único que puede renovar, transformar y recrear el mundo: Dios; sólo Dios y Su gracia. La liturgia, su característica más propia, es presencia de Dios, obra salvifica y regeneradora de Dios, comunicación y participación de Su amor misericordioso, adoración, reconocimiento de Dios. Es lo único que puede salvamos».
Fuente: Palazzo Apostolico; Traducción: La Buhardilla de Jerónimo
El Cardenal Antonio Cañizares, Prefecto de la Congregación para el Culto Divino, ha concedido una muy interesante entrevista al vaticanista Paolo Rodari. Ofrecemos nuestra traducción de la misma, en la cual trata ampliamente el tema de la Sagrada Liturgia en el pontificado de Benedicto XVI, los actuales trabajos de su Dicasterio, la necesidad de impulsar un nuevo movimiento litúrgico y la situación de la Iglesia en España frente a la ofensiva laicista.
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El ex arzobispo de Toledo y primado de España, cardenal Antonio Cañizares Llovera, dirige el "ministerio" vaticano que se ocupa de liturgia desde hace poco más de un año. Una tarea delicada en un pontificado, como el de Benedicto XVI, en el que la liturgia y su "reestructuración" después de las derivas post-conciliares tienen un rol central. Como central, por otro lado, es la liturgia en la vida de los fieles. Lo ha dicho el Papa en la noche de Navidad: al igual que para los monjes, también para cada hombre "la liturgia es la primera prioridad. Todo lo demás viene después". Es necesario "poner en segundo plano otras ocupaciones, por más importantes que sean, para encaminamos hacia Dios, para dejar que entre en nuestra vida y en nuestro tiempo". Lo que dice Cañizares a Il Foglio es más que un balance después de un año transcurrido en la Curia romana:
«He recibido la misión de llevar a término, con la indispensable y valiosa ayuda de mis colaboradores, aquellos deberes que están asignados a la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos en la constitución apostólica Pastor Bonus de Juan Pablo II, respecto a la ordenación y a la promoción de la sagrada liturgia, en primer lugar de los sacramentos.
Por la situación religiosa y cultura en que vivimos, y por la misma prioridad que corresponde a la liturgia en la vida de la Iglesia, creo que la misión principal que he recibido es promover con total dedicación y compromiso, reavivar y desarrollar el espíritu y el verdadero sentido de la liturgia en la conciencia y en la vida de los fieles. Que la liturgia sea el centro y el corazón de la vida de las comunidades; que todos, sacerdotes y fieles, la consideremos como sustancial e imprescindible en nuestra vida; que vivamos la liturgia en plena verdad y que vivamos de ella; que sea en toda su amplitud, como dice el Concilio Vaticano II, «fuente y culmen» de la vida cristiana.Contua a leer...
Benedict XVI and liturgical reform Dom Alcuin Reid OSB
"If the Liturgy appears first of all as the workshop for our activity, then what is essential is being forgotten: God. For the Liturgy is not about us, but about God. Forgetting about God is the most imminent danger of our age. As against this, the Liturgy should be setting up a sign of God's presence. "Yet what is happening, if the habit of forgetting about God makes itself at home in the Liturgy itself, and if in the Liturgy we are only thinking of ourselves? In any and every liturgical reform, and every liturgical celebration, the primacy of God should be kept in view first and foremost."
The young Joseph Ratzinger grew up in a Germany enjoying the first fruits of the 20th century Liturgical Movement - an attempt to rediscover the spiritual value of the rich liturgical tradition of the Church.
His memoir, Milestones, records the gift of a bi-lingual missal that enabled him to discover this treasure. As for so many, the Liturgical Movement introduced him to the prayer- book of the Church, the missal, and taught him the theological importance of the Liturgy: the manner in which the Church prays determines what she believes.
Thus, as a young priest and theologian, Ratzinger saw in the Liturgy not "an abstract sacramental theology" but "a living network of tradition which had taken concrete form, which cannot be torn apart into little pieces, but has to be seen and experienced as a living whole."
A prominent advisor at Vatican II, Father Ratzinger enthused at the prospect of liturgical reform. This enthusiasm - and that of many others - was grounded in a desire that the whole Church might, through some moderate reforms, come to draw from the riches of liturgical tradition he had known and loved from his youth.
However, recently, he lamented: "Anyone like myself, who was moved by this perception in the time of the Liturgical Movement on the eve of the Second Vatican Council, can only stand, deeply sorrowing, before the ruins of the very things they were concerned for."
Is Benedict XVI a staunch traditionalist who rejects the Council and all its works? Should we expect him to reverse the liturgical reforms of Paul VI? Continue to read...