terça-feira, 1 de junho de 2010

Homenagem do nosso Blog "Missa Tridentina em Portugal" ao Cardeal Dario Castrillon , grande Apóstolo da Missa Gregoriana: Tem sido incansável o Cardeal Dario Castrillon em dar conferências, entrevistas e sobretudo celebrações da Santa Missa Gregoriana dando assim a conhecer a beleza e a riqueza da Missa Gregoriana como deseja o Santo Padre Bento XVI







“De muitas partes da Igreja chega a pergunta: Que é o Motu Próprio Summorum Pontificum? Que quer conseguir o Papa ao promulgar espontaneamente, de sua própria vontade essa lei universal que é o Motu próprio Summorum Pontificum?
A Igreja por mais de mil anos celebrou o rito chamado Missa de São Pio V. Esse rito trouxe unidade à fé chegou a ser a forma única pela qual a Igreja adorava a Deus, repetindo, no altar, de um modo incruento o Sacrifício da Cruz. Nossa fé católica ensina que a Santa Missa é o sacrifício da cruz.



O antigo rito mantém o silêncio sagrado, a contemplação e ainda mais, ao mesmo tempo torna presente o Senhor Jesus numa rica expressão litúrgica como o triunfador sobre a morte e o pecado. É por isso que o Santo Padre oferece não de forma obrigatória, mas ainda assim oferece a toda a Igreja esse tesouro do rito anterior para que a Igreja seja Santificada assim. E toda essa riqueza litúrgica, toda essa riqueza espiritual e todas as orações tão bem preservadas por séculos, tudo isso é oferecido para todos como um presente.



Não é um presente para os assim chamados tradicionalistas, não, mas é um presente para toda a Igreja católica, e porque é um presente oferecido livremente que o Santo Padre fez, ele o fez para todos por meio da maravilhosa estrutura da Igreja, que são as paróquias, os sacerdotes e os capelães e as capelas onde a eucaristia é celebrada, e eles, pela vontade do Vigário de Cristo, devem aceitar as petições e requerimentos dos fiéis que querem essa Missa e a devem oferecer a eles, e mesmo que essa Missa não seja especificamente solicitada ou pedida, eles devem torná-la acessível para que todos tenham acesso a este tesouro da antiga liturgia da Igreja. Este é o principal objectivo do Motu Proprio, a riqueza espiritual e teológica.

O Santo Padre quer que essa forma da Missa se converta numa forma normal nas paróquias e que desse modo as comunidades jovens se familiarizem também com esse rito.




Estou muito contente por ver este programa que foi criado para instruir os sacerdotes, e não só os sacerdotes, mas também os fiéis, que por tanto tempo conheciam somente o novo rito; para que se familiarizem com essa forma do Rito Romano.

Este vídeo foi criado para preparar os sacerdotes para que possam celebrar num modo digno, Santo, com piedade e com amor num modo de acordo com seus requerimentos particulares.
Portanto esta iniciativa é bem vinda e eu, como Presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei em Roma, com os cardeais que são membros, os assessores e o pessoal cujo trabalho é dedicado a esse programa. Obrigado Madre Angélica e a todos os que ajudaram este projecto pelos esforços que estão fazendo para assistir aos sacerdotes a oferecer mais dignamente para todos na Igreja Católica este tesouro do Rito anterior. Obrigado.

Cardeal Dario Castrillon na sacristia da Catedral de Westminster onde se prepara para celebrar solene Pontifical

Intervenção do Cardeal Dario Castrillon a 17 Maio de 2007 na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano

Queridos e venerados irmãos:

Permito-me apresentar um breve relatório sobre a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e sobre o estado da realidade pastoral que o Santo Padre colocou sob sua competência.Esta Comissão foi instituída pelo Servo de Deus João Paulo II em 1988, quando um grupo notável de sacerdotes, religiosos e fiéis que tinham manifestado sua desconformidade com a reforma litúrgica conciliar ... . O Santo Padre, mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei Adflicta, confiou a esta Comissão o cuidado pastoral destes fiéis tradicionalistas. Por vontade do Santo Padre, este Dicastério estende, além disso, seu serviço a satisfazer as justas aspirações de quantos por uma sensibilidade particular, sem ter tido vínculos com os dois grupos citados, desejam manter viva a liturgia latina anterior na celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos.

Cardeal Dario Castrillon preside no trono ao solene Pontifical da Missa Tridentina

O Santo Padre, que foi durante alguns anos membro desta Comissão, quer que ela se converta em um organismo da Santa Sé com a finalidade própria e distinta de conservar e manter o valor da liturgia latina tradicional. Mas se deve afirmar com toda claridade que não se trata de um voltar para atrás, de uma volta aos tempos anteriores à reforma de 1970. Trata-se pelo contrário de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr a disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos. O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia actual da Igreja.Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962.

O solene Pontifical da Missa Tridentina celebrou-se a 15 de Junho de 2008

Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.Há algumas boas experiências de comunidades de vida religiosa ou apostólica erigidas pela Santa Sé recentemente que celebram em paz e serenidade esta liturgia. Em torno delas se congregam assembleias de fiéis que frequentam estas celebrações com alegria e gratidão. As criações mais recentes som o Instituto de São Felipe Neri em Berlim, que funciona como um Oratório e se fez presente também, com boa acolhida, na Diocese do Tréveris; o Instituto do Bom Pastor de Burdeos que reúne sacerdotes, seminaristas e fiéis, alguns saídos da Fraternidade São Pio X. Estão muito adiantados os trâmites para o reconhecimento de uma comunidade contemplativa, o Oásis de Jesus Sacerdote, de Barcelona

Tem sido incansável o Cardeal Dario Castrillon em dar conferências, entrevistas e sobretudo celebrações da Santa Missa Tridentina dando assim a conhecer a beleza e a riqueza da missa Tridentina como deseja o Santo Padre Bento XVI

Na América Latina, como sabemos muito bem, devemos agradecer ao Senhor pela volta de toda uma Diocese, a de Campos, antes lefevriana que agora, depois de cinco anos, apresenta frutos bons. Foi uma volta pacífica e os fiéis que se inscreveram na Administração Apostólica, estão contentes de poder viver em paz em suas comunidades paroquiais; mais ainda, em efeito algumas dioceses brasileiras fizeram contactos com a Administração Apostólica de Campos que colocou ao seu dispor sacerdotes para a atenção pastoral dos fiéis tradicionalistas em suas igrejas locais. O projecto do Santo Padre foi já parcialmente provado em Campos onde a coabitação pacífica das duas formas do único rito romano na Igreja é uma bela realidade. Temos a esperança de que tal modelo produza bons frutos, também em outros lugares da Igreja onde vivem juntos fiéis católicos com sensibilidades litúrgicas diversas. E esperamos, além disso, que tal modo de viver juntos atraia também àqueles tradicionalistas que ainda estão longe.Os membros actuais da Comissão são os Senhores. Cardeais Julián Herranz, Jean-Pierre Ricard, William Joseph Levada, Antonio Cañizares, e Franc Rodé. São consultores os Subsecretários de alguns Dicastérios.Até agora estiveram sob a Ecclesia Dei várias comunidades dispersas pelo mundo. 300 sacerdotes, 79 religiosos, 300 religiosas, 200 seminaristas e várias centenas de milhares de fiéis. Curiosamente aumenta o interesse dos jovens na França, Estados Unidos, Brasil, Itália, Escandinávia, Austrália e China. No momento do retorno, de Campos voltaram 50 sacerdotes, uns cinquenta seminaristas, 100 religiosas e 25.000 fiéis. Peçamos ao Senhor que este projeto do Santo Padre possa realizar-se logo para a unidade da Igreja.



Cardeal Castrillon Hoyos: "Missa de sempre para todas as paróquias"

No último domingo (15 de junho de 2008), em Londres, na catedral de Westminster, Sé Primaz da Inglaterra, o presidente da Comissão Ecclesia Dei, Cardeal Dario
Castrillon Hoyos, fez importantes declarações acerca do futuro das paróquias católicas e a implementação do motu proprio Summorum Pontificum .

Reuters: Em algumas partes do mundo parece existir resistência por parte dos bispos locais em permitir aos fiéis plena liberdade para celebrar a forma extraordinária. O que você recomenda a esses fiéis fazerem?

Castrillon: A estarem informados. Muitas das dificuldades surgem porque eles não conhecem a realidade do Rito Gregoriano – esse é o nome correcto da forma extraordinária, pois essa missa nunca foi proibida, nunca. Hoje para muitos bispos é difícil porque eles não têm padres que saibam latim. Muitos seminaristas dedicam muito poucas horas ao latim – insuficientes para dar a necessária preparação para celebrar de boa maneira a Forma Extraordinária. Outros pensam que o Papa está indo contra o Concílio Vaticano II. Isso é ignorância absoluta. Os padres do Concílio nunca celebraram a Missa de outra maneira que não a gregoriana. Ele [o novus ordo] veio depois do Concílio… O Santo Padre, que é um teólogo e que estava na preparação do Concílio, está actuando exactamente conforme o Concílio, dando liberdade aos diferentes tipos de celebração. Essa celebração, a Gregoriana, foi a celebração da Igreja durante mais de mil anos… Outros dizem que não podem celebrar com as costas para o povo. Isso é ridículo. O Filho de Deus sacrificou-se ao Pai com seu rosto voltado ao Pai. Não é contra o povo. É pelo povo…


Damian Thompson (Telegraph): Eminência, o Santo Padre gostaria de ver as paróquias comuns da Inglaterra sem conhecimento do Rito Gregoriano apresentadas a ele?

Cardeal Castrillon: Sim, é claro. Nós não podemos celebrá-lo sem o conhecimento da língua, dos sinais, das jeitos do rito, e algumas instituições da Igreja estão ajudando nesse sentido.

DT: Então o Papa gostaria de ver muitas paróquias fornecendo o Rito Gregoriano?

Cardeal Castrillon: Não muitas – todas as paróquias, pois isso é um dom de Deus. Ele oferece essas riquezas e é muito importante para as novas gerações conhecer o passado da Igreja. Esse tipo de liturgia é tão nobre, tão bonito – a mais teológica das formas de expressar nossa fé. A liturgia, a música, a arquitectura, as pinturas, fazem um todo que é um tesouro. O Santo Padre está desejoso de oferecer a todas as pessoas essa possibilidade, não apenas para poucos grupos que pedem, mas para que todos conheçam essa forma de se celebrar a eucaristia na Igreja Católica.

Anna Arco (The Catholic Herald): Nesse sentido, gostaria de ver todos os seminários da Inglaterra e Gales ensinando os seminaristas a celebrar na forma extraordinária?

Cardeal Castrillon: Eu gostaria e será necessário. Nós estamos escrevendo aos seminários, estamos de acordo que devemos fazer uma grande preparação não apenas para o Rito, mas para ensinar a teologia, a filosofia, a língua latina….


DT: Quais seriam os passos práticos para as paróquias ordinárias [para se preparar para o Rito Gregoriano]?

Cardeal Castrillon: Se o pároco reserva uma hora aos domingos para celebrar a Missa e preparar com catequese a comunidade para compreendê-lo, apreciar o poder do silêncio, o poder da sagrada forma de frente para Deus, a profunda teologia, para descobrir como e por que o padre representa Cristo e rezar com o padre.

EC: Eminência, eu penso que muitos católicos estão mais que confusos por essa nova ênfase no Rito Tridentino, principalmente porque nós fomos ensinados que o Novo Rito representava um progresso verdadeiro, e muitos de nós que crescemos com ele o vemos como um progresso verdadeiro, que existam ministros da Eucaristia, mulheres no santuário, que somos todos sacerdotes, profetas e reis. Essa nova ênfase para muitos de nós parece negar isso.

Cardeal Castrillon: Que progresso? “ Progredir” significa oferecer o melhor para Deus… Eu estou surpreendido porque muitas pessoas jovens são entusiastas da celebração do Rito Gregoriano …


EC: No Motu Proprio, a ênfase do Papa é em um Rito e duas formas, e ele descreve o Rito Tridentino como “extraordinário”. Extraordinário portanto significa excepcional, algo que não celebramos todo domingo.

Cardeal Castrillon: Não “excepcional”. Extraordinário significa “não ordinário”, e não “excepcional”.

DT: Existirá um esclarecimento sobre o Motu Proprio?

Cardeal Castrillon: Não exatamente um esclarecimento do Motu Proprio, mas de matérias tratadas no Motu Proprio, tais como o calendário, ordenações ao sub-diaconato, o forma de usar os paramentos, o jejum eucarístico.

DT: E quanto ao “grupo estável”?

Cardeal Castrillon: Isso é uma matéria de senso comum… Em todo palácio episcopal existem talvez três ou quatro pessoas. Isso é um grupo estável…. Não é possível dar a duas pessoas uma missa, mas duas aqui, duas ali, duas acolá – eles podem tê-la. Eles são um grupo estável.

DT: De paróquias diferentes?

Cardeal Castrillon: Sem problema! Esse é o nosso mundo. Gerentes de empresas não vivem no mesmo lugar, mas eles são um grupo estável.