BENEDICT XVI: WHERE DOES JESUS COME FROM? Catequese de Bento XVI na primeira Audiência Geral de 2013
In the four Gospels, the answer to the question 'where does Jesus come from?' emerges clearly: his true origin is the Father, God. He comes entirely from Him, but in a different way than any other prophet or messenger of God who preceded Him. This origin of the mystery of God, 'whom nobody knows', is already contained in the stories of His childhood in the Gospels of Matthew and Luke, which we are reading during Christmastime. The angel Gabriel announces: 'The Spirit will come upon you, and the power of the Most High will overshadow you. Therefore the child to be born will be called holy, the Son of God'. We repeat these words every time that we recite the Creed, the profession of faith: 'et incarnatus est de Spiritu Sancto ex Maria Virgine', 'and by the Holy Spirit was incarnate of the Virgin Mary'. At this phrase we kneel because the veil that hid God is, so to say, opened and His unfathomable and inaccessible mystery touches us. God becomes Emmanuel, 'God with us'. When we listen to the Masses composed by the great masters of sacred music―I'm thinking, for example, of Mozart's Coronation Mass―we immediately notice how they linger over this phrase in a particular way, almost wanting to try to express with the universal language of music that which words cannot make manifest: the great mystery of God made flesh, of God made man". read...
Deus se faz homem: anúncio que soa sempre novo
Catequese de Bento XVI na primeira Audiência Geral de 2013
Foi concebido por obra do Espírito
Santo
Queridos irmãos e irmãs
O Natal do Senhor ilumina mais uma vez com a sua luz as trevas que muitas vezes cobrem o nosso mundo e o nosso coração, e traz esperança e alegria. De onde vem esta luz? Da Gruta de Belém, onde os pastores encontraram “Maria e José e o menino, deitado em uma manjedoura” (Lc2,16). Diante desta Sagrada Família surge outra pergunta e mais profunda: como pode aquele pequeno e frágil Menino ter trazido uma novidade tão radical ao mundo a ponto de mudar o rumo da história? Não há talvez algo de misterioso na sua origem que vai além daquela gruta?
Novamente emerge a pergunta sobre a origem de Jesus, a mesma que propõe o Procurador Pôncio Pilatos durante o processo: “De onde és tu?” (João19,29). No entanto, trata-se de uma origem bem clara. No Evangelho de João, quando o Senhor afirma “Eu sou o pão descido do céu”, os judeus regem murmurando: “Não é este Jesus, o filho de José? Dele não conhecemos o pai e a mãe? Como então pode dizer: “Sou descido do céu? (João 6,42). E mais tarde, os cidadãos de Jerusalém se opõem fortemente à provável messianidade de Jesus, afirmando que sabem bem “de onde é; o Cristo, em vez disso, quando vier, ninguém saberá de onde é (João 7,27). Jesus mesmo faz notar o quanto é inadequado a pretensão deles de conhecer a sua origem, mas quem me mandou é verdadeiro, e vós não o conheceis (João7,28). Certamente, Jesus é originário de Nazaré, nasceu em Belém, mas o que se sabe sobre a sua verdadeira origem?
Nos quatro Evangelhos emerge claramente a resposta à pergunta “de onde vem” Jesus: a sua verdadeira origem é o Pai, Deus; Ele vem totalmente Dele, mas de modo diverso de qualquer profeta enviado por Deus que o precederam. Esta origem do mistério de Deus, “que ninguém conhece”, está contida nas narrações sobre a infância de Jesus nos Evangelhos de Mateus e Lucas, que estamos lendo neste tempo natalício. O anjo Gabriel anuncia: “O Espírito Santo descerá sobre ti, o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso aquele que nascerá será santo e chamado Filho de Deus” (Lc1,35). Repetimos estas palavras cada vez que recitamos o Credo, a Profissão de fé: «et incarnatus est de Spiritu Sancto, ex Maria Virgine», “ por obra do Espirito Santo encarnou-se no seio da Virgem Maria”. Nesta frase nos ajoelhamos porque o véu que escondia Deus, vem, por assim dizer, aberto e seu mistério insondável e inacessível nos toca: Deus se torna o Emanuel, “Deus conosco”.
Quando escutamos as Missas compostas por grandes maestros da música sacra, penso, por exemplo, na Missa de Coroação de Mozart, notamos imediatamente como se detêm de modo particular nesta frase, como querendo expressar com a linguagem universal da música o que as palavras não podem manifestar: o grande mistério de Deus que se encarna, se faz homem.
Se considerarmos com atenção a expressão “por obra do Espírito Santo encarnou-se no seio da Virgem Maria”, encontramos nela quatro sujeitos ativos. De modo explícito são mencionados o Espírito Santo e Maria, mas é subentendido “Ele”, isso é, o Filho, que se fez carne no seio da Virgem. Na Profissão de fé, o Credo, Jesus é definido com diversos apelativos: “Senhor,... Cristo, Filho unigênito de Deus,... Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,... consubstancial ao Pai” (Credo niceno-costantinopolitano). Vemos portanto que “Ele” refere-se a uma outra pessoa, a do Pai. O primeiro sujeito desta frase é então o Pai que, com o Filho e o Espírito Santo, é o único Deus.
Esta afirmação do Credo não diz respeito ao ser eterno de Deus, mas, sobretudo, nos fala de uma ação da qual fazem parte as três Pessoas divinas e que se realiza «ex Maria Virgine». Sem ela o ingresso de Deus na história da humanidade não teria chegado ao seu fim e não teria tido lugar o que é central na nossa Profissão de fé: Deus é um Deus conosco. Assim Maria pertence de modo irrenunciável à nossa fé em Deus que age, que entra na história. Ela coloca à disposição toda a sua pessoa, “aceita” tornar-se lugar da morada de Deus.
As vezes, também no caminho e na vida de fé podemos constatar a nossa pobreza, a nossa inadequação diante do testemunho a oferecer ao mundo. Mas Deus escolheu justamente uma mulher humilde, em um vilarejo desconhecido, em uma das cidades mais distantes do grande império romano. Sempre, mesmo diante das dificuldades mais árduas a serem enfrentadas, devemos confiar em Deus, renovando a nossa fé na sua presença e ação na nossa história, como naquela de Maria. Nada é impossível para Deus! Com Ele a nossa existência caminha sempre em um terreno seguro e está aberta a um futuro de firme esperança.
Professando no Credo: “por obra do Espírito Santo encarnou-se no seio da Virgem Maria”, afirmamos que o Espírito Santo, como força de Deus Altíssimo, operou de modo misterioso na Virgem Maria a concepção do Filho de Deus. O evangelista Lucas narra as palavras do arcanjo Gabriel: O Espírito descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” (1,35). Duas referências são evidentes: a primeira é o momento da criação. No início do Livro do Gênesis lemos que: “o espírito de Deus pairava sobre as águas” (1,2); é o Espírito criador que deu vida a todas as coisas e ao ser humano. Isso acontece em Maria, através da ação do mesmo Espírito divino, é uma nova criação: Deus, que chamou o ser do nada, com a Encarnação dá vida a um novo inicio para a humanidade. Os Padres da Igreja muitas vezes falam de Cristo como o novo Adão, para marcar o início da nova criação a partir do nascimento do Filho de Deus no seio da Virgem Maria. Isto nos faz refletir sobre como a fé traz também em nós uma novidade tão forte capaz de produzir um segundo nascimento. De fato, no início do ser cristão há o Batismo que nos faz renascer como filhos de Deus, nos faz participantes na relação filial que Jesus tem com o Pai. E gostaria de destacar como o Batismo se recebe, nós “somos batizados” – é passivo- porque ninguém é capaz de tornar-se filho de Deus por si mesmo: é um dom que vem conferido gratuitamente.
São Paulo recorda essa filiação adotiva dos cristãos em uma passagem central da sua Carta aos Romanos, onde escreve: “todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus. E vós não recebestes um espírito da escravidão para cair novamente no medo, mas recebestes o Espírito que torna filhos adotivos, por meio do qual clamamos: “Abá! Pai!”. O próprio Espírito, junto ao nosso espírito, atesta que somos filhos de Deus” (8,14-16), não servos.
Somente se nos abrimos à ação de Deus, como Maria, somente se confiamos a nossa vida ao Senhor como a um amigo no qual confiamos totalmente, tudo muda, a nossa vida adquire um novo sentido e uma nova face: de filhos de um Pai que nos ama e nunca nos abandona.
Falamos de dois elementos: o primeiro elemento o Espírito sobre a água, o Espírito Criador; há outro elemento nas palavras da Anunciação.
O anjo diz a Maria: “O poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra”. Isto recorda a nuvem santa que, durante o caminho do êxodo, parava sobre a tenda do encontro, sobre a arca da aliança, que o povo de Israel levava consigo, e indicava a presença de Deus (cf Ex 40,34-38). Maria, então, é a nova tenda santa, a nova arca da aliança: com o seu “sim” às palavras do arcanjo, Deus recebe uma morada neste mundo, Aquele que o universo não pode deter toma lugar no ventre de uma virgem.
Retornemos à questão com a qual iniciamos, aquela sobre a origem de Jesus, sintetizada pela pergunta de Pilatos: “De onde és tu?”. Das nossas reflexões parece claro, desde o início dos Evangelhos, qual é a verdadeira origem de Jesus: Ele é Filho unigênito do Pai, vem de Deus. Estamos diante do grande e desconcertante mistério que celebramos neste tempo de Natal: o Filho de Deus, por obra do Espírito Santo, encarnou-se no seio da Virgem Maria. E este é um anúncio que soa sempre novo e que traz em si esperança e alegria ao nosso coração, porque nos doa toda vez a certeza de que, mesmo se muitas vezes nos sentimos fracos, pobres, incapazes diante das dificuldades e do mal do mundo, o poder de Deus age sempre e opera maravilhas propriamente na fraqueza. A sua graça é a nossa força (cf 2 Cor 12, 9-10). Obrigado.
Após a catequese Bento XVI dirigiu a seguinte saudação em português:
A minha saudação amiga para todos os peregrinos de língua portuguesa, desejando que a luz do Salvador divino resplandeça intensamente nos vossos corações, para serdes semeadores de esperança e construtores de paz nas vossas famílias e comunidades. Com estes votos de um Ano Novo sereno e feliz para todos, de coração vos abençoo.
Queridos irmãos e irmãs
O Natal do Senhor ilumina mais uma vez com a sua luz as trevas que muitas vezes cobrem o nosso mundo e o nosso coração, e traz esperança e alegria. De onde vem esta luz? Da Gruta de Belém, onde os pastores encontraram “Maria e José e o menino, deitado em uma manjedoura” (Lc2,16). Diante desta Sagrada Família surge outra pergunta e mais profunda: como pode aquele pequeno e frágil Menino ter trazido uma novidade tão radical ao mundo a ponto de mudar o rumo da história? Não há talvez algo de misterioso na sua origem que vai além daquela gruta?
Novamente emerge a pergunta sobre a origem de Jesus, a mesma que propõe o Procurador Pôncio Pilatos durante o processo: “De onde és tu?” (João19,29). No entanto, trata-se de uma origem bem clara. No Evangelho de João, quando o Senhor afirma “Eu sou o pão descido do céu”, os judeus regem murmurando: “Não é este Jesus, o filho de José? Dele não conhecemos o pai e a mãe? Como então pode dizer: “Sou descido do céu? (João 6,42). E mais tarde, os cidadãos de Jerusalém se opõem fortemente à provável messianidade de Jesus, afirmando que sabem bem “de onde é; o Cristo, em vez disso, quando vier, ninguém saberá de onde é (João 7,27). Jesus mesmo faz notar o quanto é inadequado a pretensão deles de conhecer a sua origem, mas quem me mandou é verdadeiro, e vós não o conheceis (João7,28). Certamente, Jesus é originário de Nazaré, nasceu em Belém, mas o que se sabe sobre a sua verdadeira origem?
Nos quatro Evangelhos emerge claramente a resposta à pergunta “de onde vem” Jesus: a sua verdadeira origem é o Pai, Deus; Ele vem totalmente Dele, mas de modo diverso de qualquer profeta enviado por Deus que o precederam. Esta origem do mistério de Deus, “que ninguém conhece”, está contida nas narrações sobre a infância de Jesus nos Evangelhos de Mateus e Lucas, que estamos lendo neste tempo natalício. O anjo Gabriel anuncia: “O Espírito Santo descerá sobre ti, o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso aquele que nascerá será santo e chamado Filho de Deus” (Lc1,35). Repetimos estas palavras cada vez que recitamos o Credo, a Profissão de fé: «et incarnatus est de Spiritu Sancto, ex Maria Virgine», “ por obra do Espirito Santo encarnou-se no seio da Virgem Maria”. Nesta frase nos ajoelhamos porque o véu que escondia Deus, vem, por assim dizer, aberto e seu mistério insondável e inacessível nos toca: Deus se torna o Emanuel, “Deus conosco”.
Quando escutamos as Missas compostas por grandes maestros da música sacra, penso, por exemplo, na Missa de Coroação de Mozart, notamos imediatamente como se detêm de modo particular nesta frase, como querendo expressar com a linguagem universal da música o que as palavras não podem manifestar: o grande mistério de Deus que se encarna, se faz homem.
Se considerarmos com atenção a expressão “por obra do Espírito Santo encarnou-se no seio da Virgem Maria”, encontramos nela quatro sujeitos ativos. De modo explícito são mencionados o Espírito Santo e Maria, mas é subentendido “Ele”, isso é, o Filho, que se fez carne no seio da Virgem. Na Profissão de fé, o Credo, Jesus é definido com diversos apelativos: “Senhor,... Cristo, Filho unigênito de Deus,... Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,... consubstancial ao Pai” (Credo niceno-costantinopolitano). Vemos portanto que “Ele” refere-se a uma outra pessoa, a do Pai. O primeiro sujeito desta frase é então o Pai que, com o Filho e o Espírito Santo, é o único Deus.
Esta afirmação do Credo não diz respeito ao ser eterno de Deus, mas, sobretudo, nos fala de uma ação da qual fazem parte as três Pessoas divinas e que se realiza «ex Maria Virgine». Sem ela o ingresso de Deus na história da humanidade não teria chegado ao seu fim e não teria tido lugar o que é central na nossa Profissão de fé: Deus é um Deus conosco. Assim Maria pertence de modo irrenunciável à nossa fé em Deus que age, que entra na história. Ela coloca à disposição toda a sua pessoa, “aceita” tornar-se lugar da morada de Deus.
As vezes, também no caminho e na vida de fé podemos constatar a nossa pobreza, a nossa inadequação diante do testemunho a oferecer ao mundo. Mas Deus escolheu justamente uma mulher humilde, em um vilarejo desconhecido, em uma das cidades mais distantes do grande império romano. Sempre, mesmo diante das dificuldades mais árduas a serem enfrentadas, devemos confiar em Deus, renovando a nossa fé na sua presença e ação na nossa história, como naquela de Maria. Nada é impossível para Deus! Com Ele a nossa existência caminha sempre em um terreno seguro e está aberta a um futuro de firme esperança.
Professando no Credo: “por obra do Espírito Santo encarnou-se no seio da Virgem Maria”, afirmamos que o Espírito Santo, como força de Deus Altíssimo, operou de modo misterioso na Virgem Maria a concepção do Filho de Deus. O evangelista Lucas narra as palavras do arcanjo Gabriel: O Espírito descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” (1,35). Duas referências são evidentes: a primeira é o momento da criação. No início do Livro do Gênesis lemos que: “o espírito de Deus pairava sobre as águas” (1,2); é o Espírito criador que deu vida a todas as coisas e ao ser humano. Isso acontece em Maria, através da ação do mesmo Espírito divino, é uma nova criação: Deus, que chamou o ser do nada, com a Encarnação dá vida a um novo inicio para a humanidade. Os Padres da Igreja muitas vezes falam de Cristo como o novo Adão, para marcar o início da nova criação a partir do nascimento do Filho de Deus no seio da Virgem Maria. Isto nos faz refletir sobre como a fé traz também em nós uma novidade tão forte capaz de produzir um segundo nascimento. De fato, no início do ser cristão há o Batismo que nos faz renascer como filhos de Deus, nos faz participantes na relação filial que Jesus tem com o Pai. E gostaria de destacar como o Batismo se recebe, nós “somos batizados” – é passivo- porque ninguém é capaz de tornar-se filho de Deus por si mesmo: é um dom que vem conferido gratuitamente.
São Paulo recorda essa filiação adotiva dos cristãos em uma passagem central da sua Carta aos Romanos, onde escreve: “todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus. E vós não recebestes um espírito da escravidão para cair novamente no medo, mas recebestes o Espírito que torna filhos adotivos, por meio do qual clamamos: “Abá! Pai!”. O próprio Espírito, junto ao nosso espírito, atesta que somos filhos de Deus” (8,14-16), não servos.
Somente se nos abrimos à ação de Deus, como Maria, somente se confiamos a nossa vida ao Senhor como a um amigo no qual confiamos totalmente, tudo muda, a nossa vida adquire um novo sentido e uma nova face: de filhos de um Pai que nos ama e nunca nos abandona.
Falamos de dois elementos: o primeiro elemento o Espírito sobre a água, o Espírito Criador; há outro elemento nas palavras da Anunciação.
O anjo diz a Maria: “O poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra”. Isto recorda a nuvem santa que, durante o caminho do êxodo, parava sobre a tenda do encontro, sobre a arca da aliança, que o povo de Israel levava consigo, e indicava a presença de Deus (cf Ex 40,34-38). Maria, então, é a nova tenda santa, a nova arca da aliança: com o seu “sim” às palavras do arcanjo, Deus recebe uma morada neste mundo, Aquele que o universo não pode deter toma lugar no ventre de uma virgem.
Retornemos à questão com a qual iniciamos, aquela sobre a origem de Jesus, sintetizada pela pergunta de Pilatos: “De onde és tu?”. Das nossas reflexões parece claro, desde o início dos Evangelhos, qual é a verdadeira origem de Jesus: Ele é Filho unigênito do Pai, vem de Deus. Estamos diante do grande e desconcertante mistério que celebramos neste tempo de Natal: o Filho de Deus, por obra do Espírito Santo, encarnou-se no seio da Virgem Maria. E este é um anúncio que soa sempre novo e que traz em si esperança e alegria ao nosso coração, porque nos doa toda vez a certeza de que, mesmo se muitas vezes nos sentimos fracos, pobres, incapazes diante das dificuldades e do mal do mundo, o poder de Deus age sempre e opera maravilhas propriamente na fraqueza. A sua graça é a nossa força (cf 2 Cor 12, 9-10). Obrigado.
Após a catequese Bento XVI dirigiu a seguinte saudação em português:
A minha saudação amiga para todos os peregrinos de língua portuguesa, desejando que a luz do Salvador divino resplandeça intensamente nos vossos corações, para serdes semeadores de esperança e construtores de paz nas vossas famílias e comunidades. Com estes votos de um Ano Novo sereno e feliz para todos, de coração vos abençoo.
Benedetto XVI : il Battesimo si riceve, noi 'siamo battezzati' - è un passivo - perché nessuno è capace di rendersi figlio di Dio da sé: è un dono che viene conferito gratuitamente.
"Il Natale del Signore - ha commentato il
Santo Padre - illumina ancora una volta con la sua luce le tenebre che spesso
avvolgono il nostro mondo e il nostro cuore, e porta speranza e gioia. Da dove
viene questa luce? Dalla grotta di Betlemme, dove i pastori trovarono 'Maria e
Giuseppe e il bambino, adagiato nella mangiatoia'. Di fronte a questa Santa
Famiglia sorge un’altra e più profonda domanda: come può quel piccolo e debole
Bambino avere portato una novità così radicale nel mondo da cambiare il corso
della storia? Non c’è forse qualcosa di misterioso nella sua origine che va al
di là di quella grotta?"
"Nei quattro Vangeli emerge con chiarezza
la risposta alla domanda 'da dove' viene Gesù: la sua vera origine è il Padre,
Dio; Egli proviene totalmente da Lui, ma in un modo diverso da qualsiasi profeta
o inviato da Dio che l’hanno preceduto. Questa origine dal mistero di Dio, 'che
nessuno conosce', è contenuta già nei racconti dell’infanzia dei Vangeli di
Matteo e di Luca, che stiamo leggendo in questo tempo natalizio. L’angelo
Gabriele annuncia: 'Lo Spirito scenderà su di te, e la potenza dell’Altissimo ti
coprirà con la sua ombra. Perciò colui che nascerà sarà santo e chiamato Figlio
di Dio'". leggere...
Benoît XVI : si nous nous sentons souvent faibles, pauvres, incapables de faire face aux difficultés et au mal du monde, la puissance de Dieu agit toujours et c’est justement dans la fragilité qu’il accomplit des merveilles.
BENOIT
XVI: D’OU VIENT JESUS?
Cité du Vatican, 2
janvier 2012 (VIS). Au cours de la catéchèse de la première audience générale de
l’année 2013 qui s’est déroulée dans la Salle Paul VI en présence de quelque
7.000 personnes, le Saint-Père a évoqué la Nativité, "une nouveauté radicale
capable de changer le cours de l’histoire", et l’origine de Jésus. La naissance
du Seigneur, a dit Benoît XVI, "éclaire une
fois encore de sa lumière les ténèbres qui enveloppent souvent notre monde et
nos coeurs, et apporte l’espérance et la joie. D'où vient cette lumière? De la
grotte de Bethléem, où les bergers trouvèrent Marie et Joseph, et l'enfant
étendu dans la mangeoire. Devant la Sainte Famille, une autre question plus
profonde se pose: comment cet enfant petit et faible, peut avoir apporté une
nouveauté radicale dans le monde au point de changer le cours de l'histoire?
N'y-a-t’il pas peut-être quelque chose de mystérieux dans son origine qui va
au-delà de cette grotte?".lire...
BENEDICTO XVI: Para Dios no hay nada imposible! Con Él nuestra existencia camina siempre en terreno seguro y está abierta a un futuro de esperanza firme.
BENEDICTO
XVI: "¿DE DÓNDE VIENE JESÚS?"
Ciudad del Vaticano, 2 de enero 2012
(VIS).- Durante la catequesis de la primera audiencia general del año 2013,
celebrada en el Aula de Paulo VI con asistencia de 7.000 personas, el Santo
Padre trató el tema de la Navidad, "una novedad tan radical capaz de cambiar el
curso de la historia", y del origen de Jesús.
La Natividad del Señor, comentó el Santo
Padre, "ilumina una vez más con su luz las tinieblas que a menudo rodean nuestro
mundo y nuestros corazones, trayendo esperanza y alegría. ¿De dónde viene la
luz? De la cueva de Belén, donde los pastores encontraron a "María y a José, y
al Niño acostado en un pesebre". Frente a esta Sagrada Familia surge otra y más
profunda pregunta: ¿cómo puede ese Niño pequeño y débil traer una novedad tan
radical en el mundo que es capaz de cambiar el curso de la historia? ¿No hay
algo misterioso en su origen, que va más allá de aquella cueva? "
"En los cuatro Evangelios está claro que
la respuesta a la pregunta "de dónde" viene Jesús: su verdadero origen es el
Padre, Él viene enteramente de Él, pero de una manera diferente a la de
cualquier profeta o enviado de Dios que le precedió. Este origen en el misterio
de Dios, "que nadie conoce", ya está contenido en los relatos de la infancia de
los Evangelios de Mateo y Lucas, que estamos leyendo en este tiempo de Navidad.
El ángel Gabriel anuncia: "El Espíritu Santo descenderá sobre ti, y el poder del
Altísimo te cubrirá con su sombra; por eso, el que nacerá Santo será llamado
Hijo de Dios".
"Repetimos estas palabras cada vez que
rezamos el Credo, la profesión de fe: "et incarnatus est de Spiritu Sancto ex
Maria Virgine", "y por obra del Espíritu Santo se encarnó de María, la Virgen".
En esta frase nos arrodillamos porque el velo que ocultaba Dios es, por así
decirlo, abierto y su misterio insondable e inaccesible nos conmueve: Dios se
hace el Emmanuel, "Dios con nosotros". "Cuando escuchamos las Misas compuestas
por los grandes maestros de la música sacra, pienso por ejemplo, en la Misa de
la Coronación de Mozart, de inmediato notamos cómo se detienen especialmente en
esta frase, casi queriendo tratar de expresar con el lenguaje universal de la
música lo que las palabras no pueden manifestar: el gran misterio de Dios que se
encarna, se hace hombre".
"Esta afirmación del Credo no hace
referencia al ser eterno de Dios, sino que nos habla de una acción en la que
toman parte las tres Personas divinas, y que se realiza "ex Maria Virgine". Sin
ella, la entrada de Dios en la historia de la humanidad no habría llegado a su
fin, y no hubiera tenido lugar aquello que es central en nuestra Profesión de
fe: Dios es un Dios con nosotros. Así María pertenece en modo irrenunciable a
nuestra fe en el Dios que actúa, que entra en la historia. Ella ofrece toda su
persona, "acepta" convertirse en el lugar de la morada de Dios".
"A veces, incluso en el camino y la vida
de la fe podemos sentir nuestra pobreza, nuestra incapacidad ante el testimonio
que debemos ofrecer al mundo. Pero Dios eligió precisamente una humilde mujer,
en un pueblo desconocido, en una de las provincias más lejanas del gran Imperio
Romano. Siempre, aun en medio de las dificultades más arduas que hay que
afrontar, debemos confiar en Dios, renovando la fe en su presencia y acción en
nuestra historia, como en la de María. ¡Para Dios no hay nada imposible! Con Él
nuestra existencia camina siempre en terreno seguro y está abierta a un futuro
de esperanza firme".
"Lo que sucede en María, a través de la
acción del mismo Espíritu Santo, es una nueva creación: Dios que ha llamado el
ser de la nada, con la Encarnación da vida a un nuevo inicio de la humanidad.
Los Padres de la Iglesia repetidamente hablan de Cristo como del nuevo Adán,
para subrayar el comienzo de la nueva creación con el nacimiento del Hijo de
Dios en el seno de la Virgen María. Esto nos hace pensar en cómo la fe supone
también en nosotros una novedad tan fuerte como para producir un segundo
nacimiento. De hecho, al inicio del ser cristiano está el bautismo que nos hace
renacer como hijos de Dios, nos hace participar en la relación filial que Jesús
tiene con el Padre. Y me gustaría señalar que el Bautismo se recibe, nosotros
"somos bautizados" -es un pasivo- porque nadie es capaz de convertirse en hijo
de Dios por sí mismo: es un don que viene conferido gratuitamente (...) Sólo si
nos abrimos a la acción de Dios, como María, sólo si confiamos nuestra vida al
Señor como a un amigo en quien confiamos totalmente, todo cambia, nuestra vida
adquiere un nuevo sentido y un nuevo rostro: el de los hijos de un Padre que nos
ama y nunca nos abandona".
"Hay otro elemento en las palabras de la
Anunciación. El ángel dice a María: "El poder del Altísimo te cubrirá con su
sombra". Es un recordatorio de la nube santa, que, durante el viaje del Éxodo,
se detenía sobre la tienda de la reunión, sobre el arca de la alianza, que el
pueblo de Israel llevaba consigo, y que indicaba la presencia de Dios. María es
el nueva tienda santa, la nueva arca de la alianza: con su "sí" a las palabras
del arcángel, Dios recibe un hogar en este mundo. Aquel que el universo no puede
contener ha venido a morar en el seno de una virgen".
"Volvamos a la pregunta con la que
comenzamos, la del origen de Jesús, sintetizada por la pregunta de Pilato: "¿De
dónde eres tú?" De nuestras reflexiones aparece claro, desde el principio de los
Evangelios, cuál es el verdadero origen de Jesús: Él es el Hijo Unigénito del
Padre, viene de Dios. Estamos en frente del gran y desconcertante misterio que
celebramos en este tiempo de Navidad: el Hijo de Dios, el Espíritu Santo, se
encarnó en el seno de la Virgen María. Y este es un anuncio que resuena siempre
nuevo y que lleva en sí mismo esperanza y alegría a nuestros corazones, porque
cada vez nos da la certeza de que, a pesar de que a menudo nos sentimos débiles,
pobres, incapaces de hacer frente a las dificultades y al mal del mundo, el
poder de Dios actúa siempre y obra maravillas precisamente en la debilidad. Su
gracia es nuestra fuerza ".