Catedral de Colônia |
De um lado, é uma realidade tão bela que, se eu não a conhecesse, não seria capaz de sonhá-la.
Mas, de outro lado, algo diz em meu interior: essa catedral deveria mesmo existir!
E essa fachada inimaginável é para mim, ao mesmo tempo, paradoxalmente, uma velha conhecida...
É como se eu toda a vida tivesse sonhado com ela.
O inimaginável e o sonhado se encontram nessa contradição.
Contradição aparente, pois algo no mais profundo de nós mesmos deseja coisas que não somos capazes de imaginar; algo delineia, sem o percebermos, uma figura de maravilhas.
E quando encontramos a maravilha anelada e esboçada, nascida das apetências de nossa alma, esse algo parece nos dizer:
"Ah! Aqui está a catedral esperada! Eu não poderia morrer sem ter visto essa fachada!"
A minha vida mão seria completa, e eu não seria inteiramente eu mesmo, se eu não a tivesse visto!
Oh catedral bendita! Oh estilo bendito!
Ela faz com que eu venha à tona de mim mesmo, e, por assim dizer, me conheça a mim mesmo.
E conheça algo para o qual fui feito, algo que se exprime nesse monumento gótico.
Algo de misterioso, que pede toda a minha dedicação, pede todo o meu entusiasmo, pede à minha alma que ela seja inteiramente conforme às maravilhas da Igreja católica!
É uma escola de pensamento, de vontade e de sensibilidade.
É um modo de ser que dali se evola, e para o qual eu sinto que nasci.
É algo muito maior do que eu, muito anterior a mim. Algo que vem de séculos nos quais eu era nada.
Vem da mentalidade cátolica de homens que me antecederam e que também tinham, no fundo da alma, esse mesmo desejo do inimaginável.
E eles até conceberam o que eu não concebi e fizeram o que eu não fiz.
Mas é um desejo tão alto, tão universal, tão correspondente aos anelos profundos de tantos e tantos homens, que o monumento ficou para todo o sempre: a Catedral de Colônia!
visto em: Catedrais Medievais