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Ao meio-dia, da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, na costumada alocução antes da recitação do Angelus, Bento XVI evocou o Evangelho deste domingo, as bem-aventuranças, observando que estas “se baseiam no facto de existir uma justiça divina, que eleva quem foi injustamente humilhado e abaixa quem se exaltou”.
“Esta justiça e esta bem-aventurança realizam-se no Reino dos céus, ou Reino de Deus, que terá o seu cumprimento no final dos tempos, mas que está já presente na história. Onde os pobres são consolados e admitidos ao banquete da vida, ali se manifesta já desde agora a justiça de Deus. É esta a tarefa que os discípulos do Senhor estão chamados a desempenhar na sociedade actual”.
O Papa recordou também a sua Mensagem para a Quaresma, que começa já nesta quarta-feira, texto este ano dedicada ao tema de justiça. Bento XVI quis como que entregá-la a todos, “idealmente”, para que a leiam e meditem.
“O Evangelho de Cristo responde positivamente à sede que o homem tem de justiça, mas fá-lo de um modo inesperado e surpreendente. Ele não propõe uma revolução de tipo social e político, mas sim a revolução do amor, que ele já realizou com a sua Cruz e Ressurreição. Aí se fundamentam as bem-aventuranças, que propõem o novo horizonte de justiça, inaugurado pela Páscoa, graças ao qual nos podemos tornar justos e construir um mundo melhor”.
Depois da oração do Angelus, nas diversas saudações pronunciadas pelo Papa, este evocou antes de mais os países da Ásia, como a China e o Vietnam, que celebram neste dia o Ano Novo lunar.
“São dias de festa, que estes povos vivem como ocasião privilegiada para reforçar os vínculos familiares e entre as gerações. Faço votos de que mantenham e promovam a rica herança de valores espirituais e morais, que se radicam firmemente nas suas culturas”.
Presente desta vez na Praça de São Pedro uma peregrinação do patriarcado de Lisboa, presidida pelo senhor D. José Policarpo, que o Papa saudou em língua portuguesa:
“A minha saudação estende-se também aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao Senhor Cardeal Dom José Policarpo com os seus fiéis do Patriarcado de Lisboa, a quem agradeço a visita de hoje e a oração diária pelo Sucessor de Pedro. Possam irradiar a santidade de Cristo pelos caminhos da vida, particularmente no seio da família e comunidade cristã, que de coração abençoo”.
Na saudação aos fiéis polacos, Bento XVI recordou que a 14 de Fevereiro se celebram São Cirilo e São Metódio, padroeiros da Europa, observando: “Os valores que eles propagaram no nosso continente – o sinal da Cruz, o Evangelho de Cristo e a vida segundo o Evangelho – permanecem o sólido fundamento da força espiritual dos povos e da unidade da Europa. São valores importantes também para nós, contemporâneos. Rezemos para que os santos Apóstolos dos Eslavos continuem a conduzir-nos pelos caminhos da fé”.
(Fonte: site Radio Vaticana)